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terça-feira, 28 de novembro de 2006

Liga BWin - 11ª Jornada

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Vi somente o jogo do Sporting na Figueira da Foz, um jogo onde a Naval provou ser equipa de Primeira Divisão e onde Ronny, com um petardo simplesmente fabuloso desempatou um jogo que caminhava para o empate, que não seria injusto em virtude de todo o trabalho desenvolvido pelos navalistas. No entanto, e enquanto Paulo Bento efectuou substituições procurando a vitória, Fernando Mira optou, nos ultimos 20 minutos, por preservar o empate. Não posso condenar a atitude final da Naval, até porque a responsabilidade era toda do Sporting, mas tendo em conta o que se passou até aos 70 minutos e tendo em conta a diferença de potencial entre as equipas, o empate era justo!

Na Luz o Benfica venceu merecidamente o Maritimo que, ao ter em Marcos o melhor jogador do encontro, evidencia bem o sentido do jogo. O que é de condenar é a atitude de João Ferreira, que expulsa Marcinho mas não mostra um unico cartão a Anderson! E 2 cartões era o minimo que merecia, sendo que segundo as leis é também o máximo que pode levar. Sendo assim, está tudo dito...

No Restelo jogou-se à bola. Ou terá sido um jogo de pontapé na bola. Futebol não foi seguramente, uma vez que à mesma hora consolava-me a ver FUTEBOL na SportTv, com o jogo entre Manchester United e o Chelsea. No Restelo assistiu-se a um ritual moderno, que começa na homenagem ao Pepe (um jogador da decada de 20 do milenio passado...) por parte do Porto e que prossegue com o tradicional baixar de calças dos jogadores belenenses. Só houve um treinador que nunca aderiu a esta tradição pagã, um tal de Marinho Peres, mas vá lá perceber-se porquê, logo ele que colocava sempre o Belenenses em lugares tranquilos, foi despachado! Fiz muitissimo bem em não perder tempo a ver 90 minutos de frete entre comadres e assisti a um excelente espectaculo inglês. O que não invalida duas coisas: o Porto mesmo jogando mal venceu com inteira justiça e... que faz o Belenenses na Primeira Liga? Muito se deve ter trido o Fiuza, o mais certo é para o ano termos um escaldante Gil Vicente vs Belenenses na Segunda Liga.

Foi, enfim, uma jornada tranquila. O destaque vai para o Estrela da Amadora que empata no Bessa (e com um pouco de sorte até ganhava...) e, em duas jornadas, duplica os seus pontos, sainda da zona de descida de divisão. Para uma equipa que acreditava ser grande candidata ao último lugar... é uma reacção em força!


domingo, 19 de novembro de 2006

Liga BWin - 10ª Jornada


Começando pela Madeira, o Sporting venceu o Maritimo com um belissimo golo marcado por Tello, num lance em que seria especialista, se jogasse num País decente. Em Portugal, onde desde André Cruz que os arbitros se habituaram a colocar a barreira a distâncias ridiculas nas raras ocasiões em que marcam livres directos à entrada da area a favorecer o Sporting, pedir a Rodrigo Tello eficácia é o mesmo que pedir a Pinto da Costa para não convidar arbitros para chã e bolachas. Há coisas que não mudam por muitos anos que se passem...

Mas voltando ao jogo, o Sporting jogou com atitude e, ao contrário do jogo de Aveiro, não colocou no pensamento o jogo da Champions. A primeira parte foi de dominio absoluto e, embora as oportunidades desperdiçadas pelo Maritimo na segunda metade, creio que o resultado assenta na perfeição há equipa que lutou durante 90 minutos pela vitória. Mas o Maritimo vai pelo bom caminho e, com esta atitude, não será facil a Benfica e Porto jogarem na Madeira.

Para acabar uma palavra para Bruno Paixão. O jogo, ao contrario do que os 2 palermas da TVI (então um deles deveria estar com uma dor de corno desde sabado...) fizeram crer, estava a ser muito bem arbitrado. Na primeira parte Abel tem contacto com a bola dentro da area e Bruno Paixão, mesmo sem tv, conseguiu ver aquilo que esses dois artistas não conseguiram: a bola embate na mão! Já o penalti assinalado a favor do Maritimo é de bradar aos ceus! mas desculpo Bruno Paixão por um motivo: o cornito contratado pela TVI fez questão de dar o beneficio da duvida e insistir em que foi falta, há falta, a falta é evidente! Bem, nada que um ou dois supositórios não lhe curem a ressaca minhota...

Avançando para o Porto, jogo que vi acompanhado por portistas, foi evidente a poupança para Moscovo. Se duvidas houvesse em como o campeonato é nivelado bem por baixo, a atitude submissa e encolhida da Académica, perante um Porto em estado melancólico, é a prova de que o que o campeonato precisava era de 10 equipas e 4 voltas! Dariam 36 jornadas e livrar-nos-iamos de equipas sem ambição e coragem, nem mesmo quando o adversário assume uma postura de abade após almoço! Mereceu a Académica perder o jogo, mesmo que o primeiro golo do Porto seja precedido de 2 situações irregulares (mão e fora de jogo) e mesmo que Lucho tenha feito por merecer a expulsão quando pisa ostensivamente os gemeos da perna de Helder Barbosa. É que, mesmo que o arbitro tivesse avaliado correctamente, o mais certo seria o Porto marcar por Pepe aos 85 minutos e ganhar por 1-0! Pobre campeonato português...

(foto gentilmente cedida pelo Mitico)
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Para fim fica a capitulação do Benfica. A batalha do Guadiana em Agosto já tinha dado a imagem de um bando de soldados rasos, sem arte nem engenho para grandes feitos e, pior, comandados por um general medroso. As cabazadas dos 3 sucedem-se a um ritmo alucinante. Perante um Braga sem Marcel (fez birra antes da chegada do seu patrão... que conveniente...), com um novo treinador e vindo de uma sucessão de maus resultados (só se salvava o Liberec), não esperava ver o Benfica levar mais 3 pazadas, mas pelos vistos dou-lhes mais crédito do que lhes é devido! Pior que levar mais 3 no saco é ter plena noção que não tiveram a minima hipotese, tal como já havia sucedido no Bessa. Este Benfica poderá ser campeão, mas só em triatlo feminino.

Uma palavra final para Braga e para os adeptos do Sporting Braga. Nunca pensei ouvir sonoros olés num jogo frente ao Benfica! E dirigidos ao Benfica! Naquele estádio estiveram mais bracarenses que benfiquistas e este é um passo fundamental para a ascenção do Braga enquanto clube com aspirações a algo mais que esporádicas participações europeias. Para se imaginar um Braga campeão nacional nos próximos 10/15 anos, é necessário uma boa gestão, boa formação e sobretudo apoio humano. O Boavista tinha as duas primeiras condiçoes mas falhou sempre no apoio humano. Sobrou-lhes no entanto a ajudinha nos centros de poder e decisão. Partindo do principio que o Braga não terá tal sorte, é bom ver que começa a surgir uma nova mentalidade em Braga e no distrito de Braga, onde ser-se adepto do Braga ou Guimarães é uma primeira opção e não um segundo amor.
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PS:
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Menção honrosa pro puto Rui Patrício. Chegar à baliza leonina aos 18 anos e fazer uma exibição categórica, onde se inclui a defesa de um penalti, é de craque! Não sei se a criançada em Alcochete come papas Nestum ou outra coisa qualquer... mas tem de haver um segredo bem guardado para esta multiplicação de talento! Quem será o próximo?

sábado, 18 de novembro de 2006

Adeus Major!

Despediu-se ontem deste Mundo um dos melhores futebolistas de todos os tempos. O hungaro Ferenc Puskas, o Major Galopante, figura de proa da selecção hungara que encantou o Mundo na decada de 50 e do Real Madrid, preponderante no dominio avassalador dos merengues nas primeiras edições da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Aos 79 anos de idade, o homem que disse um dia “"Para mim, o futebol foi mais do que a própria vida!" despede-se novamente de todos, desta vez definitivamente, 40 anos após a sua última aparição nos relvados.

Nascido em Budapeste, em 2 de Abril de 1927, no bairro de Kispest, Ferenc Puskas, de ascendência alemã, cresceu desde menino junto ao campo de futebol do Kispest AC, onde começou muito novo a dar, sempre acompanhado o seu grande amigo Bozsik, os primeiros toques na bola calçando chuteiras, nessa altura pesadas demais para o seu tamanho. Com 16 anos, em 1943, estreou-se na primeira equipa, já na Iª Divisão húngara, sob as ordens de seu pai, que foi treinador do Kispest até perto dos anos 50, data da sua morte. Em 1945, com 18 anos, foi, pela primeira vez, internacional pela Hungria, contra a Áustria. Intregrado, a partir de 1949, no grande Honved, tornou-se em pouco tempo, uma grande estrela do futebol magiar, então a viver a sua idade de ouro. Chamavam-lhe o Major Galopante, porque sendo o Honved a equipa do exército todos os seus jogadores eram oficialmente militares e Puskas tinha, artificialmente, a patente de Major. Em toda a sua carreira, fez 84 jogos e 83 golos pela Hungria, sagrando-se campeão olímpico em 1952 e vice campeão do mundo em 54. O seu futebol tinha duas grandes armas: velocidade e um pé esquerdo fabuloso. Quando os tanques soviéticos esmagaram Budapeste, Puskas decidiu não regressar, seguindo para Vienna, onde se reuniu com a sua família que então fora ter com ele. Inclemente, a FIFA, pressionada pela Federação húngara aplicou-lhe um castigo de 18 meses sem jogar.

Quando terminou o castigo, em Julho de 1958, Puskas estava com 31 anos e tinha engordado 18 quilos. Os grandes clubes não se interessaram pela sua contratação. Foi então que surgiu o Real Madrid. Em Madrid, Puskas, entre 1958 e 1966, fez 372 jogos e marcou 324 golos, sendo 5 vezes campeão espanhol e 3 vezes campeão europeu. Entre a Hungria e a Espanha, de 1943 a 1966, apontou 511 golos em 533 jogos oficiais. Naturalizou-se espanhol e alinhou pela Selecção da Espanha em 4 jogos do Mundial-62, ficando então conhecido como Pancho Puskas. Retirou-se dos relvados com 39 anos.

Episódios Curiosos:


1. O ano de 1971 marcou o inicio da lenda de Cruyff. Em Wembley, o Ajax vencia o Panathinaikos e conquistava a sua primeira Taça dos Campeões Europeus. No entanto, apesar do talento de El Flaco, para muitos que estiveram presentes a principal memória reporta aos minutos antes do jogo, onde, durante cerca de meia hora, o relvado fora pisado por um mago de outras eras, Puskas, pois claro, ao tempo treinador do campeão grego, que durante o período de aquecimento ao guarda redes Ikonomopoulos deslumbrou as bancadas repletas com um festival de remates fora da área que terminavam invariavelmente no fundo das redes. Para muitos foi aí que o Panathinaikos começou a perder o jogo (derrota, 0-1), como mais tarde o próprio guarda redes helénico admitiria num desabafo: se levo golos do velho, o que me espera frente a Cruyyf, Kaiser, Muhren e companhia? Nesse tempo, o major galopante, já tinha 44 anos mas continuava, como até hoje, a passear o mesmo porte com o cabelo reluzente cheio de brilhantina.

2. Conta Best, no seu livro As minhas histórias de futebol favoritas, que quando há anos foi com outras estrelas do passado visitar uma escola de futebol, notou que um dos grupos de miúdos resmungava com a sua sorte: Com tantos craques logo a nós nos havia de calhar este velho gordo e baixote. Best reparou, chamou tal figura e pediu-lhe para, diante da plateia, matar a bola no peito e, a cerca de 30 metros da baliza, chutar á barra. Dito e feito. Repetiu o truque uma e outra vez. Depois, quando lhe pediu, parou a bola no calcanhar, levantou-a suavemente e, com um tiro colocado, colocou-a no baliza mesmo junto ao ângulo. Num ápice os miúdos ficaram boquiabertos. Mas nem sabemos o seu nome, Coach!, disse um míudo. De dedo espetado, Best olhou para o petiz futeboleiro e disse-lhe com solenidade: Eu, posso-o tratar por tu. Para vocês, ele é Mister Puskas!


Fica uma mancha na sua fantástica carreira: a derrota na final do Mundial de 1954, frente à RFA. E digo mancha porque na fase inicial da competição a Hungria ganhou por 8-3 a essa mesma RFA e na final estreve a vencer por 2-0 para perder por... 3-2! Uma das maiores injustiças da história do futebol mundial o facto dessa equipa hungara não ostentar o titulo de campeã mundial apesar da sua evidente superioridade sobre as demais adversárias! Com o inicio da revolução de veludo na Hungria foi o final desta equipa de sonho. Até Sempre Major Galopante!


sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Postura ou não Postura: Eis a Questão!

Vem este tópico a propósito do último jogo da selecção. Não propriamente sobre o jogo em si, mas sobre o que se passou após a conclusão do mesmo, quer na flash-interview após o jogo, quer nas entrevistas posteriores aos atletas. E como se trata de um assunto que já queria debater há uns tempos, lanço aqui a discussão do mesmo.

Mas este é um blog de futebol e como tal comecemos primeiro pelo futebol. A selecção portuguesa venceu tranquilamente a congénere do Kazaquistão, sendo que o resultado só não atingiu a meia dúzia porque a Amélia Gomes esteve desinspirada (deve estar naquela altura do mês…). E para terminar sobre futebol jogado dentro de campo queria saber se é possível a um seleccionador marcar golos sentado no banco (e já agora se de pé, encostado ao banco, as suas chances aumentam?). É que a crónica de um jornalista d’ABOLA, criticando Scolari pelos parcos 3 golos marcados, dá ideia que sim. Estes artistas da escrita, sempre tão relutantes a criticar (mesmo que ao de leve) as prima-donas cá do burgo (se a Amelia marcasse os 3 que lhe passaram em frente ao nariz, será que 6-0 já era suficiente para o tal jornalista?...), ganham asas quando o assunto é malhar no Felipão.

Agora sim o tópico do post: A postura de profissionais milionários do pontapé na bola perante perguntas básicas dos jornalistas (também eles básicos o suficiente, mais parecendo que estão à porta do infantário a questionar garotos se o puré de batata do almoço estava bom…).

É de mim ou a presença de um microfone na cara de um jogador de futebol é motivo para se coçar as orelhas e/ou coçar o nariz e/ou passar a mão pelo cabelo e/ou mexer no brinquinho? Alvo desta minha observação: Cristiano Ronaldo, mas poderiam ser outros. Por certo viram as declarações pós jogo do puto maravilha. Já nem falo das banalidades que lhe saíram da boca, sinceramente nunca espero grande coisa. Mas aqueles tiques todos não seriam desnecessários? Não estamos a falar de alguém que nunca teve contacto com uma camera de TV! Este é o meu primeiro motivo de observação.

O segundo motivo tem Nelson como alvo. Questionado perante a situação que vive actualmente José Veiga, para além dos tiques atrás referidos em Ronaldo, baseou a sua resposta em afirmações que estou certo o Gervásio, o tal macaco que aprendeu a reciclar em 15 minutos, também saberia utilizar se possuísse capacidade para se expressar por palavras. “O grupo está de corpo e alma com Veiga” é o quê afinal? Não é por nada, mas para bestialidades prefiro a do Ali Babá, a do “Abre-te Sésamo”! E Nelson usou outras expressões que agora me escapam da memória, não podendo recorrer aos jornais uma vez que estes, não sei porquê, maquilham em bom português os discursos dos jogadores.

Então é assim: os jogadores estão habituados à presença dos jornalistas e a questões em directo para a televisão. Os jogadores têm hoje em dia extremo cuidado com a aparência, sendo que observar cromos da década de 70 ou 80 só pode dar vontade de rir perante a imagem de homens da caverna de alguns deles. Os jogadores vestem fatos de primeira classe, ornamentam-se com jóias de elevado quilate, a postura é de ídolo pop e as viaturas só ao alcance das melhores bolsas. Se isso não bastasse têm agentes que cuidam da sua imagem e lhes escrevem “autobiografias” bem como sites pessoais. Ora, seria pedir demasiado que esses agentes de imagem os ensinassem a não mexer na tromba enquanto falam? E que não usassem o típico discurso de trolha da Areosa, pré gravado, sempre que lhes colocam questões? É difícil ao Petit livrar-se da imagem de bronco, já não vai sequer a tempo. Mas ver miúdos como por exemplo Ronaldo e Quaresma incapazes de progredir na sua imagem enquanto pessoas com voz activa junto a milhares de jovens, é triste. E dou dois exemplos de jogadores que sempre me deram grande prazer escutar e ler as suas palavras: Paulo Sousa e Vítor Baia. Não quero dizer que sejam mestres da oratória, mas sabem exprimir-se e denotam interesse em saber comunicar sem banalidades. Será que entre uma sessão de cabeleireiro e outra de tatuagem e brinco, não se arranjam duas horas por semana para ensinar um pouco estas vedetas da bola? Quanto mais não seja que lhes arranjem umas 20 ou 30 frases feitas inteligentes. Já que é para ouvir sempre a mesma coisa… ao menos que sejam frases inteligentes, mesmo que repetidas até à exaustão! Cansadas das outras ando eu...

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Scolari: Revolução ou Aviso?

Não há convocatória de Scolari que não acabe em conversa, seja de café seja entre paineleiros dos variadíssimos programas de radio e tv. Embora já pouco me estimule e, sobretudo, me espante certos comentários, sempre prontos para malhar no seleccionador, confesso que não estava à espera de ver que as mesmas pessoas que criticaram acerrimamente a convocatória de Costinha e Maniche para o Mundial de 2006 (sobretudo a de Costinha!) criticam agora a não convocatória dos mesmos, acusando Scolari de descriminação e ingratidão! Ou seja, se os chama é compadre e convoca os mesmos de sempre, joguem ou não nos seus clubes… se não os convoca é porque procura bodes expiatórios para os seus erros! O que acabo de escrever terá obviamente diferentes interpretações, partindo as mesmas do mesmo ponto: os que apreciam Scolari concordarão comigo, os restantes arranjarão forma de condenar o gesto de Scolari, mesmo que concordem que Costinha e Nuno Valente são já passado e em fim de carreira e Maniche ainda não convence no Atlético de Madrid, tal como não convence a nível de clubes desde Maio de 2004! Mas é por este motivo que este blog ainda se mantém activo, porque há troca de opiniões e de ideias, e as mesmas são respeitadas por todos (bem, pelo menos as opiniões, os disparates já nem tanto…)


O que consta “off-record” é que Costinha, Maniche e Nuno Valente foram castigados por Scolari devido a uma festança em vesperas do jogo na Polónia. O seleccionador, como é seu timbre e muito bem, não deu justificações para os não convocados. E estou certo que esses mesmos não convocados saberão seguramente porque não foram chamados. Pode ter sido por mera escolha, porque o jogo é fácil e é altura de ver novas escolhas, por má forma ou castigo. Não duvido que os 3 jogadores têm plena consciência do real motivo.

O que me leva a escrever este post é a reacção alérgica de Costinha. Diz ele: “«Se fosse castigo de uma noitada seria para todos». Ora, e segundo se consta, tambem Deco e Ronaldo estiveram na tal festa after-hours. E Costinha acha-se no direito de exigir os mesmos direitos dos colegas, esquecendo-se, por exemplo, que foi ao Mundial numa excepção à regra! E porquê? Porque supostamente era um lider, a continuação de Scolari em campo, o exemplo a seguir! É este o exemplo que se quer? Ingrato até aos ossos? Não me quero alongar mas basta recordar os falhanços frente a Inglaterra em 2004 (deu o 0-1), a falha de marcação a Charisteas na final do Euro e a ridicula expulsão frente à Holanda em 2006 para se perceber que se há alguem a quem Costinha deve gratidão e respeito essa pessoa chama-se Scolari! E esse mesmo Scolari sentiu-se seguramente traido, ao ver durante o jogo na Polónia, a mais miserável exibição lusitana da sua gerência!

Scolari nunca impediu os jogadores de fazerem o que bem desejam na sua noite de folga. Mas com responsabilidade. E todos estavam (ou deveriam estar) conscientes que o jogo frente aos polacos era importante para o apuramento. E, apesar de Scolari ter dito que o empate era suficiente, não era preciso levar tanto à letra as palavras do brasileiro. E a atitude de Costinha ao tentar arrastar os nomes de Deco e Ronaldo para a confusão só o denigre ainda mais. O que desejava o ex capitão de Portugal? Que se castigassem 5 titulares? Até nisso mostrou pouco caracter e espirito mesquinho! Se pensasse na selecção não usaria tal argumento, uma vez que Deco e Ronaldo, ao contráro dele, não estão em divida para com Scolari! Ou não estavam! Fraco lider este Costinha...

Num momento em que a selecção se encontra em renovação, num momento em que a má forma fisica dos habituais convocados, a par de más escolhas do treinador (Ricardo Costa e Ricardo Rocha estão nas perdas de pontos na Finlandia e Polonia) já custaram pontos, numa altura em que os anti clube-Selecção estão a contar espinguardas para ver se derrubam o espirito de união criado na era Scolari (após este ter sido destruido pelo Oliveirinha e seus comparsas)… era evitável a todo o custo esta polémica! Em Setembro de 2003, após uma vergonhosa exibição frente à Espanha, Scolari riscou do mapa Sergio Conceição e castigou severamente Maniche e Meira! Desta vez, após uma exibição miserável frente á Polonia, mais 3 jogadores ficam com a cabeça no cepo! E, por mim, podem puxar a guilhotinha do Costinha. Este já era, os outros, sobretudo Maniche, espero que aprendam a lição, sem reclamações!

sábado, 11 de novembro de 2006

Adeptos Singelos...

Serve este post para homenagiar todos os adeptos de bancada pitorescos. Como a informação sobre cada um é escassa, lanço aqui apenas 2 ou 3, sobretudo adeptos de FC Porto e SL Benfica, e a discussão sobre os demais fica para depois. Que comece a discussão de fim de semana!

1. Adeptos Ilustres Azuis e Brancos


Adeptos portistas famosos existem variadíssimos, entre os quais o emplastro e o corneteiro da bancada. No entanto quero destacar m grande exemplo conhecido e admirado de todos nós, Alexandrino Azevedo, esse magnífico portista.

Alexandrino, 62 anos, não é dificil de escapar à vista de quem vai ao estádio portista: forte, de bigode farfalhudo, ostenta mais quilos de ouro ao pescoço que uma família cigana toda junta. Entre os ornamentos, encontra-se um único e exclusivo trabalhado em ouro e safiras. Não se contentando em ir a todos os jogos do clube (pelo menos em casa), trouxe um pouco do clube para sua casa. Muito, até. É curador de um museu de testosterona, onde figuram milhares de peças, desde camisolas do FCP a uma torneira de balneário. É no seu museu que se refugia Alexandrino, a ouvir hinos e marchas do dragão, quando fica com os azeites da vida quotidiana.



2. Adeptos Ilustres Encarnados



Para os lados da Luz também não faltam personagens pitorescas, desde o mais famoso taxista português, o expressivo Jorge Máximo, passando pelo amante de milhafres, de quem me escapa o nome, até ao símbolo máximo do que é ser benfiquista, essa criatura que mereceria ser estudada pela ciência moderna, o Barbas!

Onde quer que jogue o Benfica é certo que nos iremos cruzar com esse sujeito no aeroporto local, seja em Copenhaga ou em Bombaim. Figura tipicamente mourisca, algo entre Bin Laden e o Brutus, inimigo fidagal do Poppey, o Barbas é fiel à sua causa, mesmo que isso represente aplaudir a troca de Mourinho pelo companheiro de copos do Vilarinho, e mesmo fazer vigília à cadeia onde Vale e Azevedo foi encarcerado. O Barbas está sempre presente, qual emplastro barbudo, sempre fiel à causa, mesmo que, lá no fundo, saiba que o seu Benfica esteja à mercê de corruptos e vigaristas. Não, impossível pensará ele, um benfiquista é um bom chefe de família! Imagem eterna, e que não tem merecido o devido destaque no Canal Memória, é a forma magistralmente brilhante como Barbas e Jorge Máximo comemoram a inauguração do novo estádio da Luz, ajoelhados, beijando e comendo a relva do novo recinto de jogo! Impagáveis…


quarta-feira, 8 de novembro de 2006

A MELHOR TÁTICA

Lancei o desafio e coloco agora o post para a discussão. Mas afinal, qual é a melhor tática. E quem tem de se adaptar, os jogadores ou os treinadores.

Tirando as situações raras em que se trabalha ao nível da formação os jogadores para um determinado sistema tático (ex: Ajax) aquelas em que um treinador está à tantos anos num clube que é ele que organiza tudo a nível de formação e compras (ex: Manchester), a maior parte dos clubes está condicionada a ter um treinador durante um par de anos e a ver-se obrigado a mudar de tática e de jogadores frequentemente.

Mesmo assim, na minha opinião, a politica de contratações de um clube deveria ser pensada para o clube e tendo em vista um sistema tático escolhido por um conjunto de técnicos que lá trabalham. Assim, os jogadores, no meu ponto de vista, deveriam ser pensados para determinado esquema tático e não o contrário, isto é, adaptar os esquemas aos jogadores. Isto para mim insere-se numa lógica de valorização de activos e pelo facto dos treinadores hoje estarem no clube e amanha não (relembrar Adrianse e as susas dispensas, por exemplo).

Dito isto, para mim o melhor esquema tático é o seguinte:


Um 1-4-3-3 alterado e com os jogadores o mais subido possível para exercer pressão sempre no meio campo adversário.

Comecemos então pela defesa. São necessários laterais rápidos, com uma estatura mínima de 1,75. Os centrais, no minimo dos minimos 1,85 e o médio defensivo pelo menos 1,80.

Daqui para a frente, não faço questão de que os jogadores tenham determinada altura, mas escolhia sempre um avançado com 1,80 e os extremos com capacidade de choque.

Sendo este um dos esquemas táticos mais utilizados no futebol, o que é que eu faria de diferente? Dinâmica, como diz Mourinho, tudo se resume a dinâmica depois de termos os jogadores que queremos.

Mas será assim tão importante ter jogadores com a estatura que eu peço? Para mim, obviamente que sim, pois os defesas têm de poder dar segurança contra qualquer equipa e para isso têm de ter todos uma altura razoável para os lances de bola parada. Fique desde já esclarecido que comigo o Roberto Carlos nunca jogaria se tivesse um jogador mais alto e rápido para o seu lugar.

Uma posição fundamental é a do médio defensivo, não poderia ser um jogador qualquer pois para além de forte fisicamente, teria de saber jogar e bem com os pés. Muitos desses jogadores novos que ai andam não poderiam jogar comigo por falta de poder de choque.

É evidente que todos os jogadores teriam de dominar os principios básicos do jogo (passe recepção, controlo de bola) e por exemplo, jogadores para encostar a bola para a baliza (como o Adriano do FCP) não tinham lugar mo meu plantel.

Assim, para resumir, jogadores com arcaboiço para a defesa, rápidos nas laterais. Um médio defensivo com cabeça tronco e membros e depois de uma base sólida como esta, seria mais fácil construir a equipa para a frente.

A variação que poderia existir no jogo neste esquema tático seria o facto de um dos extremos poder passar a actuar nas costas do ponta de lança. Passaria assim para um 1-4-1-3-2 em que o extremo que sobra teria liberdade para actuar num lado ou noutro.

Não sou nenhum Mourinho, mas penso que com estes requisitos conseguia ganhar um jogo ou outro.

Saudações

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Liga BWin - 9ª Jornada

Jornada da chapa 3! Embora alcançadas de diferentes maneiras, tanto Benfica frente a Beira-Mar, como Sporting frente ao Braga e Porto frente ao Setubal (fora) tiveram uma jornada tranquila, finalizando um ciclo de 6 jogos num curto espaço de tempo em estilo.


Começando na Luz, o Benfica confirma a subida de forma depois da hecatombe de Glasgow. Se é certo que o Beira-Mar revela extremas dificuldades defensivas (é de longe a defesa mais batida), e sendo certo que o Pai Natal e o Duende dos Cereais tão cedo não voltam a aparecer na vida do Buba, a vitória encarnada seria um dado adquirido. No entanto, e tal como se viu na jornada passada, se os jogadores subestimassem o adversário, tal qual o Sporting o fez em Aveiro, o mais certo é que a vitória encarnada teria sido arrancada a ferros. Por isso atribuo mais mérito, e porque de facto foi um bom jogo, recheado de oportunidades de golo, confirmando-se que Miccoli é de facto um talento benvindo ao futebol português. São precisos estrangeiros de qualidade para ajudar a miudagem, e não Betos e Karyakas para ocuparem lugares que deveriam pertencer a jovens das camadas de formação encarnadas. Se é que elas existem...

Passando para Alvalade o Sporting deve ter conseguido um feito histórico: golear uma equipa sem marcar um único golo! Mas atenção, até prova em contrário, o golo de Alecsandro entrou mesmo, da mesma forma que para portistas o golo de Petit a Baia não entrou e vice-versa para benfiquistas! No entanto uma duvida se põe: uma habitual câmera dentro da baliza não bastaria para esclarecer? Sim, o lance não é assim tão dificil de ajuizar se, como é habitual, o canal de tv responsável pela transmissão colocar mais do que 3 câmeras a filmar o desafio! Mas vindo da TVI já nada me espanta. O pior mesmo foi verificar que a SportTv nem se deu ao trabalho de filmar do lado oposto à da TVI, reduzindo o seu resumo às imagens do canal pimba! Que péssimo serviço prestado, já para não falar dos comentadores, teremos todos de aguentar muito mais até que o futebol regresse à RTP? E não me obriguem a falar do Querido Manha, esse roto lampião sem vergonha na cara!... com que então o Nem não é bem expulso?!? E, meu caro lampião, deixa-te de merdas porque é o teu clube que vai beneficiar dessa expulsão na próxima jornada! E tanto inocente a morrer no Iraque...

E mesmo o 2º autogolo deixa-me sérias duvidas! Com a força com que a bola sai da cabeça de Nem/Alecsandro, não me parece que um defesa, de costas para a baliza, e sem rodar a cabeça, tivesse tal infortunio. Mais uma vez uma câmera colocada na zona da baliza teria revelado utilidade. Cambada de amadores...

Sobra do jogo uma exibição suficiente do Sporting, aquém do esperado, e mais uma péssima exibição bracarense no campeonato. Carvalhal bem se pode agarrar à vitória frente ao Liberec e às lesões para se desculpar, mas com tanta infantilidade defensiva e com o pseudo-craque Nem a borrar pintura atrás de pintura, dificilmente este Braga se apura para a Taça Uefa, via campeonato. A ver vamos...

Para fechar a jornada o Porto jogou 6 minutos em Setubal e bem podia ter combinado com arbitro e Vitoria para acabar o jogo por aí e regressar à Invicta. Sem desprimor pelo mérito portista, que atravessa um excelente momento de forma, confirmando que nenhuma equipa pode depender de um miudo de 18 anos para ter sucesso (desculpa Maradona, não estou a falar de ti...), o facto é que este Setubal acaba por entrar na história do futebol português por ter apanhado 4 derrotas frente ao mesmo adversário (0-2, 0-1, 0-3, 0-3) no mesmo ano civil! E engraçado é que nenhuma delas foi no covil do Dragão! Quando se fala em competitividade, quando se reduz os campeonatos, a ideia que fica é que ainda assim mantêm-se alguns emplastros a mais! E desceu o Guimarães, vá-se lá saber como...

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Parabens Figo



No passado sabado, 4 de Novembro, Figo completou 34 anos de vida. Os meus parabens e que conte muitos mais! Um desejo pessoal é que conte mais uns 3 ou 4 enquanto futebolista, mesmo que seja menos determinante e que jogue menos tempo, embora esteja a ser egoista já que um jogador que se dedicou de corpo e alma ao futebol durante extenuantes 15 anos, merece realmente uma saída airosa do futebol e não deixar-se arrastar em campo, estragando uma imagem de craque para os mais novos. Tenho a certeza que Figo saberá sair na altura certa, mesmo que isso implique não regressar para um ano de despedida no Sporting. Paciência, antes assim do que regressar "podre" e passar a epoca no ginásio!



Aqui fica o curriculo desportivo deste magnifico team-player, que será seguramente alargado esta epoca. Um curriculo que reflecte bem os 12 anos de internacional ao mais alto nível, como não me recordo noutro jogador fora do seu País, sempre nos melhores clubes e sempre como primeira escolha para a sua posição, mesmo aos 34 anos! És simplesmente Luis, O MAIOR!



Como se pode constatar foram 18 anos ao serviço das selecções portuguesas. Ora, para quem o apelida de pesetero, e sabendo que na selecção nao se ganha dinheiro, e prestigio já Figo tinha de sobra por esse Mundo fora, para quê tantos jogos, tantas viagens e tantos estágios por Portugal? Pois... Sobram para a história 188 internacionalizações por Portugal, 127 das quais pela Selecção Principal, com 32 golos marcados e 44 assistências para golo.



O curriculo nos clubes é vastissimo, ao ponto de Figo, como profissional, e não contando esta epoca a decorrer, somar já um incrivel numero de 760 jogos! E, infelizmente, nesta soma não estão contabilizados os jogos que Figo fez na Taça de Portugal pelo Sporting (terão sido pelo menos 10...) e os jogos que Figo fez pelo Barcelona na Copa del Rey (novamente, um minimo de 10 jogos...). Ou seja, desde que foi um dia lançado por Raul Aguas no Sporting em 1989... Figo contabiliza já um impressionante numero de 800 jogos como profissional, um número fantástico, sobretudo quando não se trata de um guarda redes! E quanto a golos, e descontando as duas competições em falta (seguramente não menos de 8 golos, 2 deles foram numa epica final da Copa del Rey frente ao Betis), Figo contabiliza já um numero de 151 golos! Para um extremo, que deve ter feito mais de 200 assistências que resultaram em golo (e fora os falhanços escandalosos dos avançados...), não é um numero nada mau, nada mau mesmo!

Um verdadeiro portento, o maior jogador português de todos os tempos, mesmo contando com o português/moçambicano Eusébio, que se entreteve entre os fracos da sua terra. Figo provou o sucesso internacional, foi idolo por onde passou, ao ponto de chegar a capitão de equipa! Aqui fica o curriculo desportivo:
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Serie A (2006, Inter Milan)
Coppa Italia (2006, Inter Milan)
Italian Super Cup (2005, 2006, Inter Milan)
La Liga (1997 - 1998 FC Barcelona, 2001, 2003 Real Madrid)
Copa del Rey (1997 - 1998 FC Barcelona)
Portuguese Cup (1995, Sporting CP)
UEFA Champions League (2002, Real Madrid)
Intercontinental Cup (2002, Real Madrid)
Cup Winners' Cup (1997, FC Barcelona)
European Super Cup (1998 FC Barcelona, 2002 Real Madrid)
UEFA Euro 2004 Finalist medal (Portugal)
FIFA World Youth Championship (1991, Portugal)
UEFA Euro 2000 MVP
Ballon d'Or - 20002001
FIFA World Player of the Year

Parabens Figo!

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Champions League: 4ª Jornada

Numa excelente semana de Liga dos Campeões para as equipas nacionais, o saldo obtido de 2 vitórias e 1 empate (este obtido no terreno de um dos tubarões europeus) é o melhor da história do futebol português! Uma semana memorável que, ao que tudo indica, deu grandes garantias de continuidade na Europa das 3 equipas portuguesas, pelo menos até ao inicio de próxima Primavera. Nada mal...


Bayern Munique 0 Sporting 0

Num bom jogo de futebol o Sporting consegue o 5º ponto nesta sua participação na Champions League, o ponto que garante praticamente o acesso aos 16/avos da Taça Uefa. Tendo em conta a mais valia dos seus adversários, sabendo de antemão que Bayern e Inter eram (e são!) candidatos a uma presença nas meias finais da competição (apenas Barcelona e Chelsea podem aspirar, logo de entrada, à final da prova, sendo que algo menos que isso tem de ser considerado um fracasso...), ninguém no seu perfeito juizo pode exigir ao Sporting e a Paulo Bento a passagem à próxima fase da prova!

Mas a verdade é que a equipa está na luta por esse objectivo! E, embora haja quem, porventura demente ou com evidente dor de coto, exija uma vitória em Milão para o clube aspirar a passagem aos 1/8 final da Champions League, a verdade é que um empate em Milão pode servir ás mil maravilhas, uma vez que o Inter desloca-se a Munique na última ronda e o Sporting receberá um Spartak desanimado e já em férias das provas internas.

Quanto ao jogo da Baviera, voltou o Sporting a não ter sorte a nível atacante, com mais uma bola a embater num dos postes da baliza alemã. E, feitas as contas ao duplo confronto com os teutónicos, registram-se 36 remates efectuados pelo Sporting! Ora, e há que reconhecê-lo, isso não está ao alcance de qualquer um! Gostei da atitude da equipa, nada subserviente, com personalidade, uma constante ao longo da prova. Não basta ter qualidade futebolistica nos pés, é preciso também ter cabeça e saber jogar com a pressão que naturalmente existe a quem quer jogar ao mais alto nível. E isso é complicado de ensinar, até porque nasce um pouco com cada um de nós, o saber conviver melhor ou pior com a pressão de ser melhor e de superar as dificuldades. E é evidente que alguns jogadores como João Moutinho e Nani adoram conviver com a pressão, já outros como João Alves e Bueno e mesmo Carlos Martins não convivem bem com esse estatuto. Cabe a Paulo Bento injectar nesses jogadores maior confiança e moral, para que consigam dar o melhor dentro de campo.

Contas feitas, e tendo em conta que o Bayern, apesar de algumas vozes de burro, ter jogado com 9 internacionais na equipa titular (faltaram somente Podolsky, Lucio, Van Bommel e Schweinsteiger, nada do outro mundo quando se tem um plantel com qualidade em quantidade!), o empate não pode ser considerado um mau resultado, ainda para mais quando os alemães dispuseram de 4 oportunidades de golo!


Hamburgo 1 FC Porto 3



O Porto venceu com justiça, embora não se possa queixar de falta de estrelinha, sobretudo na forma como, à beira do intervalo e após uma primeira parte onde os alemães passaram boa parte do jogo perto da area adversária, Lucho ter sacado um pontapé fabuloso, daqueles que só saem na rifa uma vez em cada geração! Se o Hamburgo já andava destroçado por 3 meses de péssimos resultados, sofrer um golo daqueles e no momento em que foi obtido, creio que todos que assistiam ao encontro ficaram sem duvidas quanto ao vencedor do mesmo! A segunda parte confirmou a premonição, e a oferta de Atouba, como que parando a bola e convidando Lisandro a empurra-la para dentro da baliza foi prova disso mesmo.

Todos que conhecem minimamente o futebol europeu conhecem o poder de reacção das equipas germânicas quando em desvantagem. E ontem foi possivel vê-lo de novo em acção, mesmo para meu espanto. O golo de Van der Vaart, um minuto após o de Lisandro, a bola ao poste 3 minutos depois e o lance em que Pepe quase fazia autogolo após livre do holandês do Hamburgo, isto tudo num espaço de 5 minutos, poderiam ter levado a uma inacreditável reviravolta no marcador. E, é bom referir, tudo perante uma enorme passividade defensiva portista, como que repetindo a atitude que já tinham apresentado frentre ao Benfica! Valeu neste caso a protecção dos deuses para conter o ataque alemão, seguindo-se depois a resposta nos pés de Bruno Moraes, com mais um excelente golo, para infelicidade de uma equipa alemã que bem pode lamentar os sucessivos infortunios. No entanto, e para quem viu Atouba e Sorin serem completamente displicentes com a bola nos pés, não é dificil perceber o motivo da falta de resultados... fraca atitude!


Benfica 3 Celtic 0

Na Luz os escoceses fizeram a festa antes do jogo e foram espertos, uma vez que em campo o Benfica devolveu a chapa 3 com que regeressara da Escócia. É inevitável que fique no ar uma certa perplexidade quanto ao resultado destes dois jogos, já que não é natural que numa prova de elite duas equipas se defrontem e joguem de forma antagónica fora dos seus recintos. Para dar o exemplo, o Sporting não se enfiou num buraco por jogar em Munique, este Benfica de Fernando Santos provavelmente teria cavado uma trincheira para se esconder. É bom ser dominador quando se joga em casa, como foi o Benfica (embora Caldwell tenha sido um amigalhaço, mais parecendo ter andando a beber com os adeptos antes do jogo...), mas se a postura encarnada fora de casa se mantiver ao nivel do que fizeram em Glasgow ou em Copenhaga, dificilmente passarão na fase de elimiinatórias, quer seja na Champions ou na Uefa.