Um balanço da final da Champions

Foi indiscutivelmente uma das melhores finais dos últimos anos. Sinceramente não me recordo de uma tão emocionante, com um vibrante equilíbrio de forças, verdadeiramente um jogo onde, para o adepto "isento" (e isso não existe no futebol, embora nenhum dos que frequentam este blog sejam chelsistas ou manchesteristas, todos sabemos que é impossível ver um jogo de futebol sem tomar partido por uma das equipas), este foi um perfeito caso onde a vitória e respectiva taça deveria ser entregue às duas equipas!

Por isso é que foi arrepiante ver os jogadores do Manchester United homenagearem os seus adversários no momento em que estes se deslocavam para a tribuna para receber a medalha de participação na final. Por entre palmas e cumprimentos assistiu-se à essência do desportivismo, do fair-play, o conjugar perfeito entre a glória aos vencedores e a honra aos vencidos. Após três horas de combate os jogadores de ambas as equipas deram uma lição ao Mundo, de compreensão e amizade, de respeito e grandeza. Estão, por isso, e pelo excelente futebol praticado, de parabéns.

Uma palavra especial para o "average one", Avram Grant. Total desconhecido há um ano, um oportunista cínico para muitos, provou que tem valor. Da minha parte insisto na ideia que é Roman Abramovich o grande responsável pelo crescimento do Chelsea nos últimos 5 anos. Embora tenha deixado fugir por entre os dedos 3 troféus esta época, cá estaremos nos próximos anos para ver este Chelsea vencer as maiores competições, tão certo estou disso quanto o Sol voltar a nascer amanhã! No entanto Avram Grant tem o mérito de ter conseguido manter unida uma equipa que, após a fuga milionária de Mourinho, estava condenada a desmoronar! E, num momento em que tem a glória eterna (vide exemplo do Artur Jorge, ainda hoje a viver dos rendimentos de um troféu com 21 anos...) nos pés de John Terry, provou ser um homem de H bem grande ao ir confortar o central inglês, responsável pelo fim do seu sonho. Se fosse tão mesquinho como os mourinhistas o tentaram pintar nunca teria tido esse gesto de enorme grandeza. Parabéns Avram Grant, para um "average one" tiveste uma atitude realmente "special". Não é para qualquer um, seria mais fácil agarrar num microfone e culpar o árbitro, como um mouro disfarçado de comedor tripas que eu conheço...

Para acabar quero deixar uma palavra de ânimo para o ex-melhor jogador do Mundo de sub-17, sub-18, sub-19 e que aos 20 anos, depois de alguns lunáticos terem pensado que iria para Manchester eclipsar o golden boy formado em Alvalade teve direito a jogar 5 segundos da final! Nada mal, há quem se auto-intitule bi campeão europeu e tenha feito duas finais... na bancada!

Anima-te Bob Marley, 5 segundos sempre são 5 segundos...