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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Consultório do Pirata - 7ª Sessão: Balanço final do Mundial

O que ficou de Africa? O que será recordado dentro de vinte anos? Bem, talvez as vuvuzelas, o polvo Paul e o par da Larissa.


Ainda assim foi um Mundial interessante. Não tanto pelo futebol jogado, sobretudo porque poupou os adeptos de intermináveis prolongamentos e decisões por penalties. Parece que não mas desde o mundial de Itália’90 que a moda, a partir da fase do “mata-mata”, era jogar para não perder e tentar o apuramento na roleta dos penalties. Na África do Sul, dos 16 jogos a eliminar, somente 4 tiveram prolongamento e, desses, somente dois foram decididos na lotaria, com vitórias de Paraguai e Uruguai sobre Japão e Gana, respectivamente. Aliás, o Gana bisa, dos 4 jogos referidos, 2 têm a selecção africana como protagonista, que eliminaram os EUA no prolongamento e foram batidos pelos uruguaios, no tal jogo em que Luis Suarez se sacrificou para dar as meias finais ao seu País. O choradinho africano, após o penalty desperdiçado de Asamoah, fica na história como a mais idiótica manifestação de mau perder em Mundiais, até parece que cortar a bola com a mão em cima da linha de baliza é algo virgem no futebol.

Na minha opinião apenas seis selecções puderam sair da prova de cabeça bem levantada, como se pode comprovar na tabela seguinte:

São elas: Holanda, Uruguai, Alemanha, Espanha, Gana e Paraguai. Todas elas excederam as expectativas, com a excepção dos espanhóis, que embora tenham ganho a prova, a verdade é que eram apontados como os favoritos, a par do Brasil, e fizeram-no com muita pouca classe, tornando-se os campeões mundiais com menos golos marcados na já longa história da prova:


Factos são factos, e este é um facto relevante: apesar de ter sido um mundial aberto, como há muito não se via, a Espanha optou por comportar-se como uma verdadeira “empata-fodas”, congelando a posse de bola, não com a intenção de fazer golos mas apenas procurando desgastar o adversário para, então, marcar o golo da vitória. Esta teoria tem algo de tauromáquico, bem ao gosto espanhol, mas duvido que se ouvissem muitos olés das bancadas e se pedisse as orelhas do touro, afinal as vitórias foram conseguidas não por estocadas brilhantes e mortais mas somente pelo desgaste, qual toureiro montado a cavalo, picando o animal durante horas até este desfalecer de cansaço. Bem, quem gosta de touradas até pode ter ficado satisfeito, mas para mim meter a bolinha no buraquinho ainda é a parte mais interessante do jogo.

Sendo assim, e até porque a Espanha entrou em prova após golear a Polónia em jogo amigável (6-0, quase tantos golos como nos 7 jogos na caminhada para o título…) com o estatuto de favorita, a par do Brasil, mantenho a ordem da tabela acima, não atribuo aos espanhóis a melhor nota pela performance alcançada, em virtude da mesma ter algo de previsível, tal como previsível foi o amparo, qual bebé, que os árbitros lhes tributaram.

O primeiro lugar fica dividido entre três selecções que alcançaram mais do que à partida lhes era prognosticado, sem bem que no caso germânico, que possuem no currículo 12 participações em meias finais de Mundiais, em 17 participações na competição, fosse algo expectável, pelo menos teoricamente. Mas a forma avassaladora como limparam a concorrência para atingir essa fase foi excitante, tornando-os nos grandes animadores da competição. A Holanda, que fez 17 jogos entre apuramento e fase final, alcançando 16 vitórias e 1 empate (a final acabou empatada aos 90 minutos), teve um comportamento de grande nível, muito embora no que a qualidade e excelência do seu futebol não superasse os seus antepassados, que lograram duas finais na década de 70 do século passado, ou os que brilhantemente venceram o europeu em 1988, inclusive os seus compatriotas que brilharam ao longo da década de 90. Foi uma Holanda mais pragmática do que estávamos habituados a ver, tendo Sneijder e Robben os papeis de desequilibradores, que executaram com grande classe, exceptuando Robben na final, que ficará para sempre na sua memória pelos inacreditáveis falhanços. Já o Uruguai, que muitos nem acreditavam sequer que conseguisse sair da fase de grupos, com muita raça, talento e sorte, que costuma proteger os audazes, lutou até à exaustão por um lugar na história, vendendo caras as derrotas nos jogos das meias finais e de atribuição do 3º lugar. Uma equipa relativamente modesta mas que consagrou um grande jogador, Diego Forlan, um craque a finalizar, a criar jogo e a ajudar os seus colegas na hora de defender e lutar pela posse de bola. É raro assistir a justiça feita pela FIFA mas desta vez ninguém pode nega-lo, Forlan mereceu o estatuto de MVP do Mundial.
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Quanto a desilusões, duas saltam aos olhos de todos, precisamente as duas selecções finalistas do ultimo mundial: a campeã Itália e a vice campeã França. Mas, se no caso dos franceses, dificilmente alguém daria algo por eles, estariam condenados a não fazerem muito mais do que os oitavos-de-final (basta recordar a forma escandalosa como conseguiram o apuramento para a competição e o facto de terem uma besta ignorante como seleccionador...) já a Itália, não partindo (como sempre) favorita ao título, tinha legítimas aspirações a lutar por ele, sendo o mínimo exigível a presença nos quartos-de-final da prova. A forma displicente como entraram em competição contra o Paraguai (ainda assim um empate que não deixou de ter um sabor agradável) não lhes serviu como aviso, encarando os amadoríssimos da Nova Zelândia como uma brincadeira. Pois saiu-lhes cara a brincadeira, novo empate implicaria ter de jogar contra a Eslováquia com atitude até então não demonstrada, muito embora ainda pudessem ceder novo empate para se apurarem. A imagem que fica dos transalpinos foi a de fraco profissionalismo, apenas quando os eslovacos se colocaram em vantagem no marcador se viu, pela primeira vez na prova, a força e qualidade da Itália. Pois foi tarde, e ainda bem que foi tarde, quem despreza e menospreza desta forma os seus rivais não merece complacência, ficou para o album da história dos Mundiais a pior prestação de sempre de um campeão a defender o seu título.
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Participação Portuguesa
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A nossa participação roçou a mediania, ficamos com o mérito da maior goleada da prova (goleada essa que nunca teria sucedido se tivessemos aberto a competição com os norte coreanos ou os tivessemos defrontado no ultimo jogo da fase de grupos, nem é preciso explicar a razão pois não?...) mas não conseguimos marcar um golo que fosse aos restantes oponentes, desde Costa do Marfim passando pelo Brasil e pela Espanha. Adversários dificeis? Evidentemente que sim, mas não foi o Carlos que, após a eliminação da Bósnia, afirmou que queria ser campeão mundial? Contra quem? Coreia do Norte, Panamá e Fidji? Pela boca morre o peixe, esta selecção, ainda para mais comandada por um idiota, já fez mais do que a sua obrigação, passando o grupo. No entanto, se houvesse ousadia no confronto com o Brasil, e tendo a possibilidade de defrontar Chile e não a Espanha, mais uma vez ficou claro o quão errada foi a opção Queirós para comandar uma selecção que na última década tem brilhado nos grandes palcos.


Na sua já conhecida habilidade com as palavras, Queiros afirmou que Portugal saiu da cabeça erguida. Pergunto eu: do que vale sair de cabeça erguida quando se anda de joelhos? Selecção tao pouca ambiciosa nem em 2002, onde o problema principal foi a arrogância com que se encarou os adversários, particularmente os norte americanos. Qual foi o problema na África do Sul? Todos viram a forma como os espanhois festejaram a eliminação portuguesa, eles temiam-nos e não era pouco! Mas temiam que Portugal? Este? O do Carlos? Não, nem por sombras, eles temiam o Portugal que os correu a biqueiro do Euro'2004 por exemplo, o Portugal que tem brilhado nesta década, no entanto o Carlos para além de ter trazido de volta o medo e o receio ainda conseguiu tolher o nosso melhor avançado, Cristiano Ronaldo, que curiosamente só marcou um golo desde que Queiros assumiu os comandos técnicos da selecção. Falta a Queiros liderança, nunca foi um líder a não ser com a criançada, e essa falta de liderança é sentida pelos adeptos mas sobretudo pelos jogadores que pura e simplesmente não o respeitam. Os casos com Deco, Nani e Cristiano Ronaldo, sempre abafados e com constantes desmentidos, não escondem o mau ambiente que se viveu na concentração e estágio da selecção, sobrando da prova a imagem de Queiros, apos o golo da Espanha a vociferar para dentro de campo e, atras dele, de perna cruzada como se estivesse numa esplanada, o brasileiro Deco, positivamente borrifando-se para o que se passava dentro do relvado! É este o espirito que queremos na nossa selecção? E que dizer de Pepe, que no fim do jogo com os espanhois, era só abraços e sorrisos para com os seus colegas do Real Madrid? Acho que ninguem fica admirado com tudo isto, nunca houve uma verdadeira união naquele grupo, que saudades em ver Maniche correndo para Scolari para festejar, o mesmo Maniche que antes tinha sido disciplinado pelo brasileiro por displicência em jogo amigável com a Espanha! A isto chama-se liderança meus caros, e os jogadores são como os cães, se uns conseguem sentir o medo nas pessoas estes conseguem sentir a falta de coragem e disciplina. Mas o futuro falará por mim, seguramente...

Aí está o Tribunal a começar a época 2010/11

Meus caros amigos, estão abertas as hostilidades. Apreciem especialmente, no minuto 1,55:

"Boa noite, hoje não há frango à Roberto!"



Não sei se é do calor, de salmonelas ou da extinta gripe A, mas sinto-me agradavelmente satisfeito por verificar que afinal nem todos os artistas com micro nas tvs são lampiões, então tratar o Jesus por "Jizas" brutal, muito menos piada tem aquele touco de vassoura com 2 metros do Nogueira e tem programa próprio! Obrigadinho por me animarem esta sexta feira!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mundial 2010: Final

Holanda vs Espanha

A final do Mundial, no resultado, não apresentou surpresas, não era só o polvo Paul que dava a Espanha vencedora da competição, todas as casas de apostas do Planeta atribuíam as melhores odds aos espanhóis, incluindo os próprios holandeses não se coibiram em atribuir favoritismo à Espanha.

Então por que é que eu sinto que este foi o maior fajuto campeão Mundial após a Itália de Mussolini em 1938 e a Argentina da Junta Militar em 1978? Bem, ter Angel Villar a comandar a arbitragem na FIFA é um bom motivo, verificar as arbitragens que calharam em sorte (sorte não é bema palavra, mas vou tentar ser simpático), com penalties, expulsões, foras de jogo, tudo a sorrir para o mesmo lado, mais parecia campeonato portugues! Mas o maior roubo foi mesmo conseguir castigar Thomas Mueller, pior ainda que eliminar Portugal em fora de jogo ou permitir que Iniesta desse um festival de megulhos e queixinhas na final, ao contrário de Elia que mesmo sofrendo falta acabou vendo essa jogada transformada em titulo mundial para o adversario. Compreendo agora porque havia portugueses a acreditar na selecçao do Carlos, o que faltava nao era treinador, era um Madail a mandar em arbitros em vez de mandar em... mas o que é que ele faz mesmo, ajudem-me...

Quanto à final, foi um jogo morno, quezilento, com entradas muito duras como a de De Jong, com jogadores a confirmarem o estatuto de "melhores do mundo na sua posição", caso de Iker Casillas, e outros, como Van Persie, demonstrando que nao era só Scolari a teimar com o ponta de lança, quando Pauleta passou o euro'04 a falhar golos, na Holanda foi Van Persie que passou a competição a fazer figuras ridiculas, quando no banco estava Huntelaar e na Holanda estava um Van Nistelrroy que, mesmo reformado, teria feito muito melhor figura.

Robben fez um excelente mundial, até porque esteve, qual Nani, com os 2 pes fora da competição, mas ao contrario do crioulo portugues, arranjou forças e cojones para superar as maleitas e ajudar a sua selecção. Mas como se costuma dizer, no melhor pano cai a nódoa, os 2 falhanços, isolados, que Robben desperdiçou, qual Postiga (ou Hulk, esse tambem nunca marca quando isolado, ja dava para fazer um bom video para os apanhados...), custaram o titulo à Holanda, que é da selecções mundiais ainda sem titulos a que mais o merece, inquestionavelmente! É certo que no segundo falhanço a culpa é do arbitro que nao viu (correcção, viu mas fingiu nao ver) o agarrão de Puyol, que teria valido um livre perigoso à entrada da area espanhola (algo parecido com os 4 ou 5 livres atribuidos generosamente pelo arbitro aos espanholados) e a respectiva expulsao do defesa. Ainda assim nao se pode desculpar a forma como Robben permite a intervençao de Casillas, até porque o holandes, em toda a competiçao, primou por remates sempre colocados. Desta vez, com o GR tombado, optou por um remate quase a meio da baliza...

Mas nao foi só Robben, David Villa que ao longo da prova revelou grande sentido de oportunismo, a verdade é que chegado o momento da verdade, nas meias finais e na final, praticamente desapareceu de campo, surgindo apenas para falhar um golo certo! É um bom avançado, o melhor da Espanha, mas cuidado com a sobrevalorização, basta olhar para o parceiro Fernando Torres e perceber que o patamar onde o tinham colocado era claramente acima do seu real valor.



A fúria expressa no rosto e gestos de Sneijder têm toda a razão de existir, Howard Webb, tirando o caso da expulsão evitada a De Jong (e acredito que apenas assim agiu para proteger o espectáculo da final, um jogador a menos aos 30 minutos ainda resultaria na repetição da meia final da Champions em Nou Camp, alguém iria querer ver aquele espectáculo anti futebol all over again? Aceito a decisão do árbitro, a menos evidentemente que Xabi Alonso tivesse sido substituído!) decidiu sempre a favor da Espanha, sobretudo após o intervalo, deixando a suspeita no ar: quem o visitou nesses 15 minutos de descanso, quem achou por bem que estaria na altura de compensar a Espanha até ao último suspiro de jogo? Angel Villar? Evidentemente que não, mas andamos todos a dormir, Antónios Araujos existem em toda a parte, ou pensam que em Portugal é que se inventou a fórmula?...

Iniesta é um grande jogador que sempre admirei, mas a partir do jogo da final vou olha-lo com outros olhos, é inacreditável a fama que alguns têm de mergulhadores e simuladores (o nosso CR é a referência padrão) e outros têm enorme proveito! Iniesta passou a partida a tentar arrancar faltas nas proximidades da area adversária e, não satisfeito, sempre a gemer qual virgem na primeira noite para amarelar e avermelhar os adversarios. Estranho, pensava que ser melhor do mundo significaria vencer adversários de forma leal e honesta, 11x11, mas eu de Espanha nunca espero grande coisa, ao contrário de outros portugueses.

Wesley Sneijder teve uma época de 2009/10 verdadeiramente assombrosa. Já filmes serem feitos em Hollywood com argumentos muito inferiores, que dizer de um jogador que em Julho de 2009 é dispensado e humilhado publicamente pelo presidente do seu ex clube, que viaja para um novo País e nova realidade, que recupera a vontade de jogar, tendo um treinador que além de extrair o melhor que possui ainda lhe desenvolve outras áreas menos conhecidas, como a agressividade na conquista da bola, um jogador que parte em conquista dos maiores trofeus em disputa na Europa e que chega ao Mundial de África com a possibilidade de um feito rarissimo: conquistar tudo, absolutamente tudo! Faltou um árbitro à altura do desafio, faltou um treinador mais sagaz de modo a compreender a fórmula de combater aquele futebol de empata-fodas para espanhol ver, enfim, faltou muito pouco para Sneijder inscrever o seu nome na história do futebol mundial. Ainda assim, e apesar de todos os lobbies existentes para eleger pulgas e anões como os melhores do mundo, espero bem que haja bom senso na gala da FIFA no próximo Dezembro: World Fifa Player of The Year: evidentemente Snijder, Wesley Sneijder.

Há um espanhol que simpatizo. Don Vicente, o único que domou a besta apelidada de Galácticos! Sim, ao contrári odo mito cuja origem só pode vir do bueiro de Barcelona, os Galácticos tiveram um era de sucesso, onde venceram tudo, com futebol sem takas nem tikas, ou melhor, com essas tangas mas igualmente golos, muitos golos! Vicente Del Bosque foi convidado a sair de Madrid para entrar o supra sumo da nulidade, o nosso Carlos. Há decisões históricas que ficam para sempre como grandes mistérios da Humanidade, essa será sempre uma delas. Mas Del Bosque soube esperar, nunca teve uma palavra amarga nem ressentida e, mesmo levando com o Luis "40 anos sem ganhar nada" Aragones, o unico espanhol que torceu pela Holanda na final (parabens aos espanhois, ainda assim bem melhores que os largos milhares de pseudo-tugas que torceram pela Grécia em 2004, apenas para poderem festejar a frase "o Baia é campeão europeu, e o Scolari?", conseguiu ter uma selecção unida, como ele próprio fez questão de referir no final da prova, algo que não consegue quem quer (não é Carlos?) mas sim quem tem competências para tal.

Palavra final para a África do Sul, que conseguiu organizar com competência a segunda maior prova desportiva mundial, ogo após os Jogos Olimpicos. Tirando o estado dos relvados e o barulho das vuvuzelas, que poderiam ter sido evitados, a competição decorreu sem escandalos nem problemas de violência, algo que o Mundo temia com motivos reais. Parabens para os sul africanos, em especial para Nelson Mandela que soube esquecer rancores e perdoar em nome do futuro de um País que pode ser o motor económico e financeiro de África, assim as diferentes saibam conviver como o demonstraram neste mês de competição.

domingo, 11 de julho de 2010

Espanha no topo do mundo…ganhou o futebol!!!!!!

Capturar2

Capturar

Mundial 2010: Atribuição 3º Lugar

Uruguai vs Alemanha



Vitória natural da Alemanha, pese embora tenha sido a selecção uruguaia quem mais se entregou ao jogo, não se estranhando tal facto, afinal estamos a falar de uma selecção que há 40 anos não se via metida nestas lutas, enquanto que para os alemães a real luta está nas finais, não em finais de consolação. Ainda assim, sem espanto, em 4 jogos de consolação, os alemães venceram 3. Competência e competitividade, algo que falta em larga escala a Portugal, que poderia aprender mais olhando para os seus irmãos europeus e menos para os irmãos de sotaque.

O jogo iniciou-se à imagem do que fizeram as duas selecções ao longo da prova: Alemanha à procura do golo desde o início, Uruguai na espectativa. Não espantou a primeira ocasião com a bola na barra por Friedrich e o golo de Muller ainda na primeira metade da primeira parte.

Com 1-0 no marcador a favor dos alemães o mais esperado seria o desenrolar do jogo caminhar para mais uma chapa 4. Errado, a selecção uruguaia primou por deixar ficar ao Mundo a sua imagem de marca: antes quebrar que torcer! Brilhante reacção, muito embora boa parte da responsabilidade seja da displicência de alguns jogadores alemães, de Bastian no golo de Cavani e de Oezil no golaço de Forlan, para a reviravolta no marcador. Mas atenção, nada disto retira o brilho à actuação dos sul americanos, que com a sua habitual garra e crença não permitiram o passeio dos alemães.




Espantoso o Mundial de Diego Forlan, ainda mais espantoso como um jogador do seu calibre consegue estar a jogar num clubezeco sem expressão. Pensava que o único burro se chamava Paulo Futre, acorda Diego, mereces mais e, sobretudo, merecem mais os adeptos do teu futebol!


Sami Khedira é uma das revelações da prova, se não mesmo A revelação. Grande centro campista, dotado de capacidade para ser o trinco da equipas mas que, surpreendentemente, surgiu neste jogo numa missão "box to box", com grande classe. Já foi associado ao Real Madrid, não é de admirar, José Mourinho costuma escolher alguns nabos (e este ano ja la tem um, de nome Maria) mas também tem um olho clínico, e como o Real Madrid precisa de alguém competente para a posição ocupada por Khedira.

Thomas Mueller não engana, tem o futuro nos seus pés, e na cabeça, que terá de ter para saber lidar com a fama que 2010 lhe está a dar, ele que tem somente 21 anos! A exibição neste jogo, mais uma a juntar às 5 anteriores, bem como os seus 5 golos, só vem demonstrar a sacanagem de Angel Viller e seus comparsas, que escandalosamente o retiraram das meias finais da prova.


Mesut Oezil tem pinta de craque, mas deslumbra-se com facilidade. Já o conhecia do Werder Bremen, os seus jogos da fase de grupos surpreenderam-me pela positiva, mas assim que começou a fase do "mata-mata", Oezil caiu de produção de jogo para jogo, encaminhando o seu futebol para as inconsequentes jogadas e malabarismos individuais, perdendo a Alemanha com essas atitudes. Ainda é muito jovem, poderá corrigir essa tendência à CR7, até porque joga pela Alemanha e não por Portugal, logo terá um treinador que saberá corrigir-lhe as extravagâncias em prol do colectivo, mas é impossível negar esta evidência: onde teria chegado esta Alemanha com Mueller disponível nas meias finais, com Oezil sem tiques de vedetismo e com Podolski e Klose a 100% fisicamente? Ao título, seguramente.

Por falar em Miroslav Klose, lamento a sua impossibilidade de jogar o encontro que lhe poderia ter valido um lugar na história dos mundiais: ficou a somente um golo de igualar Ronaldo no topo dos melhores marcadores na história da prova. Ainda assim, com 14 golos (5+5+4) distribuidos de forma equitativa nas suas três participações, fica como o mais regular marcador de golos da competição. E, quem sabe, em 2014 com 36 anos, não vai a tempo ainda de dar um jeito de corrigir esta injustiça histórica?


Oscar Tabarez é um veterano treinador uruguaio, cujo ponto alto tinha sido uma passagem pelo AC Milan. Entrou em prova sem ninguém (excluindo os uruguaios, obviamente) dar muito por ele e pela sua selecção, mas conquistou o respeito dos adeptos mundiais, com muita competência soube organizar uma equipa, colocando os jogadores certos nos lugares certos. Teve alguma sorte, sobretudo com o Gana, mas sai da competição valorizado, por muita garra que os jogadores tenham, se o treinador for um morcão como o Carlos é certo e sabido que grande parte dessa garra acabará trucidada nos medos e receios do treinador. Parabens pois a Tabarez.


2014 ainda vem longe, e não se deve fazer previsões a tanta distância, até porque em 2008 a Holanda nem sequer conseguiu apurar-se para o Europeu e agora está a um pequeno passo do titulo mundial. Ainda assim arrisco dizer o seguinte: fixem os jogadores da foto acima, grande parte deles estarão no Rio de Janeiro para disputar a final de 2014. E não é palpite de polvo, é de Pirata mesmo!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mundial 2010: Meias-Finais (2)

Alemanha vs Espanha



Num jogo considerado por muitos como a final antecipada, a Espanha superiorizou-se à selecção alemã desde o primeiro minuto de jogo, controlando a posse de bola e o ritmo de jogo.


Só uma novidade em destaque no onze espanhol, a entrada de Pedrito do Barcelona para o lugar do inconsequente Fernando Torres, grande responsável pela conquista do Euro'08 pela Espanha mas que estava, há muito, a mais na equipa titular.


Do lado alemão existia uma baixa de vulto, algo semelhante a faltar Xavi à selecção espanhola. Thomas Muller, o jovem Muller cujo ano de 2010 tem sido simplesmente soberbo, é na actualidade um dos melhores jogadores mundiais, seja a distribuir jogo, a finalizar jogadas e como primeira linha defensiva da equipa. Está aqui um jogador que poderá ser uma mistura de Matthaus, Ballack e Klinsmann, um fora de serie, se mantiver a cabeça no lugar tem muito a dar ao futebol. Quem nao pensa desta forma será certamente Angel Villar, o carniceiro espanhol que distribuiu os arbitros a seu bel prazer neste mundial, é impressionante como a Espanha chega ao jogo decisivo apenas com um cartão amarelo, enquanto Muller se viu impedido de alinhar nas meias-finais por ter jogado a bola com o peito, tendo o arbitro ajuizado que foi braço, vindo conveniente o cartão que o afastou do jogo seguinte...



Foi um jogo entediante, de um lado uma Alemanha manietada pela teia espanhola, incapaz de ter a bola e de sair em rápidos contra-ataques, denotando receio em ser surpreendida. Do outro lado uns irritantes espanhois com o seu tiki-taki-tuki-tudori-putilálá-rococo-taka, ou seja, bola pro lado, bola pro lado, bola pra frente, bola pro lado, bola pra tras, bola, bola, bola, chegando o espectador a esquecer-se que o jogo tem balizas! Portugal chegou a ser conhecido como o campeão mundial do futebol sem balizas, a diferença entre esse Portugal e esta Espanha tem um nome: David Villa, o único que sabe fazer cumprir o objectivo numero um do futebol: meter a bola na baliza.


O golo de Puyol, obtido com invulgar facilidade, esquecido pelos alemães na marcação, colocou um ponto final no vencedor, ao contrário do que é costume quando de um lado se encontra uma selecção alemã, ninguém acreditaria ser possível esta Espanha que adora ter a bola consentir um golo quando se encontra em posição de vantagem. Mas a verdade é que não estamos na presença de uma equipa invencível, os jogos anteriores neste mundial mostraram uma Espanha debil e com pontos fracos, mas Joachim Loew, que ja tinha perdido a final do euro'08 contra a selecção espanhola, pura e simplesmente bloqueia frente à sua nemesis, deixando assim uma pálida imagem, depois de uma campanha a roçar o brilhantismo. Mas se até o Carlos conseguiu bloquear os espanhois, bastava ter observado um pouco o jogo de Portugal, penso eu de que...



Bastian Schweinsteiger hipotecou definitivamente a possibilidade de terminar o ano como novo numero um mundial, mas este é o seu ano, deixou finalmente de ser visto como uma promessa de grande jogador para entrar na galeria dos craques mundiais. Conduziu o seu Bayern nos títulos internos e à final da Champions, foi líder da selecção alemã na ausência de Michael Ballack, revelando ser um tremendo jogador quer actuando no clube quer na selecção, convenhamos, não assim tantos os que se superam a esse nível. Faltaram-lhe Muller e o ausente Ballack, sozinho perante aquele meio campo espanhol e com Oezil armado em Cristiano Ronaldo, jogando para o ecra gigante do estádio com as suas fintas inconsequentes, Bastian foi impotente, não deixando porém de lutar até ao fim em busca do empate. É disto que são feito os verdadeiros craques, e no fim ninguém o ouviu questionar o seu seleccionador seguramente, aliás a imagem de Puyol cumprimentando o alemão prostado mostra bem o que ia na alma de Bastian, que sabe o peso que tem a camisola que enverga, 12 vezes semi finalista em 17 participações!

Don Vicente, assim conhecido sobretudo em Madrid, foi injustamente acusado por muitos espanhois, sobretudo os da catalândia, que devem andar com tremendo fastio. Já para não falar do avô cantigas do Aragones, que pelo facto de ter sido campeão europeu com a Espanha, unico sucesso obtido numa carreira de 40 anos como treinador (nem o Burrualdo...) achou-se no direito de criticar a torto e a direito Vicente Del Bosque, conhecido pela sua postura apaziguadora, calma e tranquila. Pois bem, ficou provado que nao foi por acaso que Del Bosque foi o unico treinador capaz de alcançar sucessos inigualáveis com os galácticos do Real Madrid, está muito perto de se sagrar campeão mundial pela Espanha, e adorava ver a cara do Aragones quando isso acontecer, provavelmente será um dos que até vão estar a torcer pela Holanda, esses e os catalandeses, mas a esses ninguem lhes dá ouvidos...

O Paul lá continua certeiro, foram 6 palpites certos até ao momento, nem um único falhado, falta só confirmar a Alemanha na 3ª posição e a Espanha campeã para termos um animal, que não o Rui Santos, a opinar com certezas no futebol. E esta hein?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mundial 2010: Meias-Finais (1)

Holanda vs Uruguai






Numa meia final emotiva até ao fim dos 3 minutos de compensação dados pelo árbitro (que acabaram por ser praticamente 5, para desespero dos holandeses) a selecção laranja apurou-se para a sua 3ª participação em finais de Mundiais de Futebol, esperando que se faça juz ao ditado: à terceira é de vez!





As equipas apresentaram os esquemas tácticos aguardados, sem surpresas de maior, destacando-se a ausência de Luis Suarez no Uruguai (a mãozinha marota valeu-lhe o vermelho mas valeu ao seu País pelo menos o 4º lugar na competição), e a entrada de De Zeeuw no meio campo holandês, para ajudar Van Bommel nas missões defensivas, sobretudo parar Forlan.


O jogo começou como esperado, com a Holanda a tomar conta do jogo, o Uruguai na espectativa, valendo a favor do espectáculo o facto dos holandeses terem marcado cedo... e que golaço, Giovanni Von Bronckhorst aplicou um remate estupendo, para um dos melhores golos do torneio!

Em vantagem seria de esperar maior controlo de posse de bola holandesa ou, em contrapartida, cedência da mesma aos uruguaios, com vista a aproveitar os espaços nas costas dos defesas sul americanos. Pois bem, nem uma coisa nem outra, os holandeses pura e simplesmente acreditaram que o mais dificil estava feito e seria apenas uma questão de tempo até o jogo acabar e o apuramento para a final estar consumado. É este, quanto a mim, o principal defeito da selecção laranja, nao sabe controlar o ritmo de jogo, é excelente a jogar em direcção à baliza contrária ou a aproveitar rápidos contra ataques, mas sofre imenso quando submetida a pressão e quando o adversário opta por se desligar do jogo, permitindo um falso relaxamento. A Holanda já teve muito melhores selecções no seu passado, quer no final da decada de 80 quer durante toda a decada de 90, já para nao mencionar a fabulosa laranja mecânica da decada de 70, mas a realidade é esta: goste-se muito ou pouco, estes rapazes estão a um passo de conseguirem o que os seus antepassados na selecção nao conseguiram, quer seja pela falta de competitividade dos adversários quer seja por motivos extra futebol, nao arbitrais mas sorte, por exemplo, que todos precisam, nao vale a pena nega-lo! Mas é preciso realçar o seguinte: estes sujeitos fizeram um apuramento incolume, 10J 10V, e neste Mundial seguem com 6J 6V. Ou seja, se conquistarem a competição terão realizado 17J e contabilizado, na pior das hipoteses, 16V e 1E! Existirá maior consenso do que este?...

Do lado do Uruguai existe um jogador fabuloso, que por obra do destino falhou no Manchester United mas que tem brilhado em todo o lado por onde passa desde então: Diego Forlan. Que jeitaço teria dado a Portugal, por exemplo, não só é um executante temível como é um verdadeiro companheiro de equipa, sempre a lutar pela posse de bola e a ajudar a equipa como primeiro defesa. Com o golo obtido perto do intervalo, recolocando o Uruguai na disputa pela presença na final, merecia ter a honra de participar naquele que é considerado por muitos como o jogo da vida de um jogador. Lamentável Oscar Tabarez ter-se resignado e retirado Forlan ainda com 10 minutos por jogar, naquele assomo final nao sei se não teria acontecido um memorável 3-3 com Diego em campo...



A segunda parte foi nervosa, com os holandeses a temerem pela sobranceria apresentada em larga parte do primeiro tempo e com os uruguais a acreditarem ser possível passarem para a frente do marcador. A beleza do futebol consiste nisto mesmo, uma equipa até pode ser superior à outra no papel, mas depois dentro do campo, devido às muitas vicissitudes que ocorrem durante os 90 minutos, tudo pode mudar. Acredito seriamente que, se o Uruguai tem feito o 2-1 a Holanda teria sucumbido. Mas tal nao se verificou, uma vez mais devido à genialidade de um jogador que merece ser coroado com MVP de 2010: Wesley Snider, simplesmente brilhante a comandar a armada laranja! Mais um golo, mais uma exibição monstruosa, mais uma prova do erro monumental cometido pelo Real Madrid, que foi trocar Snider por Kaka!

Com 2-1 e vinte minutos para jogar o Uruguai nao poderia perder tempo em busca do empate, mas Robben, 3 minutos após o 2-1, magistralmente marca um golaço de cabeça, dando por terminado o encontro. Verdade? Seria, pois, até Forlan foi substituido, mas Maxi Pereira, com um golo aos 92 minutos, deu esperanças à sua selecção e permitiu que esta meia final ficasse registada como uma partida de elevada carga emocional.


Sem surpresa a escolha de Sneijder, a caminho de ser o FIFA World Player of the Year 2010



Parabens ao Uruguai, entraram em prova sem darem muito por eles e vão acabar, na pior das hipóteses, no 4º lugar. Brilhante! E, já agora, Luis Suarez ainda está no Ajax, estão à espera que chegue aos 30 anos como Diego Milito?


Van der Vaart surge na foto mas apenas porque tem uma mulher que é um autêntico helicoptero, quanto ao resto não está aí a fazer nada. O destaque vai mesmo pro anão Wesley e pro careca Arjen, uma dupla explosiva que pode valer um título mundial, desde que o resto da equipa não comprometa, a começar no guarda-redes...


Assim é que é bonito, festa no túnel mas com jogadores a festejar sem pontapés, stewards sossegadinhos e camaras de tv com livre acesso pro ze do sofa poder observar. E estamos em Africa...