Chapeus há muitos...

Existem certos pormenores que associamos invariavelmente a determinados personagens. No caso dos treinadores há memórias que perduram para sempre. Exemplos? Bobby Robson a questionar o adjunto (Mourinho?) num lance em que o Ronaldo "Fenómeno", então jogador do Barcelona, sofre toque dentro da área e tenta prosseguir a jogada em vez de cair, lance que acaba com a bola fora de campo e o espanto do inglês perante a ingenuidade do brasileiro. Ou então o Souness a pontapear a bola para o ar, na cara do Paulinho Santos. O cumprimento ao Joao Vieira Pinto por parte do Queiroz, aquando da substituição deste no famoso 3-6, ele que ajudou a formar o miudo e se esqueceu do seu valor, não exercendo marcação cerrada sobre o jogador, num dos tipicos erros do incompetente e jumento pseudo treinador. Mourinho a correr em Camp Nou após a anti futebolada do seu Inter, com Vitor Valdes cego para o agredir também perdurará na memória de muito boa gente.

Mas a que quero aqui recordar não passa por nenhuma das anteriores mas sim num caso pitoresco do nosso futebol. Qual a imagem de marca do Paços de Ferreira? O campo pequeno com mau relvado? Os equipamentos amarelos? Claro que não, a imagem são os bonés que os seus treinadores usam nas conferências de imprensa!

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Acho que ninguém reconhece o José Mota sem o chapéu. Aliás, quem sabia que o bom do Mota era careca? Mais, quem sabe onde anda o Mota? Pois, para o comum dos adeptos, o Mota só existia em Paços de Ferreira e devido ao chapeu! JCA, electrodomesticos, pois então. O Paços perdeu? O Paços ganhou a um dos grandes? Fosse em que ocasião fosse, para elogiar, criticar, fazer queixinhas ou rejubilar, o Mota nunca prescindia do boné! Não muito bonito, mas tolerava-se a pancada...
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O pior veio depois, o Mota até fazia umas coisas giras e alguém decidiu que um treinador moderno nao usa fato de treino nos jogos mas sim fato e gravata! Vai daí o Mota cometeu a infeliz ideia de, com o conjunto Armani feira de Carcavelos, juntar o seu querido boné.

Bem sei que o Mota, o Paulo Sergio e agora o Luis Miguel não utilizam o boné por vontade própria (embora desconfie do Mota...). O patrocinador do Paços assim os obriga. Mas eu sempre pensei que tal acontecia porque o patrocinador tinha o nome JCA, provavelmente propriedade de algum azeiteiro com gosto musical ao nível do Saul ou Emanuel. Agora ver o nome de um laboratório médico credível como a LabMed num boné foi de bradar aos ceus. Mas nunca ninguem ouviu falar em t-shirts por aquelas bandas?

Espero que o mau gosto não pegue moda, caso contrário e com a divida portista já acima dos 200 milhões de euros (já pagaram o Mangala e o Defour?...) ainda corremos o risco de ver o Vitor Pereira com um boné a fazer publicidade ao Paganini ou ao Pérola Negra, e não creio haver necessidade de descer tão baixo...