Os dirigentes que temos!

Este é apenas um exemplo. A noticia é do dia seguinte à fantástica vitória, na final da CL, do Milan de Savicevic e Maldini sobre os galácticos do Barcelona (Romário e Stoichkov). Em 1994, a poucas semanas do Mundial de '94, era notícia de primeira página o interesse do Benfica num miúdo de 17 anos, bem dentuço como se vê pela imagem, e que já atraia multidões. Por alguma razão esse mesmo miudo estaria presente, embora sem jogar, no Mundial de futebol dos EUA'94. O Benfica, entao recem campeão nacional, a iniciar o seu prolongado jejum, não contrataria o puto maravilha, indo Ronaldo iniciar a sua aventura europeia no PSV da Holanda. E o resto da história já todos conhecemos. Falta referir que o incompetente dirigente do Benfica era Gaspar Ramos. O mesmo que no ano seguinte deixaria Jardel seguir rumo ao FC Porto. Excelente este Gaspar Ramos.

Mas não é caso unico. No final da decada de 80, e após brilhar no Brasil, um baixinho mulato está com os dois pés nas Antas mas acaba no PSV da Holanda! Nome? Nem mais... Romário! Dá que pensar não?...

Mais recente o caso de Guimarães, onde Bernardino Pedroto, à altura técnico do Vitoria Guimarães, dispensa Giovanni, o brasileiro que mais tarde faria parte da equipa maravilha do Barcelona de Robson. Era um bocado molengas é um facto, mas tinha valor mais do que suficiente para ser contratado pelos vimaranenses! Pedroto tem uma desculpa porém, afinal de contas o orçamento era limitado e a escolha recaiu noutro jogador, Zlatko Zahovic de seu nome. Sempre serve de desculpa...

O caso mais anedótico da falta de visão dos dirigentes portugueses passou-se no final do seculo passado e na Amadora. Adivinhem lá de quem estou a falar...

Nem mais! Em 1998 o clube da Amadora teve a hipótese de contratar Ronaldinho Gaúcho. Salário e regalias pedidas pararam o negócio. E porque correu mal o negócio? Aqui fica a explicação na primeira pessoa do idiota de serviço...

«Duzentos contos por mês, um carro e uma casa para viver. Era dinheiro a mais para um júnior», explica Marques Pedrosa, director do futebol do Estrela da Amadora que no final da década de 90 e por estes valores recusou trazer Ronaldinho Gaúcho para Portugal. Corria o mês de Novembro de 1998 quando Roberto Assis, que jogava na Amadora e é irmão do craque brasileiro, perguntou aos responsáveis do clube se queriam trazer Ronaldinho Gaúcho, na altura com 17 anos, para a Reboleira. «Nesse ano tínhamos ido buscar o Assis ao Sporting, que como se dava bem connosco e queria ter o irmão por perto, propôs-nos a sua vinda para Portugal. Garantia que era melhor jogador que ele próprio, que já era um futebolista acima da média», recorda Marques Pedrosa, antigo director do departamento de futebol. Os pais concordaram, mas Ronaldinho pediu «um vencimento bastante alto, 200 contos mensais, casa para viver e», recorda José Maria Salvado, o presidente do clube na altura, «carro, se a habitação fosse longe do estádio». O problema era que Ronaldinho Gaúcho era ainda júnior e no Estrela da Amadora – «nem em nenhum clube em Portugal», garante Marques Pedrosa –, se pagava tanto a um júnior. «No Estrela, um clube de fracos recursos, estes ganhavam apenas uma espécie de subsídio para alimentação e transportes, num total de cerca de 20 contos», explica José Maria Salvado.

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O futebol português... no seu esplendor!