Segue o pódio com os grandes vencedores.
Seguem-se as frases vencedoras.
3º LFV: "Pelo peixe morre a boca" - 6 Outubro 09
2º Bettencourt: "Paulo Bento Forever!" - 18 Maio 09
«José Mourinho diz, numa entrevista, ontem, ao Público, que dois anos no FC Porto o habituaram mal. Falava a propósito da necessidade que sente de dar o peito às balas nos clubes por onde tem passado e de como lhe sabia bem ver aparecer alguém com um colete à prova de balas como acontecia no FC Porto. Mas também podia falar de outras coisas. Da forma como dois anos a ganhar tudo e mais alguma coisa podem habituar mal. De como lhe faziam todas as vontades. Ou de como lhe perdoaram todos os excessos. Mas admito que seja importante para um treinador sentir-se protegido. Mesmo um treinador que gosta de dar o peito às balas e ainda lhe desenha um alvo colorido por cima. Jesualdo Ferreira, por exemplo, havia de gostar de um colete à prova de balas. Afinal, passou os últimos anos a dar o peito a todas as balas, até às que nem sequer eram para ele, e continua a ser o alvo preferido de qualquer pretendente a "sniper". Adeptos do FC Porto, adeptos dos rivais, críticos, até padres nos seus sermões aproveitam para praticar tiro ao alvo com o treinador do FC Porto. Há três anos que é assim. E há três anos que Jesualdo Ferreira é campeão. Sem coletes.»Jorge Maia in Ojogo
A Itália teve a sua consagração ao vencer a Inglaterra e ter conseguido o mercido 3º lugar!!!!
Lisboa: Câmara aprova perdão de dívida de 9,5 milhões da EPUL
21h15m
Lisboa, 22 dez (Lusa) -- A Câmara de Lisboa aprovou hoje o perdão de parte da dívida da EPUL -- Empresa Pública de Urbanização de Lisboa - no valor de 9,5 milhões de euros, importante para o "saneamento financeiro" da empresa, disse António Costa.
Para o presidente da autarquia,que criticou a gestão da empresa noutros executivos camarários, o perdão de dívida prende-se com a "grande fragilidade financeira" actual da EPUL.
Falando aos jornalistas no final de uma reunião da Câmara de Lisboa, Costa afirmou que a EPUL "assumiu" em anos recentes "um conjunto de despesas que nada têm a ver com a essência" da empresa.
in JN online, negritos meus
O que será "um conjunto de despesas que nada têm a ver com a essência! da EPUL?
EPUL pagou 1,3 milhões a mais ao Benfica
"A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) pagou mais 1,3 milhões de euros ao Sport Liboa e Benfica pelos ramais de ligação ao novo estádio do clube de futebol. A informação enviada à Procuradoria-Geral da República revela “indícios da eventual prática de ilícitos criminais” em relação a este processo.A informação é avançada hoje pelo “Correio da Manhã” que revela que a EPUL enviou ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro, o relatório do inquérito sobre “as facturas relativas à conclusão de ramais de ligação às infra-estruturas de subsolo para o novo estádio do Sport Lisboa e Benfica”.
O jornal, que teve acesso ao inquérito, adianta que o documento entregue pela EPUL revela “indícios da eventual prática de ilícitos criminais” relacionados com o pagamento ao Benfica.No total foram pagos 8,1 milhões de euros pelas obras de ligação ao novo estádio, quando no contrato consta cerca de 6,8 milhões de euros, ou seja, mais 1,3 milhões de euros do que o contratado.
"in Jornal de Negócios, Dezembro de 2008
E o que terá acontecido este tempo todo que a famosa procuradora não logrou investigar com sucesso?
P: Sabes como se conhece um alentejano numa luta de galos?
R: É o único que leva um pato!
P: Sabes como se conhece uma loura na mesma luta de galos?
R: É a única que aposta no pato!
P: E sabes como é que se sabe que o Pinto da Costa também lá estava?
R: O pato ganha!...
Bem, esta jornada trouxe-nos duas surpresas, a primeira foi a vitória fora do sporting e a segunda foi a semi-falta de comparência do FCPorto no quintal da luz!!
Aproveito também para destacar a Académica que depois de um arranque á moda antiga (11 jogadores dentro da baliza) anda agora a jogar muito bem e a conquistar pontos…pode ter perdido, mas o seu treinador está a mostrar que se pode perder dando espectáculo, um exemplo para os outros pequenos!!!
No post anterior o senhor pirata falou de golos, ou em festejos de golos, e isso fez-me lembrar aqueles que os fazem…os goleadores!!!
Assim sendo vou falar daquele moço que foi o espectáculo das capas deste defeso, exactamente…o Matias!!!!!!! Matigol para os do costume!!!!!
Ora, analisando a carreira deste rapaz desde que chegou á civilização, é de reparar que ele de facto é um goleador nato!!!! diria eu que nunca vi nada parecido num médio, pelo menos num médio a actuar em portugal!! Mas como eu sou muito curioso fui verificar a carreira de um dos jogadores mais criticados do nosso campeonato…
Esquesito…este moço desde que está na Europa já marcou por 13 vezes??? Mas de certeza que nas 2 ultimas epocas nao deve ter marcado tantos golos como o Matias dos golos, é que o Matias é mais novo e demorou algum tempo a adaptar-se…vamos lá ver então! Olha e não é que marcou mesmo!!! Ou é de mim ou nunca li em nenhum jornal alguém escrever…MARIGOL!!!
PS:É provável que o Matias dos golos tenha marcado algum golo esta época, mas como eu só acompanho o campeonato dos 5 primeiros não reparei!!!!
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Sinceramente acho que o resultado fala por si…um Porto muito forte para um atletico de madrid fraquissimo, uma equipa que está a anos luz de um qualquer bate borizov ou herenveen (nem sei como se escrevem).
Portanto, o que se pode retirar dos comentários que foram feitos pela TV de todos nós, é que o FCPorto fez o que lhe competia visto que o atletico de madrid é uma equipa da 3divisão do Afeganistão!!!
Será que a capa do record é para vender????
Reações ao Sorteio:
«Finalmente tivemos sorte no sorteio», diz dirigente do Mafra
«FC Porto trará uma receita suplementar», diz Miguel Ferreira dirigente do Belenenses
(foto para o juiz Pirata analisar e dar razão a quem um dia disse que o JJ era lagarto)
Nem mais, ao 22º dia do mês 11 o couraçado lampião foi atingido! Vai ao fundo? Ainda é cedo mas, qual Bismarck que os nazis diziam ser inafundável, este também começou com tal lenda e, ainda antes do Natal já parece a pescada que, antes de o ser... já o era!
7. O melhor do Mundo em 2000 e 2001!
Corria o ano de 2000, para trás tinha ficado uma excelente prstação no Euro’2000, consagrando o português como uma das vedetas da competição. Junte-se o mediatismo da transferência e os títulos conquistados em Barcelona e formou-se uma corrente de apoio a Luís Figo para ser coroado o jogador do ano, quer pela FIFA quer pela France Football. No primeiro caso o prémio acabaria nas mãos de Zidane (370 votos), à frente do português (329 votos) e Rivaldo (263 votos), muito pelo facto da organização mundial ser conservadora e tender a atribuir o prémio ao jogador que se destacou na conquista da prova de selecções desse ano. Já a France Football, curiosamente uma publicação francesa e extramamente cotada no universo futebolístico, colocou de lado o seu nacionalismo e nem sequer duvidou em eleger Figo como o melhor do ano, à frente do francês Zidane! Por uma vez o famoso chauvinismo francês não fez das suas e com inteira justiça Figo viu a sua carreira ser reconhecida por todos.
Em 2001 fica na sexta posição da tabela dos melhores do Mundo na corrida pela Bola de Ouro da France Football, conquistando no entanto a estatueta da FIFA, o World Player of the Year, numa lista de jogadores, da qual constavam Raúl, David Beckham, Zidane e Rivaldo. Se houve jogador unanimemente reconhecido como soberano no Planeta Futebol esse jogador foi Luís Figo.
8. Dados estatísticos de uma carreira simplesmente brilhante
Segue-se o curriculo desportivo deste magnifico team-player. Um curriculo que reflecte bem o percurso de 14 anos de “internacional” ao mais alto nível, como não me recordo noutro jogador fora do seu País, sempre nos melhores clubes e sempre como primeira escolha para a sua posição, mesmo aos 34 anos! E, aos 36 anos, escolha de Mourinho para ser um dos suplentes mais requisitados, encostando para um canto “estrelas” contratadas a peso de ouro para os extremos, como foram o caso de Quaresma (24 milhões de euros) e Mancini (21 milhões de euros). És simplesmente Luis, O Magnífico!
O curriculo nos clubes é vastissimo, ao ponto de Figo, como profissional, contabilizando um incrivel numero de 799 jogos. Pela selecção nacional somou 127 jogos pela selecção principal e 61 jogos nas camadas jovens das quinas. Ou seja, desde que foi um dia lançado por Raul Aguas no Sporting em 1989... Figo contabilizou um impressionante numero de 987 jogos como profissional. Fazendo um pequeno cálculo pode-se afirmar sem grande margem de erro que foram quase 1500 horas em campo ao longo da carreira. Se, em média, Figo tem corrido 8 a 9 Km por jogo temos um valor aproximado de 10.000 Km percorridos em campo! A distância entre Lisboa e Pequim! Um atleta excepcional que deu tudo dentro de campo, sempre disponível, sempre presente, sem quezílias com treinadores que o levariam a assistir jogos no banco ou bancada. Wanderley “O Burro” Luxemburgo foi a excepção que sempre existirá para confirmar a regra. Quanto a golos marcados, Luís Figo notabilizou-se por ser um extremo à moda antiga, por atacar os defesas e procurar as linhas laterais tendo como propósito máximo servir na perfeição os seus colegas de equipa que se encontravam na área para finalizar. Ao contrário da moda vigente, Figo não procurou nunca a glória pessoal, seria facílimo para ele fazer as fintas para o centro do terreno e rematar constantemente à baliza, procurando desse modo satisfazer o seu ego e aumentar o seu protagonismo. Para felicidade dos avançados com quem jogou ao longo da carreira, Figo colocou sempre os interesses colectivos acima dos seus interesses pessoais, atitude que fez dele o melhor extremo mundial enquanto esteve no topo da carreira, ou seja, seguramente o melhor extremo das últimas duas décadas do futebol mundial! Ainda assim, até porque procurou sempre melhorar ao longo da carreira, conseguiu uma interessante soma de 186 golos oficiais na carreira, divididos entre campeontos (93), taças europeias (28), taças nacionais (15) e selecções nacionais (50).
Um verdadeiro portento, o maior jogador português de todos os tempos, mesmo contando com o português/moçambicano Eusébio, que se entreteve entre os fracos da sua terra. Figo provou o sucesso internacional, foi idolo por onde passou, ao ponto de chegar a capitão de equipa em todos os clubes onde actuou! Aqui fica o curriculo desportivo:
Em virtude dos espanhois atribuirem importância às assistências para golo que os jogadores efectuam no campeonato espanhol, é possível saber o valor das mesmas na carreira de Luis Figo em Barcelona e Madrid. Assim, Figo efectuou um total de 336 jogos no campeonato espanhol (ou seja, em 10 anos Figo falhou somente 44 jogos, verdadeiramente impressionante!), marcando 67 golos e efectuando 108 assistências que acabaram dentro da baliza adversária. Fazendo uma extrapolação, e modesta, é possível afirmar com zero margem de erro que foram pelo menos 200 as assistências de Figo ao longo da sua carreira, uma marca que poucos, muito poucos, conseguiram superar. E o melhor é nem falar nas assistências que não deram em golo por total incompetência dos atacantes, alguns deles bem famosos!
Esta tabela serve igualmente para desmitificar a perda da influência de Luis Figo com a troca de Barcelona pelo Real Madrid. Os números não enganam, em Barcelona Figo somou 172 jogos, contra os 164 realizados em Madrid (convém realçar a lesão sofrida por Figo em Março de 2002, provocado pelo Deco, responsável pela única época em que Figo realizou menos de 30 jogos no campeonato!), marcou 30 golos em Barcelona efectuando 57 assistências, enquanto que em Madrid marcou 37 golos e fez 51 assistências. Uma década de impressionante regularidade com a camisola de 2 colossos mundiais, existe outro jogador capaz de ombrear com este feito assinalável?
Um das grandes falhas que irão perdurar na história da carreira do melhor jogador português de todos os tempos é a falha que o futebol tem para valorizar todos os jogadores responsáveis pela criação de oportunidades de golo. Valoriza-se quem marca, todos têm clara noção de quantos golos marcaram ao longo da carreira, mas e as assistências? Se as que não acabaram em golo por inépcia atacante não são contabilizadas, pelo menos as que resultaram em golo deveriam sê-lo! É uma tremenda injustiça para o jogador que, seguramente, mais assistências para golo originou nestas últimas duas décadas de futebol! Um verdadeiro assombro a forma como Figo sempre elevou os seus parceiros de ataque ao estatuto de número um! Não é coincidência, ao seu lado todos os pontas de lança brilharam mais. Uma falha que o desporto americano não possui, valorizando sempre o atleta que coloca a bola no indivíduo que faz o mais fácil, empurrar para dentro da baliza! Figo, ao melhor estilo americano, foi sempre o Quarter Back titular das suas equipas, o base que os colegas procuravam para que ele determinasse a melhor jogada de ataque colectiva, enfim, uma falha enorme da FIFA e UEFA que tardam em perceber a importância das assistências, valorizando excessivamente os goleadores, alguns deles como Inzaghi que se limitam a encostar para dentro da baliza.
No dia 21 de Oububro de 2000 Figo regressa ao Camp Nou para um momento único, o primeiro jogo efectuado em Barcelona com a camisola do grande rival. Mais de cem mil pessoas encheram o estádio para, escandalosamente, lincharem publicamente o jogador português, apelidando-o de pesetero e tentando agredi-lo durante o encontro. A força de carácter do jogador ficou bem patente na forma como nunca recuou nos seus intentos de marcar os pontapés de canto, mesmo quando era aconselhável que não o fizesse, assim como nunca ter-se refugiado ao longo do jogo longe da bola, pelo contrário, foram vários os jogadores que brilharam nessa noite somente porque conseguiam retirar a bola a Luís Figo, um deles, Puyol, nunca teria feito a carreira que fez se não fosse o carrasco das pernas de Figo em todo o jogo, um jogador banal e medíocre e que singrou desde essa noite como bom defesa central por entre essa gente mesquinha da Catalunha…
9.4 – A polémica da perda de prestígio na selecção nacional
Em meados de Novembro de 2002, já António Oliveira tinha abandonado o comando da selecção nacional há mais de quatro meses, passando o lugar a ser ocupado pelo interino Agostinho Oliveira, enquanto Gilberto Madaíl tardava em decidir o timoneiro que lideraria a selecção com o intuito de preparar a participação no Euro’04, de suprema importância nacional uma vez que se realizaria em Portugal! Após a desilusão do Mundial Coreia/Japão no Verão de 2002, onde se recriou um ambiente de estágio de elevada turbulência, apenas superado negativamente pelo vivido em Saltillo’86, Figo viu-se obrigado a ameaçar outra revolta de balneário se a FPF continuasse a mostrar-se insensível ao desejo de mudança transmitido por um conjunto de atletas que já não resumiam todas as questões a um problema de dinheiro como em 1986. Quatro meses após o Mundial do Oriente, Luis Figo aproveitou uma conferência de imprensa na véspera de um “amigável” em Gotemburgo para vetar um nome português como sucessor do interino Agostinho Oliveira, declinando responsabilizar-se pelo futuro da equipa no caso de permanecerem os critérios de admissão ao lugar de seleccionador. A frase que estalou o verniz dos anti-Figo foi “não venho à selecção para perder prestígio”! Acudam as donzelas virgens, então isto era frase que se dissesse? Realmente se havia alguém que perdia prestígio com todo o circo que se estava a montar para algum incompetente (Artur Jorge, Fernando Santos?) tomar de assalto (com benção papal…) o cargo de seleccionador esse era precisamente o único que teve coragem para afirmar aquilo que muitos outros pensavam! Luís Figo foi a voz da razão, a voz de muitos milhões de portugueses que exigiam uma pessoa capaz, independente e com provas dadas: Luís Felipe Scolari foi o escolhido com os resultados que todos conhecem. Não venceu títulos? Pensem apenas no que fariam os dois mentecaptos atrás mencionados, o murro na mesa de Figo foi um marco tremendamente importante para os quatro anos de sucessos que se seguiram.
9.5 – Confronto sobre os naturalizados
O percurso ao serviço da equipa das quinas foi brilhante, único quando comparado com todos os restantes portugueses que já tiveram a honra de vestir a camisola nacional. Faltou-lhe um título internacional por Portugal, como já anteriormente faltara a Eusébio, triste sina de um País periférico sem peso institucional nos centros de decisão da FIFA e UEFA. É assim tão importante os jogos de poder fora do relvado? Quem segue atentamente o fenómeno desportivo não tem dúvidas da veracidade desta interrogação! O não apuramento para o Mundial’98 é uma prova disso, a forma como fomos empurrados da final do Euro’2000 outra, a arbitragem manhosa na Coreia’02 outra, enfim, até o facto de organizarmos o Euro’04 e, em 7 jogos, não termos um único(!!) erro arbitral a nosso favor não deixa espaço para dúvidas: dificilmente Pelé ou Maradona seriam campeões mundiais se tivessem sido portugueses! Estou em crer que há-de chegar o dia em que a conjugação de talento, força, raça e sorte nos vai conduzir a uma grande vitória internacional, mesmo sem talentos individuais da grandeza de um Luís Figo, mas não podemos avaliar e criticar o trabalho deste grande português somente pelo facto de não ter carregado com a equipa até ao sucesso. Polémicas? Teve a sua quota parte, Figo teve sempre uma legião de anti adeptos que até na forma dele espirrar viam defeitos. Uma das críticas está relacionada com a forma como reagiu à naturalização de Deco. Podia assobiar para o lado, afinal nem era um concorrente directo para o seu lugar, mas assumiu a sua opinião sem receios nem subserviências. Figo é totalmente independente de qualquer poder obscuro que comanda o futebol nacional. E isso incomoda muita gente, sobretudo os que não possuem espinhal dorsal nem conhecem o sabor da liberdade. Figo é contra as naturalizações, assumindo à época que seria muito fácil jogar na selecção brasileira e ser campeão do mundo mas que nunca trocaria a selecção nacional por outra qualquer. Está no seu direito, é uma opinião válida e demonstra grande patriotismo. Esta forma de estar no desporto como na vida, directa e frontal, contrasta com a mesquinhez de quem está habituado a escutar a opinião do líder e depois repeti-la até à exaustão. Luís Figo não perdeu adeptos por assumir esta posição, os que já o criticavam mantiveram a cabeça enfiada na areia, os restantes confirmaram o Homem sem medo de assumir as suas posições.
9.6 – O regresso à selecção nacional após seis meses de “pré-reforma”
Em 2000 e 2001 não houve melhor futebolista no planeta e 2002 seria o ano da consagraçao na selecçao no Mundial da Coreia/Japao. Mas Deco lesionou Figo em Março desse ano, a 3 meses da competiçao. Seria mais fácil Figo abstrair-se dos compromissos do seu clube e focar-se somente em recuperar totalmente da lesão para estar ao mais alto nível na mais importante competiçao de futebol. Mas Figo não é assim, não pensa assim, é profissional de corpo e alma e a selecção pagou por isso. Em vez de parar 1 ou 2 meses para debelar completamente a lesao provocada por Deco, Figo nunca deixou de dar o seu contributo ao clube que lhe pagava principescamente todos os meses, demonstrando todo o seu profissionalismo e colocando o clube à frente do seu desejo pessoal de singrar no primeiro mundial em que participaria, a caminho dos 29 anos de idade. Muitos portugueses ainda o culpam pela péssima campanha da selecção e exigiram a sua saída da equipa nacional, desculpando os verdadeiros culpados, de treinador a planificador do estágio em Macau, mas Figo nunca se deixou afectar pela mesquinhez de um povo que não estava preparado para ter um compatriota seu como o melhor do Mundo, sem que a tradicional inveja à portuguesa se fizesse sentir. Muito deu à pátria Luís figo, para tão pouco receber. Após o Euro’04 Luís Figo perto de completar 32 anos de idade e com uma mudança drástica na carreira, saíndo de Espanha após dez anos de sucesso e entrando em Itália para jogar num Inter de Milão que andava há quinze anos atrás do sucesso, decidiu que era tempo de abdicar da selecção, embora tenha dito a Scolari e ao público que a sua decisão não era definitiva, se sentisse as suas capacidades intactas e se o seleccionador assim o desejasse, poderia retomar o seu lugar. O que sucedeu foi o esperado, Figo entrou a arrasar na serie A italiana, sendo eleito o melhor médio do campeonato desse ano, superando com sucesso uma nova etapa da carreira! Em Maio de 2005, com metade da fase de apuramento para o Mundial’06 cumprida, Luís Figo demonstra desejo de regressar à equipa que, verdadeiramente, nunca tinha abandonado. Novamente aqui d’El Rey por parte das alimárias do costume, alimentando a ideia que o português mais conhecido em todo o Planeta tinha feito como a cigarra, tocado viola durante o apuramento e desejando ocupar a vaga de um outro coitado que tinha deixado o coiro em campo! Mentira, mais uma a juntar ao rol das vigarices anti-Figo. O jogador português seria, naturalmente, convocado e participaria em metade desse apuramento! Por ter falhado a primeira parte desse apuramento, (seis jogos para ser mais exacto) para tentar o sucesso em Itália após época apagada no Real Madrid de Wanderley “O Asno” Luxemburgo, deveria ser punido, quando deixou sempre claro que era um hiato e não um adeus definitivo, deixando até desse modo espaço e oportunidade para outros jogadores ganharem o seu espaço na selecção. Mas, como todos se recordam, Luis Figo nunca foi substituído, entrou de caras na equipa e muita gente lamentou a sua ausência no Euro’08, onde a falta da sua liderança foi tremendamente sentida! Ironia do destino, que tem o hábito de servir como fiel da balança e desmontar as teorias dos arautos da verdade e dos costumes, Pepe naturalizou-se à pressa e participou somente num jogo de apuramento para o Euro’08, participando posteriormente nessa competição! Não se ouviu uma única voz dos críticos de Luís Figo, pudera, a mentalidade dessas criaturas consiste em aplicar as regras consoante as suas convicções, os seus interesses, os seus egos inchados.
9.7 – O instigador do Calcio Caos!
Luís Figo tinha poucos meses de Calcio mas a sua forma de estar no desporto, como na vida, não permitiriam que calasse a sua revolta ao assistir à pouca vergonha após derby entre Inter Milão e Juventus, onde o clube milânes foi escandalosamente prejudicado, acabando a Juve por triunfar (2-1), rumando a caminho do scudetto! Era conhecida nos meandros do futebol o poderio que a Juve e os seus dirigentes detinham no calcio, e as panelinhas de pressão que geriam com os seus amigalhaços do AC Milan, levando a um período de travessia do deserto do Inter que somava já 15 anos! O famoso sistema, que todos conhecemos e que não é invenção lusa. Nunca, nesse longo período de tempo, escutei palavras tão duras e violentas, sem temor nem respeito pela hierarquia estabelecida quanto as que Luís Figo proferiu: “Que fazia Luciano Moggi no balneário do árbitro antes do jogo? Em tantos anos de futebol nunca conheci ninguém como Moggi, não compreendo a forma irresponsável como age, como se fosse o grande chefe do futebol”. Assim, corajosamente, sem pudor, sem receios de processos em tribunais nem de julgamentos em praça pública (como viria a suceder, com Moggi e os seus comparsas a denegrir ao máximo o jogador português, Moggi chegou a afirmar “Quem assina contratos por diversão deveria estar calado”), Figo expôs a pouca vergonha instalada no podre Calcio ao futebol mundial, dando o corpo às balas por uma causa que poderia não ser a sua, afinal estava em Itália há pouco mais de seis meses e em fim de carreira! Mas Figo nunca foi comodista, nunca esteve num clube apenas com intenção de ganhar dinheiro sem lutar pela conquista de títulos, nunca calou a sua revolta quando alvo de injustiças. Transformado em ídolo pelos tiffosi, que o veneram, despoletou todo um processo que acabaria com Moggi condenado e a Juve na segunda divisão italiana, um herói para todos os adeptos que acreditam que o futebol tem de ser ganho dentro de campo pelo talento dos jogadores e astúcia dos treinadores. E, como em toda a sua carreira, Figo acabou por conquistar, pela sua capacidade de liderança e personalidade, a braçadeira de capitão. Mais uma, porventura a mais improvável, mas merecidíssima! Se o Inter é actualmente tetra campeão em muito deve à coragem de Luís Figo. E os tiffosi interistas, melhor do que ninguém, sabem-no.
10. As palavras de Mourinho, então treinador adjunto do FC Barcelona
Recordo aqui um texto que foi publicado no site Mais Futebol, numa época em que Mourinho era ainda, apenas, um dos treinadores adjuntos do Barcelona, a escassos meses de se tornar uma invenção de Vale e Azevedo para treinador da equipa principal do SL Benfica.
“Figo: a coragem dos grandes
26/2/2001
«Sou, desde há anos, um forte crítico do treino analítico e, como tal, resulta-me difícil separar e especificar as tradicionais componentes de um jogador de futebol. Onde começa e acaba o físico, o técnico, o táctico e o psicológico é uma questão cada vez mais démodée. O treino global envolvendo todas as vertentes referentes a um modelo de jogo ganha cada vez mais adeptos no «mundo metodológico».
No entanto, reconheço que para uma abordagem mais simplista e menos técnica, mais «futeboleira» e menos científica, falar-se nas componentes separadamente facilita a compreensão, a comparação e a análise específica.Falar-se de Luís Figo é, obviamente, falar-se do jogador por excelência, do homem que consegue, de forma harmoniosa, coexistir com toneladas de potencial e onde as qualidades técnico-tácticas-físicas-psicológicas cooperam com uma empatia quase única no futebol de hoje.
Centremo-nos agora na reabertura da Liga dos Campeões e no jogo de Madrid entre o Real e a Lazio. Quando os espanhóis possuem Hierro, Raúl, Roberto Carlos e companhia, e na hora de decidir com um só remate no último minuto, a directa qualificação para os quartos-de-final, é Figo o escolhido (?) para marcar o decisivo pontapé da marca de grande penalidade. Muitos pensarão no porquê da escolha.
Conheço o jogador de cinco anos de trabalho diário em comum e sei que a sua eficácia nessas acções não é esmagadora; sei da paixão dos goleadores como Raúl em tentar aproveitar essas oportunidades para aumentar as estatísticas que um dia o levarão a ultrapassar o mítico Alfredo di Stéfano como o maior goleador da história do Real Madrid. Obviamente que sei também que os líderes carismáticos como Fernando Hierro não gostam de perder oportunidades de mostrar ao mundo o seu status e personalidade. Naquelas horas muitos duvidam, alguns tremem, outros escondem-se. Luís Figo agarrou na bola com a convicção e a «arrogância» que fazem dele o melhor dos melhores.
Onde está a diferença? No campo psicológico. Os grandes têm coragem, são decididos, não têm medo de falhar, adoram a responsabilidade, divertem-se com o risco, assustam o stress e a pressão. Decididamente, o campo psicológico faz a diferença... ”
11. Josep Guardiola, o amigo catalão
No auge da sua carreira, no final do milénio passado, Luís Figo teve a sua vida retratada em livro pelo jornalista catalão Toni Frieros. Para autor do prefácio, Frieros escolheu Josep Guardiola, tido como o grande amigo de Figo em Barcelona. Aqui ficam as suas palavras.
“Viajo. A Praga. À Champions. Vou na frente. Como sempre. Bem, como quase sempre. Desta vez, não estás. Ficas na tua cidade adoptada que tanto amas, por causa dos cartões amarelos. Parecem amantes. É o único motivo que te impede de jogar. As lesões? Nem as conheces. O que manda não se atreve a dizer-te que não jogues. Das gripes estás imune. É assim dia após dia. Jogo a jogo. Não há maneira. E andas sempre a queixar-te. Estou cansado. Não chegarei à final. Não aguento este jogo. Mas já te conhecemos. Não nos preocupa que treines mal. Que no aquecimento digas que te dói tudo. Sabemos que quando o de preto nos dá autorização para jogar, tu estás sempre presente. Em Wembley ou Almeria. Estás sempre presente. Dizem os que jogaram com Maradona que o que mais admiravam nele não era o seu talento, o seu pé esquerdo, a sua beleza… Não, isso não era o que mais admiravam em Diego. O que os tornava fiéis a Diego era a sua valentia. Ali estava quando Deus desaparecia. Ali levantava a cabeça e gritava, quando os demais se calavam. Ali. Quando fazia de Maradona. Era amado. Venerado. Maradona fazia de Figo. Figo fazia de Maradona. Iguais. Valentes.
Continuamos viagem. Pergunto se sobrevoamos Vigo. Não, respondem-me. Foi nesta cidade que te vi pela primeira vez. Era em Espanha – Portugal. Não jogaste. Estaria o seleccionador doente? Não sei. Só sei que entraste no segundo tempo. Ias com o cabelo inapresentável. Não rimos com o Pitu quando olhamos para as tuas fotografias dessa época. Como Cristovão Colombo. Igual, igual a todos os teus companheiros de selecção portuguesa. Devia ser moda. Bom jogador não parecias, se queres que te diga. Muitas vezes somos classificados pela nossa aparência. Pois eu fiz o mesmo. E enganei-me. Primeiro erro. Sempre pensei que os que não jogam não são os bons. E tu não jogavas. Não devias ser dos bons. De facto, o seleccionador estaria com febre ou amnésico? E errei outra vez. O segundo e último erro. Não mais. Eras muito especial no teu jogo para que ele fosse totalmente cego. Ou equivocado. Jogaste como já te conhece o Camp Nou. Ágil. Desenvolto. Activo. Esperto. Inquieto. Bom. Muito bom. Ganhador. Valente. Sim. Como Maradona.”
12. Universo extra-futebol
Fora dos relvados, Figo aparece muitas vezes bem disposto acompanhado da sua esposa Helen Swedin, modelo sueca, que conheceu quando representava o Barcelona, e com quem se casou a 30 de Junho de 2001, no Algarve. Figo e Helen cultivam uma imagem do casal feliz sempre simpáticos para a comunicação social, surgindo por vezes acompanhados das suas três filhas, Daniela, Martina e Stella, mas o jogador luso evita a publicidade e a intromissão na sua vida pessoal.
12.1 – Figo, Marcas e Publicidade
Figo tem sido também a cara de muitas iniciativas publicitárias de empresas como a Coca-cola, Pepsi-Cola, Delta Cafés e Galp Energia, que têm associado a sua imagem ao atleta, que é considerado um símbolo de vitórias e que goza de um enorme prestígio junto do público. O seu aparecimento em várias campanhas de publicidade, suscitaram críticas por parte de pessoas ligadas à opinião pública, que já tinham feito comentários pouco favoráveis pelo facto de se ter transferido do Barcelona para o Real e Madrid. Em resposta aos comentários, Figo escreve num artigo publicado no jornal "Público", no dia 2 de Junho de 2002, que existem pessoas que o criticam por não terem «outra razão que não seja a falta de assunto». Relativamente às observações negativas por ter participado em diversas campanhas publicitárias, o jogador responde que não reconhece credibilidade aos que o criticam por dar a cara nessas campanhas uma vez que, as mesmas pessoas aparecem também como comentadores de vários assuntos em diferentes meios. Figo escreve no mesmo artigo que, esses críticos são «os que lemos de manhã num jornal diário a escrever sobre agricultura, que ouvimos poucas horas mais tarde na rádio a falar de política e à noite acabam numa das televisões a comentar o actual momento da RTP».
12.2 – A Dimensão Social
Para além dos negócios Figo é conhecido também pela sua faceta social e a 15 de Abril de 2002, numa cerimónia realizada no Centro Cultural de Belém, o jogador é nomeado embaixador do Comité Português para a Unicef. Em Maio de 2003, Figo criou uma fundação com o seu nome sem fins lucrativos, que tem como objectivo contribuir financeiramente para a angariação de condições e oportunidades para as crianças e adolescentes em situações desprotegidas. Para o futebolista, este foi um objectivo que há muito desejava concretizar, representando para si «uma ambição antiga e genuína», no sentido de ajudar os mais necessitados. Na cerimónia de inauguração, decorrida no Estádio do Bessa, recebe mais um elogio pelas suas acções, desta vez, do presidente do Boavista, João Loureiro, que afirmou que a criação da fundação tinha sido o golo mais bonito que o internacional português alguma vez tinha marcado. O jogador continua a estar ligado a iniciativas de âmbito humanitário e de 1 a 12 de Agosto de 2003, a convite da organização do Campeonato da Europa de Futebol da Deficiência Mental, apoia a organização do evento, decorrido em Aveiro, e os atletas que participaram no mesmo.
12.3 – Fundação Luís Figo
A Fundação Luís Figo é uma organização não governamental sem fins lucrativos, baseada nos valores, ideais, atitude e notoriedade do seu fundador, Luís Figo. A sua missão passa pela contribuição para a criação de condições e oportunidades para que todas as crianças e adolescentes, especialmente os mais desfavorecidos, possam desenvolver plenamente o seu potencial como pessoas e cidadãos através da prática desportiva.
A criação da Fundação Luís Figo associou-se à Laureus Sport for Good Foundation, de que é presidente o norte-americano Edwin Moses, duplo campeão olímpico dos 400 metros barreiras, que escreveu, no “site” oficial da sua instituição: “tenho a maior honra em que as duas Fundações trabalhem em conjunto”. Aliás, a Fundação Luís Figo pretende concretizar, numa primeira fase, oito projectos: o Luís Figo Cup, a Academia Luís Figo, o Projecto Team Portugal, o Projecto Esperança, o Projecto Ministério da Segurança Social e Casa Pia de Lisboa, a Introdução de Novas Tecnologias, o Super Atleta Galpenergia e o Projecto Luís Figo/Fundação Laureus.
A Confederação do Desporto de Portugal (CDP) distinguiu com o “Prémio de Alto Mérito Desportivo” a Fundação Luís Figo na “IX Gala Anual do Desporto da CDP”, realizada a 11 de Novembro de 2004, no Casino Estoril. O Prémio justifica-se pelo trabalho relevante que esta instituição tem vindo a desenvolver junto dos jovens, promovendo a prática desportiva, a integração social e ainda o apoio a potenciais talentos desportivos.
A Taça Luís Figo é uma organização do Ministério da Educação e da Fundação Luís Figo, destinada a alunos de todos os estabelecimentos de Educação, do 5º ao 12º Anos de Escolaridade (com Idades dos 10 aos 18 Anos). A Taça Luís Figo abrangerá as modalidades de: Andebol, Atletismo, Basquetebol, Voleibol, Ciclismo, Judo, Karting, Natação, Ténis e Triatlo. A Fundação Luís Figo entregará a cada escola admitida um conjunto de material desportivo. A Taça Luís Figo contará com uma grande Festa a nível Nacional, com representantes de escolas de todo o País.
12.4 – A Dimensão Empresarial
O nome de Luís Figo brilhou nos “sites” oficiais das empresas nacionais e multinacionais mais poderosas. A Coca-Cola e a Galpenergia são dois exemplos. A petrolífera portuguesa teve o exclusivo da imagem, durante cinco anos, visando aproveitar o prestígio que Luís Figo desfrutava em Espanha.
Além de ser um atleta de sucesso no futebol, Figo é também um homem de negócios, tendo já aberto uma cadeia de lojas de roupas com a marca Guess quando actuava no Barcelona. Actualmente o jogador do Real Madrid é também co-proprietário de um bar em Vilamoura com o nome "Se7e Café", nome escolhido por o 7 ser o número da sua camisola na Selecção Nacional.
Tal como se tem verificado com muitos futebolistas, nos últimos anos, o jogador português é também um homem da moda e referência de sucesso, tendo em Março de 2001, juntamente com a sua esposa, feito parte da capa do número de estreia da revista "GQ", destinada ao público masculino que se interessa pela moda e pela sua imagem pessoal.
Luís Figo é parco, nas revelações acerca do império financeiro que dirige e de que é o dono. Um ponto parece certo: em ordenados e publicidade, se é verdade o que noticia a revista Focus, ele aufere, em dinheiro antigo, dezasseis mil contos por dia! E acrescento com o que diz este semanário de grande informação: “Aos dois milhões e quatrocentos mil euros que Luís Figo factura mensalmente (480 mil contos) juntam-se as verbas obtidas pela ex-modelo profissional, que foi o rosto oficial da Vista Alegre, durante o Euro 2004”. E tudo isto acontece com o 10º classificado, na lista dos futebolistas mais bem pagos, que é liderada por David Beckam, Ronaldo e Zidane. Entretanto, exceptuando os “craques” que são pouquíssimos, são muitíssimos os jovens que fracassam, na profissão de futebolista. Destes ninguém fala. Ao invés de Luís Figo de que se fala tanto que nem deixa espaço para salientar as desilusões que também atravessam o mundo do futebol. Sou um admirador de Luís Figo, como extraordinário futebolista que é.
13. O fim da carreira, o nascimento de uma lenda
Ao longo dos anos, Luís Figo tornou-se numa das maiores vedetas do futebol a nível mundial, e a sua popularidade é tão grande em vários locais do globo que, em Abril de 2002, o então ministro da educação da África do Sul, Ignatius Jacobs, afirmou que o jogador era mais conhecido no seu país do que o próprio líder político.
O dia 31 de Maio de 2009 marcou a despedida de Luís Figo dos relvados, o palco onde brilhou e encantou. Aos 42 minutos, em pleno San Siro, foi substituído por Santon, um jovem que ainda não era nascido quando Figo se sagrou campeão mundial de juniores, recebendo uma imensa ovação. O estádio aplaudiu de pé por três arrepiantes minutos, e Mourinho a comover-se e a entrar em campo para abraçar Figo. O Meazza a aplaudir, de pé, em forma de reconhecimento, e Figo terá sentido que valeu a pena ter vivido tudo o que viveu! Obrigado grande campeão por teres feito sonhar um povo, e teres derrubado as barreiras da pequenez e tacanhez lusitana com uma bola de futebol… a minha gratidão por esses actos permanecerá para sempre.
Na hora da despedida Luís Figo relembrou a sua formação no Sporting. Numa carta aberta escreveu: "Vencer sempre foi o único e verdadeiro objectivo da minha carreira. Vencer sempre tudo o que podia, das peladinhas no treino ao campeonato, das taças aos troféus pessoais. E para vencer só conheci um caminho, o do sacrifício e do trabalho. Ensinaram-mo desde pequenino no Sporting e tudo aquilo que consegui jamais aconteceu por acaso, mas antes depois de tantos sacrifícios."
Luis Figo tem o temperamento do campeão feito de carácter, segurança, profissionalismo físico e inteligência, atleta que é um super homem indiferente ao assobio e ao insulto, mas também ao aplauso e ao elogio. Ainda mais importante no contexto geral do jogador em que se tornou é o desplante quase provocatório de criar duas ou três pérolas por jogo, obras primas que muitas das estrelas do futebol actual não se importariam de assinar uma por mês. Foi principalmente através dessa inexplicável banalização do génio que chegou ao pedestal onde se encontra comodamente instalado. O pedestal destinado aos melhores de todos os tempos. Se pudesse resumir numa só frase a carreira de Luis Figo escolheria algo como:
Figo, uma vedeta sem tiques de vedetismo