Liga Sagres: 21ª Jornada

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Braga 3 Olhanense 1

Este era um jogo 1x2, onde se jogava a candidatura, ou não, do clube minhoto ao título. Confesso que após ver aqueles primeiros 20 minutos, com um golo dos algarvios e mais duas excelentes ocasiões não acreditei que fosse possível a reviravolta no marcador. Mas este Braga assemelha-se cada vez mais com o Boavistão de 2001, tem é o azar de não ter na presidência da liga e noutros órgãos de decisão adeptos ferrenhos tal qual o Boavistão! E não digo isto significando que necessitaria dessas ajudas, podia isso sim garantir que não era prejudicado na dúvida! Parece que não mas faz imensa diferença, e eu como adepto leonino sei bem o que significa essa diferença, especialmente em 2005 e 2007…

Adiante. A reacção minhota surgiu em força, muito embora não seja demais reconhecer outra evidência: estes carolos algarvios são de uma inocência brutal a defender! Vão evitar a descida de divisão pela qualidade do seu meio campo, que só por si valeria um lugar nos 10 primeiros lugares, mas a defesa, composta por muita gente jovem, tem revelado ao longo da prova grande imaturidade. Disso não tem culpa o Sporting de Braga, aproveitou muito bem e foi eficaz na reviravolta. A partir daí a partida poderia ter resultado numa goleada para os da casa, mas seria injusto pelos primeiros vinte minutos algarvios, a fazer recordar o sucedido em Alvalade, provando que não foi obra do acaso aquela entrada de leão… e saída de cordeiro!

Recordar ainda que, pela segunda vez consecutiva, as portas do AXA foram franqueadas de borla para os adeptos da casa, mas desta vez nem um terço da capacidade do estádio esteve preenchida. É certo que o tempo esteve particularmente mau, mas caramba, a ideia que fica é que após a goleada com o Porto os adeptos caseiros revelaram menos fé na equipa que eu próprio! E os que lá foram dedicaram metade do tempo a insultar o árbitro, descarregando frustrações que não se compreendem, Xistra não esteve a um nível excelente mas de modo algum influiu no resultado ou na tendência do resultado. Chã de camomila recomenda-se por aquelas bandas…


Leixões 0 Benfica 4

Não é fácil para um adepto de um clube rival elogiar uma equipa contrária e inimiga fidagal, mas a exibição do Benfica em Matosinhos roçou a perfeição. Sim, o adversário era dos mais acessíveis do campeonato, sim o Di Maria até parecia valer 40 milhões, sim o Eder Luís apontou para a esquerda e a bola entrou na direita, sim o árbitro era o Lucilio… mas não há desculpas esfarrapadas para dar: o Benfica venceu bem, o Benfica goleou bem, o Benfica lidera por mérito próprio. Esta é uma evidência que me custa escrever mas que tem de ser assumida.

Quanto ao jogo, não houve novidade na postura leixonense, com 2 laterais e, no meio campo, outros dois laterais, ou seja, jogou com 2 laterais direitos e 2 laterais esquerdos! Verdadeiramente inacreditável, a jogar no seu próprio reduto, uma postura ultra defensiva que iria seguramente para o anti jogo primário se o resultado se mantivesse favorável para lá dos primeiros 45 minutos. Que faz este Leixões na primeira liga? Nada, digo eu. Só tem um mérito, ao contrário de outras equipas que têm dupla face consoante o adversário amigo que encontram, este Leixões faz anti jogo contra todos, depois depende da habilidade e capacidade de cada um superar essas dificuldades que nada têm a ver com futebol. É por isso, e pelo campo em péssimo estado devido ao mau tempo que a vitória do Benfica merece destaque, a equipa lampiã soube entrar em campo com a atitude adequada, não esperou que a vitória lhe caísse no colo, como fez em Olhão e Setúbal, com as consequências que todos se recordarão por certo. Faltaram Javi Garcia e Aimar, duas peças chave no funcionamento da equipa, mas ninguém deu pela falta deles, mérito de JJ que conseguiu promover um sistema de jogo que não vive dependente das peças chave. Obviamente que Aimar e Javi são importantes, o Benfica precisa deles mas sobrevive com as suas ausências momentâneas. E uma equipa, para ser campeã, não pode depender exclusivamente de 11 jogadores, entrando em pânico sempre que um deles se ausenta.


Sporting 3 FC Porto 0

Quem inventou a expressão “a vingança é um prato que se serve frio” merecia ter sido imortalizado com a sua brilhante epifania. Escrevi aqui, após a derrota da Taça, sobretudo pela humilhação tributada pelos adeptos portistas com os olés e aplausos de pura gozação ao golo de Liedson, que o melhor que o meu clube poderia fazer para vingar tal prepotência seria golear o clube portista no jogo do campeonato, contribuindo deste modo para a sua eliminação da corrida ao título! Meu dito, meu feito, compreendo agora o que deve sentir o Nostradamus, onde quer que se encontre, por ver profecias concretizadas com tamanha excelência! Só dois lamentos: os olés de Alvalade começaram muito cedo, desconcentrando os jogadores leoninos, deveriam ter aguardado pelo óbvio 4º golo que não tardaria e, sobretudo, lamento o Porto não ter marcado o golito de consolação para eu poder fazer a festa e bater palmas de alegria! Não se pode ter tudo, mas ainda assim dei por bem empregue o tempo passado entre as 20 e as 22h do passado domingo. E como a dose de vingança me soube tão bem, vou mandar vir nova dose para daqui a mês e meio, para o antro das galinhas, que também souberam gozar a bem gozar nas meias finais da Taça da Liga onde, ao contrário do Porto que tinha jogado o suficiente para golear, não fizeram nada que justificasse tal resultado, devendo agradecer ao Boiquerença mais uma arbitragem francamente má. Ao contrário do que pensam alguns portistas, acredito piamente que o Sporting, mesmo contra uma arbitragem já encomendada, vai à Luz ajudar o Braga, e cá estarei eu para me congratular!

Quanto ao jogo. Entrada de leão, como seria de esperar. O Sporting estava ultra motivado pelo jogo frente ao Everton e sabia que, se queria vencer o desafio, teria de dar o seu melhor nos primeiros 45 minutos, enquanto as forças assim o permitissem. Ora, sabendo eu isto, que sou um mero leigo, o que passou pela cabeça do Burroaldo? O Sporting jogaria com 5 elementos a meio campo, apenas Liedson solto na frente, como entender então a forma como a equipa portista aposta somente em 3 unidades a meio campo, com os extremos Mariano e Varela sem dar o devido apoio? Só se compreenderia essa atitude se o Porto entrasse mandão e a pressionar as alas leoninas, sobretudo as defensivas, onde Abel e Grimi seriam claramente os pontos fracos da equipa! Pois bem, foi o que todos vimos, o Porto entrou na expectativa! Com aquele modelo de jogo, na expectativa, só poderia dar derrota. A menos, é claro, que o Sporting jogasse tão mal como fez em inúmeros jogos, mas será que um treinador com a experiência do Burroaldo deveria confiar no acaso, na sorte, ainda para mais sabendo que apenas uma vitória em Alvalade interessaria à sua equipa para manter viva a luta pela conquista do título?

Mas resumir a derrota à má leitura táctica de Burroaldo seria uma tremenda desconsideração ao mérito leonino. A começar em Carvalhal, que teve um acto corajoso em manter um Abel que está a surpreender toda a gente e que está a injectar enorme confiança em Yannick Djaló, encostando definitivamente um cancro como Postiga e colocando outro, Vukcevic, em vias de remoção caso não atine definitivamente. Não gosto de Carlos Carvalhal, mas sei reconhecer o mérito que teve nestes duas vitórias, tal como teve tremendas responsabilidades nos desaires anteriores. Deixou de ser besta mas para chegar a bestial ainda tem muita maratona para correr.

No post anterior elogiei a cantera leonina, bem como unidades experientes como Izmailov, Mendes e Liedson, e como tal não me vou repetir. O que então descrevi como a receita de sucesso voltou a repetir-se com tremendo êxito, como adepto e como defensor do modelo para o futebol apoiado na formação, encheu-me de orgulho ver Patrício, Carriço, Veloso, Moutinho e Djaló serem preponderantes na equipa. Juntemos-lhes Abel, Tonel e Pedro Mendes e temos 8 jogadores portugueses no 11 titular. É este tipo de identidade que o Sporting tem de criar. Aposta segura na formação, aposta em valores nacionais com experiência e qualidade e aposta em 3 ou 4 estrangeiros de indiscutível qualidade, como o são Izmailov e Liedson. O modelo é simples, matéria humana nacional e caseira não falta, há que saber investir o pouco dinheiro disponível nos cavalos certos, para se ganhar a corrida.


Gostei de muitos pormenores do jogo. Por exemplo, o modo inteligente como a equipa leonina ficou no relvado no regresso aos balneários no intervalo e no fim do jogo. Evitou deste modo possíveis complicações com um adversário que estava irritado e ferido no orgulho, aliás não sei como se comportaria Fucile depois do baile que apanhou durante 90 minutos de Djaló, logo Fucile que tem a mania que é craque! Ou o Bruto, que passou o jogo a tentar pentear o Liedson. Tal como as desculpas se evitam, também estas confusões com os chorões do túnel foram muito bem evitadas. Outro pormenor que me deliciou foi a forma como o subchefe Gomes, que se veste à Mourinho para tentar passar por treinador, foi tirar satisfações com o árbitro ao intervalo. Ao que chega o desplante daquela gente, não satisfeitos por tentarem condicionar a arbitragem desde a nomeação, ainda queriam influenciar o julgamento no decorrer do jogo! Esteve muito bem o grande Lima, que foi tratar de sacudir as moscas do subchefe, mostrando que esse tipo de métodos fascistas de intimidação têm de ficar guardados para os jogos nas Antas, em Alvalade mandam os que lá estão! E, já agora, de que se queixam os chorões dos túneis? Provavelmente queixam-se do Bruto Alves não ter visto vermelho depois de chamar “filho da puta” ao árbitro! Pelo mesmo motivo foi expulso um jogador do Marítimo frente ao Benfica, perante os mesmos ouvidos do capitão do exército Ferreira! Volto a tocar no assunto coerência, os nossos árbitros não têm qualquer tipo de coerência, ou então ser “filho da puta” para o sujeito ainda é um elogio! Junte-se a isso a entrada assassina de Álvaro Pereira na segunda parte e realmente não sobram motivos de queixas para os chorões…


Para fim de festa, deixo uma nota e uma questão:

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A nota vai para a nódoa que foi o facto do JEB ter sido submisso e ter permitido ao corrupto sentar-se a seu lado; se não se importa de ser insultado ao menos deveria respeitar o que pensam os sportinguistas e, sobretudo, deveria respeitar o Paulinho, que foi enxovalhado por esse corrupto que nem merece siglas! Vergonha JEB, tens sido uma desilusão!

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A questão que deixo é aquela que todos gostariam de ver respondida: porque será que, num jogo em que se sabia ir haver controlo anti-doping, não conseguimos ver os jogadores do Porto correr como o Forrest Gump, tal qual como no jogo da Taça?