«Adeus, Avenida Conde de Valbom, olá, Segunda Circular»
«Record deixou ontem [13/12/2011] as instalações no centro de Lisboa, onde a sua redação funcionava desde março de 2001. Foram quase 11 anos de trabalho, mais de duas centenas de milhares de páginas editadas, perto de um milhão de fotos publicadas, cerca de quatro mil edições – entre jornais, revistas e guias – produzidas com empenho e ambição.»Alexandre Pais, Diretor do Record
Passe curto, Record, 14/12/2011
O Record, jornal fundado em 26/11/1949, e que nos últimos 25 anos teve como diretores Rui Cartaxana (1986-1998), João Marcelino (1999-2001), José Manuel Delgado (2001-2003) e Alexandre Pais (desde 2003); o Record, jornal que tem uma contabilidade própria dos títulos oficiais conquistados pelos clubes portugueses (favorável ao slb), e cujo diretor justifica a inclusão da Taça Latina com o argumento de que elabora o ranking de acordo com os seus próprios critérios (“A FIFA tem outra decisão oficial? Ótimo, quando fizermos o ranking de títulos segundo a FIFA não deixaremos de respeitar essa decisão”); o Record, jornal para quem o slb, e não o FC Porto, está em 1º lugar no campeonato porque discorda da metodologia oficial da Liga, segundo a qual deve-se aplicar a regra da diferença de golos e modos de desempate que se lhe seguem; o Record mudou de instalações.
«O tradicional almoço de Natal da Cofina Media, a que pertence Record, teve este ano uma particularidade curiosa: realizou-se nas instalações do próprio grupo, no amplo espaço que no início de 2012 será ocupado pela redação do “Correio da Manhã”. O novo edifício, situado à Rua José Maria Nicolau – antigo vencedor da Volta a Portugal em bicicleta e nome relevante do desporto português –, perto da Segunda Circular, em Lisboa, registou assim a sua primeira grande afluência ao receber largas centenas de colaboradores do nosso grupo de empresas.»
in Record, 16/12/2011
A nova morada da Redação de Lisboa é no arruamento D à Rua José Maria Nicolau n.º 3. Mas não se pense que a mudança foi fácil. Desde 2008 (pelo menos), que moradores das ruas Mateus Vicente e José Maria Nicolau se queixam da volumetria do novo edifício da Cofina e que o mesmo, por ficar colado aos edifícios que já existiam, lhes tira privacidade (devido à proximidade dos terraços) e tapa as vistas. E apesar da CM Lisboa ter chegado a embargar a obra em 2010, por ter sido desrespeitado o acordo que determinava a criação de uma espécie de jardim com vegetação na cobertura (quase toda essa área foi ocupada com tubagens e sistemas de climatização e ar condicionado), a coisa lá se resolveu a contento dos interesses… da Cofina.
E bem podem os moradores da zona continuar a queixar-se do barulho dos sistemas de sucção do novo edifício e de terem ficado sem vistas porque, em termos de vistas, os jornalistas do Record passaram a ter umas vistas verdadeiramente inspiradoras (e alinhadas com os critérios do diretor do jornal…).
Mais. Nos dias em que o clube do regime jogar em casa, até vão poder ir fazer a cobertura do evento a pé. A isto chama-se qualidade de vida, carago!
P.S. Seria interessante sabermos a quem é que a Cofina comprou o terreno/lote para este seu novo edifício e, dentro da CM Lisboa, quem foram as pessoas que trataram e aprovaram o projeto.