«Não o fiz nem nunca o faria»
Nuno Assis garante que não tomou qualquer substância proibida. O jogador do Benfica, que acusou norandrosterona no jogo com o Marítimo e está suspenso preventivamente, afirma-se de consciência tranquila.
Normalmente pensamos que isto só acontece aos outros. Claro que caiu como uma bomba, mas estou de consciência tranquila», afirmou Nuno Assis em conferência de imprensa. «Não tomei nem nunca tomaria nada de proibido, até porque neste clube todos os jogos têm controlo. Não o fiz nem nunca o faria», prossegue.O médio projectou depois as consequências deste caso: «Não vai ser fácil para mim mas confio nas pessoas que estão ao meu lado.»
«É possível perceber que condições motivaram o acréscimo», diz médico do Benfica
João Paulo Almeida, médico do Benfica, acredita que será possível provar a inocência de Nuno Assis, que acusou doping no jogo com o Marítimo, a 3 de Dezembro de 2005.
«O Nuno acusou uma substância chamada 19 norandrosterona, um metabolito produzido por todos nós, mas que pode resultar da administração exógena de substâncias como a nandrolona ou a ingestão de alguns alimentos. O Benfica já fez 50 controlos esta época, em Portugal e no estrangeiro, e está fora de questão que tenha sido administrada por nós. Também sabemos que o Nuno não tomaria nada, até porque os jogadores não podem tomar nada fora do departamento médico», disse o responsável.
O médico acredita ainda que a ciência dará razão ao jogador: «Do ponto de vista científico penso que se provará bastante bem. É importante que a imagem do Nuno seja preservada. Na contra-análise foi detectado um valor inferior ao do primeiro exame. Estamos a falar de valores muito baixos, que no entanto ultrapassam os mínimos determinados pela Agência Mundial Antidopagem. O Nuno é simplesmente suspeito, não é culpado.»
O que o Benfica pretende provar é que havia «condições especiais na altura do jogo» com o Marítimo que determinaram a subida dos valores da norandrosterona. Que condições foram essas o médico não explicou. A verdade é que Nuno Assis acabou por não seguir viagem com a equipa devido ao controlo. O jogador não conseguia urinar, algo que acontece a alguns atletas testados, e teve de passar a noite na Madeira, ficando consigo o enfermeiro Duarte Pinto.
Apesar das tais «condições especiais», não é possível provar, actualmente, se uma substância foi produzida pelo organismo ou administrada. «Na tecnologia actual não é possível. Só é possível perceber quais as condições que motivaram o acréscimo. Os jogadores são às vezes ¿queimados¿ por insuficiência científica. Dispomos de um dos grandes peritos do mundo, o doutor Jorge Barbosa, na área. Vamos demonstrar que Nuno Assis está inocente.»
A alimentação pode ser responsável, segundo João Paulo Almeida, pela situação: «O controlo alimentar em Portugal é tudo menos rigoroso. Mas sabemos que há algumas substâncias produzidas por alguns animais podem causar alterações no organismo.»
Fonte: Maisfutebol
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