Paulo Bento

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Falhou Portugal o apuramento directo para o Euro2012.
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Não vem daqui nenhum mal ao mundo; tal como escrevi neste blog em 2008, após entrada de Queiroz na selecção, o mínimo que se pode pedir a cada (novo) seleccionador é que coloque o País nas fases finais das grandes competições internacionais de selecções. Se o faz brilhantemente como António Oliveira no apuramento para o Mundial 2002 (se não estou em erro, somente um empate caseiro, 2-2, com a Holanda) ou se o faz como o Humberto Coelho ou o Scolari, em 2000 e 2008 respectivamente, em segundo lugar do seu grupo, ou se o faz como o Queiroz, através do “mata-mata” do play-off, tanto faz, ninguém recorda nada, absolutamente nada, de uma fase de apuramento que não seja… o apuramento! E, já agora, para comprovar esta teoria, recorde-se que a seguir ao melhor apuramento deste milénio (2002) seguiu-se a mais vergonhosa e humilhante participação numa fase final, Coreia 2002 pois claro…
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Não se percebe, portanto, as críticas feitas a Paulo Bento. A ideia generalizada é que, ainda antes de se conhecer o nome do adversário (Bósnia) fez-se o funeral a esta selecção nacional e ao respectivo seleccionador, duvidando-se da sua capacidade para colocar Portugal na competição europeia. A que se deve tamanha insensatez, falta de convicção e/ou tolerância? A vários factores, penso eu de que. A começar pelo bota-abaixo, no qual nós, tugas, somos mundialmente famosos, um pequeno País mas grande na má-língua, com um gostinho especial na arte de criticar, de preferência com uma mão no bolso e um palito nos dentes! Depois, igualmente importante, temos cá entre nós uma elevada dose de putanheiros, que já gastaram as economias ou hipotecaram o ouro da avó para reservar férias na Polónia, especialmente em Cracóvia, com a desculpa que vão ver a selecção… mesmo que a mesma fique colocada na Ucrânia! Ora, sem selecção para apoiar, como justificar a viagem à patroa? Compreende-se deste modo a exaltação com a derrota em Copenhaga, compreende-se e desculpa-se…
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Por fim restam ainda uma minoria, a que gosto de apelidar “the others”, uma homenagem a esse grande criador, J.J. Abrahams. Essa minoria, como todas as minorias, gosta de pensar que é diferente e especial. Mas basicamente não passam de um bando de estarolas que de futebol pouco ou nada percebe e, pior, nem tenta perceber, o prazer em ser minoria é tão elevado que supera a vontade em deixar de ser ignorante. Exemplo? Do mais simples, para todos perceberem. Luis Filipe Scolari não é um grande treinador mas sabe comandar homens, fazer deles unidos entre si e entre o seu povo, comungando o mesmo interesse e objectivo comum. Isto faz dele um bom seleccionador. Os “the others” acham que não. Já Queiroz, cuja capacidade para ser um bom treinador semanal de campo ninguém duvida, era adorado e exacerbado pela falange dos “the others”. Portugal perdia? Culpa de quem? De todos menos do Queiroz, do Queiroz é que não! Paulo Bento assume a selecção num momento conturbado, faz 15 pontos num máximo de 18 possíveis, retira Portugal do último lugar do seu grupo de apuramento para o segundo posto, vê escapar o apuramento directo como 2º melhor classificado em virtude da Holanda, com um trajecto impecável de 9V em 9J, apresentar-se em Estocolmo com as segundas escolhas e em ritmo de passeio, e a culpa, segundo a doutrina dos “the others” é de Paulo Bento… por casmurrice!
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Uma das tretas que já estou cansado de ouvir sobre a gerência portista do FCP da múmia é que por lá todos puxam para o mesmo lado, só um manda e o resto obedece e que a disciplina e respeito são fundamentais, blá, blá e mais blá. Curioso, portanto, ver muitos do gang “the others”, confessos adeptos dessas tretas, apontarem o dedo acusador a Paulo Bento, que se rege precisamente por essa mentalidade! Será que o pensamento dos camaradas “the others” se assemelha ao dos padres pedófilos, que diz qualquer coisa como “faz o que eu digo e não o que eu faço”?
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Paulo Bento iniciou a sua campanha chamando à selecção dois jogadores por ele proscritos no Sporting, Carlos Martins e Silvestre Varela. Cada qual proscrito por razões diferentes, um por ser uma besta quadrada (Martins), o outro por ser um extremo puro, inadequado para a táctica imposta por Bento, sobretudo porque somente um extremo com essas características em todo o plantel, para além da sua juventude e inexperiência a nível sénior, de nada serviria os interesses da equipa. Ainda assim foi notório que os interesses nacionais se sobrepuseram, especialmente no caso de Martins. Onde está a casmurrice, pergunto. Aliás, até faço mais do que perguntar, dou um exemplo claro de pura sacanagem do seu antecessor, que os “the others” nunca abriram a boca para condenar. Aquando da derrota caseira com a Dinamarca na fase de apuramento para o Mundial 2010, Queiroz foi incapaz (“what’s new pussycat”, diria o Tom Jones) de segurar, por duas vezes, a vantagem no marcador, optando erraticamente por fazer entrar João Moutinho em vez de Bruno Alves, de modo a cortar o ataque aéreo dinamarquês, feito sobretudo de bolas despejadas para a área. Colocar Moutinho, numa fase em que Portugal já não tinha controlo do jogo e o mesmo se preparava para entrar em minutos de compensação, numa fase em que a equipa revelava intranquilidade revelou-se um golpe de mestre incompetente! Nada que surpreenda, tendo em conta o nome do seleccionador em questão, no próprio Mundial, frente à Espanha, voltou a revelar toda a sua capacidade inata para tomar decisões erradas em pleno jogo. Relembro isto tudo por uma razão simples: que fez Queiroz após esse jogo? Simplesmente riscou João Moutinho e Quim das convocatórias, como que os culpando pelo sucedido. Onde estavam os “the others” então? A bater palmas obviamente. Agora pelo facto de Paulo Bento optar por não seleccionar Bosingwa (por sinal o jogador não se queixa, lá saberá a razão da ausência prolongada…) e Ricardo Carvalho, que desertou e renunciou à selecção apenas por considerar que tinha lugar cativo a titular da selecção (e se tem tido um pouco de humildade teria sido titularissimo contra Islândia e Dinamarca, no lugar do cabo-verdiano Rolando) passamos a ver os “the others” a atacar as razões do seleccionador, esquecendo-se, porém, da tal disciplina de que tanto gostam e elogiam no reino do dragão. E esta hein?
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A cara mais conhecida dos “the others” é Rui Moreira, que odiou até mais não poder Scolari, lambeu o cu ao Queiroz (e lamberia o de qualquer um, não tenho dúvidas, o ódio ao brasileiro era de tal ordem que até o treinador de juvenis do Amiais de Baixo seria considerado um grande treinador…) e agora anda com sete pedras na mão contra Paulo Bento. A pergunta na mente de muita gente é simples: mas este individuo não tem vergonha na cara? Enfim, é por estas e por outras que eu sou a favor que cada apoie a selecção que bem entender, que acabem as hipocrisias patrióticas e as preocupações fajutas. Deixo aqui um elogio a Pinto da Costa, raro mas merecido, ao menos esse bebeu champagne quando a Grécia venceu o Euro2004, sempre fez melhor figura do que aqueles que passaram 90 minutos silenciosamente aguardando a derrota portuguesa e no fim, carpindo lágrimas de crocodilo, só apontavam os dedos acusadores ao seleccionador, sorrindo entre soluços lacrimejantes.
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Fica portanto a minha sentença: ninguém, no seu perfeito juízo, pode defender Queiroz e condenar Scolari e Bento. Quem o faz ou é idiota ou idiota chapado. Mas idiota, seguramente.
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Veremos o que trarão os dois jogos com a Bósnia, mesmo não concordando com algumas escolhas de Bento, de Rolando a Carlos Martins e Postiga por exemplo, aceito-as porque respeito o homem que é sério e responsável e que assume os seus erros sem tentar culpabilizar os outros ou pseudo-fantasmas e suposto lixo. Um seleccionador estará sempre a prazo e sempre sobre o olhar critico da nação, mas deve ser Homem para assumir as suas convicções e responder por elas. Neste aspecto Queiroz falhou sempre, nunca disse que o erro era dele, nunca!
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PS:
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Queiroz exaltou-se com a história da naturalização do Hulk. A memória não me é curta, e como tal vou recordar os casos dos gémeos Da Silva (laterais do Manchester United), do guarda-redes do Flamengo que se encontra actualmente na cadeia por homicídio, de luso-gauleses como Kevin Gameiro e até de um trintão de nome Liedson. Que têm em comum? Foram todos aliciados por Queiroz para se naturalizaram portugueses! O chamado Professor, criador da fornada da geração de ouro (por acaso os treinadores dos clubes, como Aurélio Pereira do Sporting, não tiveram mérito nenhum nos Figos e Paulos Sousas, tudo mérito do Queiroz… enfim…) portuguesa, de cabeça perdida a naturalizar estrangeiros em vez de se virar para a juventude nacional, Ilídio Vale no gabinete ao lado preparava miúdos que seriam vice campeões mundiais, será que o Queiroz sabia o nome de um desses miúdos? Portanto, vir dizer que não tentou aliciar Hulk é passar um atestado de mentecaptos aos portugueses. Acabo com um sincero desabafo: volta António Oliveira, estás perdoado, absolvido e santificado!