Numa meia final emotiva até ao fim dos 3 minutos de compensação dados pelo árbitro (que acabaram por ser praticamente 5, para desespero dos holandeses) a selecção laranja apurou-se para a sua 3ª participação em finais de Mundiais de Futebol, esperando que se faça juz ao ditado: à terceira é de vez!
As equipas apresentaram os esquemas tácticos aguardados, sem surpresas de maior, destacando-se a ausência de Luis Suarez no Uruguai (a mãozinha marota valeu-lhe o vermelho mas valeu ao seu País pelo menos o 4º lugar na competição), e a entrada de De Zeeuw no meio campo holandês, para ajudar Van Bommel nas missões defensivas, sobretudo parar Forlan.
O jogo começou como esperado, com a Holanda a tomar conta do jogo, o Uruguai na espectativa, valendo a favor do espectáculo o facto dos holandeses terem marcado cedo... e que golaço, Giovanni Von Bronckhorst aplicou um remate estupendo, para um dos melhores golos do torneio!
Em vantagem seria de esperar maior controlo de posse de bola holandesa ou, em contrapartida, cedência da mesma aos uruguaios, com vista a aproveitar os espaços nas costas dos defesas sul americanos. Pois bem, nem uma coisa nem outra, os holandeses pura e simplesmente acreditaram que o mais dificil estava feito e seria apenas uma questão de tempo até o jogo acabar e o apuramento para a final estar consumado. É este, quanto a mim, o principal defeito da selecção laranja, nao sabe controlar o ritmo de jogo, é excelente a jogar em direcção à baliza contrária ou a aproveitar rápidos contra ataques, mas sofre imenso quando submetida a pressão e quando o adversário opta por se desligar do jogo, permitindo um falso relaxamento. A Holanda já teve muito melhores selecções no seu passado, quer no final da decada de 80 quer durante toda a decada de 90, já para nao mencionar a fabulosa laranja mecânica da decada de 70, mas a realidade é esta: goste-se muito ou pouco, estes rapazes estão a um passo de conseguirem o que os seus antepassados na selecção nao conseguiram, quer seja pela falta de competitividade dos adversários quer seja por motivos extra futebol, nao arbitrais mas sorte, por exemplo, que todos precisam, nao vale a pena nega-lo! Mas é preciso realçar o seguinte: estes sujeitos fizeram um apuramento incolume, 10J 10V, e neste Mundial seguem com 6J 6V. Ou seja, se conquistarem a competição terão realizado 17J e contabilizado, na pior das hipoteses, 16V e 1E! Existirá maior consenso do que este?...
Do lado do Uruguai existe um jogador fabuloso, que por obra do destino falhou no Manchester United mas que tem brilhado em todo o lado por onde passa desde então: Diego Forlan. Que jeitaço teria dado a Portugal, por exemplo, não só é um executante temível como é um verdadeiro companheiro de equipa, sempre a lutar pela posse de bola e a ajudar a equipa como primeiro defesa. Com o golo obtido perto do intervalo, recolocando o Uruguai na disputa pela presença na final, merecia ter a honra de participar naquele que é considerado por muitos como o jogo da vida de um jogador. Lamentável Oscar Tabarez ter-se resignado e retirado Forlan ainda com 10 minutos por jogar, naquele assomo final nao sei se não teria acontecido um memorável 3-3 com Diego em campo...
A segunda parte foi nervosa, com os holandeses a temerem pela sobranceria apresentada em larga parte do primeiro tempo e com os uruguais a acreditarem ser possível passarem para a frente do marcador. A beleza do futebol consiste nisto mesmo, uma equipa até pode ser superior à outra no papel, mas depois dentro do campo, devido às muitas vicissitudes que ocorrem durante os 90 minutos, tudo pode mudar. Acredito seriamente que, se o Uruguai tem feito o 2-1 a Holanda teria sucumbido. Mas tal nao se verificou, uma vez mais devido à genialidade de um jogador que merece ser coroado com MVP de 2010: Wesley Snider, simplesmente brilhante a comandar a armada laranja! Mais um golo, mais uma exibição monstruosa, mais uma prova do erro monumental cometido pelo Real Madrid, que foi trocar Snider por Kaka!
Com 2-1 e vinte minutos para jogar o Uruguai nao poderia perder tempo em busca do empate, mas Robben, 3 minutos após o 2-1, magistralmente marca um golaço de cabeça, dando por terminado o encontro. Verdade? Seria, pois, até Forlan foi substituido, mas Maxi Pereira, com um golo aos 92 minutos, deu esperanças à sua selecção e permitiu que esta meia final ficasse registada como uma partida de elevada carga emocional.
Parabens ao Uruguai, entraram em prova sem darem muito por eles e vão acabar, na pior das hipóteses, no 4º lugar. Brilhante! E, já agora, Luis Suarez ainda está no Ajax, estão à espera que chegue aos 30 anos como Diego Milito?
Van der Vaart surge na foto mas apenas porque tem uma mulher que é um autêntico helicoptero, quanto ao resto não está aí a fazer nada. O destaque vai mesmo pro anão Wesley e pro careca Arjen, uma dupla explosiva que pode valer um título mundial, desde que o resto da equipa não comprometa, a começar no guarda-redes...
Assim é que é bonito, festa no túnel mas com jogadores a festejar sem pontapés, stewards sossegadinhos e camaras de tv com livre acesso pro ze do sofa poder observar. E estamos em Africa...
1 comentário:
Pirata apenas um comntario a fazer:
A mulher do Van der Vaart não é um helicopetro ... é um A320!!
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