Sempre
que há jogos internacionais entre selecções é a mesma cantiga e quase sempre
tocada pelo mesmo trovador: Flatulento da Costa! Todos que gostam de futebol e
seguem com atenção o calendário anual, já repararam que existem 4 datas FIFA
para jogos amigáveis, que há vários anos se mantêm inalteráveis: meados de
Fevereiro, meados de Junho, meados de Agosto e meados de Novembro. E já se sabe
com o que estas datas coincidem, respectivamente: reinício da Champions, final
de campeonato, início de campeonato e etapa final da fase de grupos da
Champions. E, dependendo do tamanho dos grupos de apuramento para Europeus ou
Mundiais, se possuem 10 ou 12 jogos, há a possibilidade de se efectuar mais 2
jogos amigáveis. Este é, pelo menos, o entendimento europeu, depois existe o
entendimento brasileiro da situação, que deve dar para fazer uns 20 jogos
amigáveis todos os anos, neste caso mandam os empresários e como tal todos os
anos surgem no mercado de transferências 20 a 30 novos internacionais
brasileiros que, tal como qualquer artigo de marca Nike ou Adidas, por exemplo,
apenas por ter esse logo estampado, é valorizado 40 a 50% acima do seu real
valor. Depois paga quem é otário, e como se tem visto, otário é coisa que não
falta por esse continente europeu fora…
Voltando
ao cagão-mor. Por sinal é presidente de um clube português, logo sabe melhor
que ninguém que o futebol em Portugal joga-se em ritmo de passeio turístico e,
ao contrário dos restantes campeonatos do velho continente, somente em Portugal
se para a principal competição sempre que existem jogos de selecção. Foi assim
após o duplo embate com Rússia e Irlanda do Norte, com paragem para taça de
Portugal e repete-se a brincadeira, quando em toda a Europa as eliminatórias da
taça nacional se jogam a meio da semana! E eu sei bem do que falo, porque
acompanho todo o futebol europeu! Ou seja, após uma viagem turística ao Gabão
os jogadores que actuam em Portugal terão folga no fim-de-semana. Ok, há jogo
de taça, mas desde quando esses tipos de jogos são encarados como jogos de
grande competição? Peguemos no caso do Porto: joga com o Nacional para a taça,
segue-se uma partida da treta contra um Dinamo Zagreb que acumula já 10
derrotas consecutivas na Champions (vai cansar pra caralho…) e só 10 dias após
a selecção ter jogado é que defronta um jogo competitivo! E estamos a falar de
um clube que somente possui dois selecionáveis para jogar por Portugal!
Então
tanto para barulho para quê? Qual o real motivo? Sim, tirando os portistas,
mais ninguém acredita que o demente tenha falado somente com aquela intenção.
Esteve muitíssimo bem Paulo Bento, como sempre, colocou o rastejante corrupto
no seu devido lugar e questionou o seu silêncio relativamente aos seus queridos
colombianos, esses sim usados e abusados como bem entende a federação
colombiana!
No
meio disto tudo a piada é mesmo ver estes indivíduos sem vergonha questionarem
as escolhas dos selecionadores quando chegam as grandes competições. Aí sim, já
querem os seus jogadores nos grandes eventos, aliás, se deles dependesse,
somente para esses eventos é que os mesmos seriam convocados. O problema é que
as lesões e outros inconvenientes podem surgir a qualquer altura, neste momento
os dividendos do concerto dos ColdPlay já valeu duas lesões a Fernando e Maicon
e Lucho escapou por um triz, ou seja, não vale a pena estar a atirar areia para
os olhos dos portugueses (abro a excepção para os portistas, para esses pode o
flatulento atirar o que quiser que eles até abrem a boca para levar com o que
vier pelo ar…) sobre jogos amigáveis quando os imponderáveis surgem quando
menos se espera, e se a ida ao Gabão pode ter sido somente pelo dinheiro o que
dizer então das idas de Espanha e Argentina ao Panamá e Arábia Saudita
respectivamente. E eu vi parte do jogo da Argentina meus caros, e foi uma
vergonha, se fosse aos sauditas exigia o cachet de volta. Não há imoralidade
alguma das federações irem realizar amigáveis a países que pagam para os
receber a troco de dinheiro, a vergonha (ou falta dela) está em apresentar-se
em campo sem justificar o dinheiro pago e sem respeitar o público presente. E
dou desde já um exemplo muito simples e claro: eu pagaria bom dinheiro para ir
ao Rosa Mota ver as grandes estrelas da NBA num jogo amigável contra um
conjunto português, mas se essas vedetas chegassem cá e não corressem nem
dessem espectáculo, o que mereciam em troca? O que Pinto flatulento deveria ter
dito é que foi uma vergonha a representação lusitana no Gabão, uma falta de
respeito perante o povo gabonês e que o cachet, fosse ele qual fosse, deveria
ser devolvido como sinal de honestidade. Mas que honestidade pode existir no
futebol português quando o principal desonesto continua livre como um
passarinho. Mas já faltou mais, tic tac, tic tac…
Mas
se falamos em imbecialidades em tons de azul, também as temos em tons
vermelhos. Jorge Jesus, o profeta dos couratos, veio afirmar que a taça de
Portugal já foi ultrapassada em importância pela taça da liga. Mas esse decreto
já saiu em Diário de República? É certo que tem sido por lá publicado muita
palermice mas essa desconheço. O que eu penso, e pelo que vejo lá fora pensam
da mesma maneira, as coisas são muito fáceis de entender: a supertaça, ou
charity shield como muito bem os ingleses lhe chamam, não passa de um jogo
amigável, cujas receitas deveriam seguir para a caridade. Aqui a caridade é
outra, vem de leste e do nordeste, e alguém tem de a pagar, logo as receitas
que têm ido sempre pro mesmo, desaparecem noite dentro. Depois, nos países que
a criaram, surge e taça da liga. Assim de repente surgem-me Inglaterra e
França. E, como bónus para aumentar o interesse pela competição, o seu vencedor
tem entrada directa na liga Europa. Por cá, a taça da liga dá direito a um saco
pequeno de moedas. E é só, de prestigio, sobretudo pela forma badalhoca como a
companhia de cervejas exige a presença de um clube sempre na final para
garantir audiências, estamos conversados.
Sendo
assim, só um perfeito idiota pode afirmar que a taça da liga tem superior
importância à taça nacional. Por sinal, quer o idiota dos couratos, quer o
idiota da flatulência, nutrem grande amizade um pelo outro. Deve ter algo a ver
com a lei da atracção, mas ao contrário…
PS:
Entretanto
o site do porto lançou uma contra resposta ao Paulo Bento. Mas de uma pobreza
intelectual tão grande e de uma desonestidade ainda maior que é lamentável
tamanha tacanhez de espirito e deficiência mental. Mas é preciso ser-se um
merdas para se trabalhar no FC Porto? Parece que sim…
