“O melhor guarda-redes da Europa recebe 50 mil euros para treinar”

Para acabar com a minha trologia de entrevistas/reportagens aqui vai a última que por acaso também foi publicada pelo jornal i.Aproveito para desde já dar os parabens a todo o trabalho efectuado por este novo jornal.

No primeiro mês imperou o "não vendo"; depois, seguiu-se o "não quero"; no final, ganhou o "não interessa". E Vladimir Stojkovic, o "melhor guarda-redes da Europa", como o próprio se descreve, vai receber cerca de 50 mil euros por mês, pelo menos até Janeiro, para treinar na Academia de Alcochete e ter os fins-de-semana livres: mais uma vez, o mercado terminou, o sérvio não conseguiu encontrar colocação e criou-se uma nova novela com traços polémicos.

Em Junho, o Getafe, clube espanhol que recebeu o guardião seis meses por empréstimo, fez uma proposta: 500 mil euros (metade do que estava estipulado na cláusula de opção) e 30% numa futura transferência. Solução à vista? Nem por isso. "Não vendo", respondeu a SAD.

Após a recusa, o representante do jogador, Zoran Stojadinovic, começou a fazer diligências para encontrar um outro clube. Primeiro tentou a título definitivo (nunca foram oferecidos valores acima dos 400 mil euros), depois por cedência temporária: Panionios, Kavala (Grécia) e Estrela Vermelha (Sérvia), clube onde o jogador fez a formação, fizeram sondagens que envolviam um salário mais baixo. "Ou faziam sondagens e não avançavam ou propunham um contrato que não interessava. Não se podia fazer mais", esclarece Stojadinovic. Solução à vista? Nem por isso. "Não quero", frisou, vezes sem conta, o guarda-redes dos Balcãs.

Já na luta contra o tempo, vários agentes começaram a tratar do dossiê. Mas havia sempre uma condicionante inesperada. "Chegaram a ser muito directos e dizerem que Stojkovic era mau profissional. Mesmo sem o conhecerem ou terem referências! A informação circula muito depressa e isso acabou por prejudicar", explica-nos uma fonte. Solução à vista? Nem por isso. "Não interessa", disseram os potenciais compradores.

E enquanto Purovic, o outro excluído de Leste, conseguiu arranjar colocação no Fehérvár, da Hungria, o guarda-redes vai estar parado pelo menos quatro meses.

paz podre Stojkovic chegou ao Sporting em 2007, após a saída de Ricardo. Custou um milhão de euros, foi titular nos primeiros meses (com alguns erros pelo meio) mas, após uma lesão contraída em Alvalade, frente à Naval, nunca mais foi opção. E, quando se especulava sobre uma discussão acesa entre o guarda- -redes e Pedro Barbosa (na qual o jogador se teria excedido), Vladan, irmão e ex-guarda-redes de Ovarense e Leça, adensou a ruptura com uma entrevista ao jornal "A Bola", em que criticou os métodos de treino e o departamento médico do clube. Foi o fim assumido da relação e desde então vive-se em clima de paz podre, que voltará a sentir-se a partir da próxima semana, quando o número um voltar da selecção (onde continua titular).