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sexta-feira, 6 de março de 2009

Delírios de Cartaxana

O tema de hoje da fantástica crónica de Rui Cartaxana é o FCPorto e o seu presidente...é fantástica a coerência de temas nas crónicas deste mestre do audiovisual escrito!!!

cartaxana

O misterioso cafézinho

As últimas cenas passadas dentro e fora do Tribunal de Gaia, onde estão a ser julgados por corrupção os srs. Pinto da Costa, presidente do FC Porto, Augusto Duarte, árbitro de futebol, e António Araújo, empresário de jogadores e "homem de mão" do presidente têm qualquer coisa de "dejá vu".

Algures noutras paragens, mais mediterrânicas e mais violentas, com base em dinheiro vivo, que passa de mão para mão com fins misteriosos em misteriosos envelopes, acontecem, de facto, cenas assim. O silêncio é a grande lei da família e testemunha que se atreva depor contra alguém do grupo (contra o chefe então, é impensável) é hostilizada e agredida, se não lhe acontecer pior, porque por ali só o silêncio é soberano e contra ele ninguém pode, nem os senhores da capital.

Todos nós já vimos coisas assim em cinema, só que agora temos ali a coisa ao vivo dada em directo e, mesmo se o guião não é tão radical, não faltam por cá os personagens estranhos e as situações. A testemunha maldita, Carolina, apesar de protegida (?) pela Polícia, acaba insultada e agredida por "populares", o agente da autoridade (árbitro) alegadamente corrompido não comparece, invocando misteriosa doença. O pior é que a sua versão não joga com a do alegado corruptor e figura central do drama (segundo ele, árbitro, foi apenas "tomar um cafézinho e ter uma conversinha" com presidente, precisamente na véspera de ir arbitrar um jogo com o FC Porto. O qual, presidente, "explica" tudo com um encontro de aconselhamento, a pedido do árbitro, "coisas familiares". Não falta, sequer, a figura do intermediário, engajador e "homem de mão", o fiel Araújo, presente em tudo e para tudo, ou a irmão-gémea, que trai a outra gémea, Carolina, a troco de benesses do "homem", vai depor contra o "próprio sangue" e corre com os jornalistas fazendo-lhes um gesto obsceno com o dedo da mão espetado. Tudo gente fina. Como se vê.

Pairando sobre as cabeças destes personagens de ópera bufa andam 2 500 € em cinco notas de 500, que a então doce Carolina diz que meteu num envelope a pedido do então marido e presidente para ofertar, com o "cafezinho", ao pobre Augusto Duarte, que eles precisava, vá-se lá saber para quê em conjuntura de tantas e tão grandíssimas dificuldades como as que vivemos.

Alguém percebeu aquela do presidente dizer agora em tribunal que sabia muito bem que tinha o telefone sob escuta? Estaria assim tão certo de que as escutas eram "ilegais"? 

Aproveito este momento para divulgar uma noticia (apelo) bastante importante, não confundir Porto com FCPorto, embora claramente o FCPorto sofre as consequências de nao ser um clube do poder central...

apelo    

4 comentários:

Mitico disse...

Ao olhar para o odio de CaqueticXana, por momentos, parece que estou 2050 a ver o Pirata e muitos outros! :)

Autor
Grande post!

Uma delicia este anti portismo vindo de alguem que segundo "reza" a história nunca se corrompeu!!! lol

Ridiculos!

OAutor disse...

Boca do dia:

«Do Real Madrid só queria o Cristiano Ronaldo e o Kaká»

Enrique Cerezo, presidente do Atlético Madrid, ironiza sobre o rival antes do «derby» da capital espanhola, em declarações à «Sexta».

O dirigente começa por dizer que não queria ninguém do Real Madrid, depois rectifica: «Bem, contratava o Cristiano Ronaldo e o Kaká. São do Real Madrid, não são?»

Picareto disse...

A noticia apresentada neste post é chocante. Lamento que em pleno Seculo XXI ainda tenhamos de viver com este sentimento de pura inveja e altamente discriminatório. É de uma tacanhez e de um provincianismo de todo o tamanho o que estão a fazer aos jornalistas e à Cidade do Porto. Será este o inicio de uma nova era? de uma era em que eramos forçados a ir lutar numa guerra perdida e em que nao tinhamos liberdade de expressao e onde o benfica era campeão e onde era permitido a alguns clubes entrarem de arma em punho no balneario do arbitro?

Não quero voltar a essa era!

cesarlopes21 disse...

Há os que ainda acham que por gente de Lisboa a trabalhar é bem melhor do que pôr os verdadeiros trabalhadores do Norte. É gente sem escrupulos e comandados pela centralização do sistema supostamente democrático. É gente que ao pensar que, se escrever coisas bonitas sobre este e aquele, sobre esta entidade ou aquela, farão mais sentido que informar as pessoas das verdadeiras noticias.
Estou mesmo a ver o JN e o Jogo, jornais que normalmentes os nortenhos vêm com mais frequência, ter noticias que só aos mouros lhes interessam.
A essa gente é preciso dar-lhes o verdadeiro sentido do norte para aprenderem a saber o que é trabalhar.