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domingo, 29 de março de 2009

O triunfo dos porcos - parte II

Começo este post a felicitar todos os patriotas de festa que ontem estiveram contra a selecção nacional. Saiam à rua, buzinem, apitem, andem nús pelas ruas, trepem árvores, comam folhas, corram, saltem, etc,...

Portugal precisava de ganhar e não ganhou. As possibilidades mantêm-se, mas as combinações de resultados necessárias para que elas se verifiquem já caíram no reino da ténue esperança, arrastadas por outra improbabilidade: a de que esta equipa marque golos de todo. Até é mais pela desorientação a que tresanda o ataque - qualquer ataque - do que pelas contas, mas não há como fugir-lhe. O Mundial está a, pelo menos, um goleador de distância da selecção portuguesa.
Queiroz está a fracassar pelo mesmo motivo que o levou, ainda adjunto de Ferguson no Manchester United, a prever uma má participação de Portugal no Euro'2008: não há um grande marcador de golos. Não havia na altura e ele não encontrou nenhum entretanto, apesar das experiências várias, das quais a última esteve longe de ser a mais bem sucedida. Para ontem, o seleccionador preferiu os quilómetros/hora virtuosos de Danny aos quilómetros/hora atabalhoados de Hugo Almeida. A diferença é que o segundo é ponta-de-lança e o primeiro não, mas não há forma de provar que dispor de uma âncora na área de início traria os golos, assim como não se pode tomar por certo que haveria menos mobilidade no ataque se jogasse o todo-o-terreno do Werder Bremen em vez do fórmula 1 do Zénit.
Se esquecermos aqueles poucos metros lá no finzinho do campo, Portugal andou perto do necessário, por força de uma experiência acertada de Queiroz a que talvez se possa chamar "o par de elásticos". Pepe e Raul Meireles, dois jogadores que têm em comum a consistência da borracha e sobre cuja elasticidade, no sentido real e no figurado também, assentou um futebol prático, feito de bolas ganhas pela dupla na antecâmara do ataque e livre dos individualismos que costumam levar as culpas por resultados como o de ontem. Quando, a meio da primeira parte, Cristiano Ronaldo se lembrou de levantar os pés quatro ou cinco vezes sobre a bola, sem nenhum efeito prático nem objectivo à vista, os assobios do Dragão devolveram-no à sensatez, matando por ali o vírus. Embora também antiga, a doença de ontem era outra...
Na verdade, nos últimos minutos do jogo, o mal até chegou a ser o contrário. Uma nítida relutância em levar a bola; um impulso para a entregar ao primeiro colega que se aproximasse. Mas, nessa altura, já muitos golos tinham ficado por marcar. A maioria porque sempre houve excesso populacional na área sueca, outros porque esbarraram numa falta de lucidez colectiva que se enraizou na selecção logo no início da fase de apuramento. Assim se explicam as bolas atiradas por Cristiano Ronaldo, na área, contra as pernas dos adversários, já em posição de saber que não poderia acontecer outra coisa se as chutasse.
Para desgraça última, a primeira parte não acabou sem que Queiroz perdesse o comboio. Mais concretamente, um comboio chamado Bosingwa, de quem o ataque dependeu muito antes do intervalo e de quem teve saudades. Da velocidade do lateral-direito do Chelsea, de regresso à equipa depois de um aparente castigo nunca oficializado, dependia boa parte das possibilidades que Portugal tinha de mover o excesso demográfico sueco. Por outras palavras, para além de não ter dentes, Portugal sofreu a ironia de perder também as nozes...

8 comentários:

Mitico disse...

É triste!
É muito triste!
Nao vou focar os erros de arbitragem que tivemos contra a nossa equipa ao longo desta caminhada mas vou sim destacar apenas três jogos que me ocorrem assim de repente:

Albania, Dinamarca e Suécia...

Falhar golos a meio metro da baliza com ela escancarada e sem ninguem por perto num raio de 3metros... era de levar com um pau de marmeleiro (bem seco) nas trombas!!!!

Liedson já!
Embora que peque por tardio...

Mitico disse...

O pauleta podia ser o "tosco" (como era apelidado por este país fora à beira mar plantado) o nabo, o que nao sabia jogar bla bla bla bla mas marcava! Marcava e dava pontos!

Liedson JÁÁ!

Mitico disse...

Continua a faltar...

Um guarda redes, um defesa esquerdo e um ponta de lança!

(acho que ja ouvi isto em algum lado...!?!)

Ramos disse...

É triste sina da selecção nacional, chuta, chuta e não marca....
É a vida.

Peyroteo disse...

Venho aqui sugerir ao "pé frio" do Queirós que para a próxima, em vez de jogar com 4 centrais (2 adaptados), que jogue com mais um, desta vez a ajudar a ponta de lança.
Talvez com 5 centrais vença.
...
Olhem se calhar a jogar com 5 centrais não tinha empatado 0-0 em casa com as equipas amadoras.

Peyroteo disse...

E o Ibraimovic não jogou; senão o mais certo era perdermos o jogo.

OAutor disse...

Com muita pena minha, acho que voltamos aos anos 90 e 80 e 70 e 60, aliás voltamos a ser o que somos!!!!!

El Pirata disse...

Acho piada verificar que os mesmos intolerantes para com a equipa de Scolari, sejam os primeiros agora a atenuar a porcaria da campanha de Queiros. É a coerência à Zé do Pipo...

Mantenho o mesmo criterio: o apuramente para as competiçoes (europeias e/ou mundiais) sao fundamentais, tudo abaixo disso é fracasso. Nao me interessa que o apuramento seja brilhante ou cagadinho, desde que seja alcançado. Scolari foi a 3 das 3 competições em causa, Queiros ja arranjou desculpas para falhar esta e a proxima. Brilhante!