Na caminhada da selecção portuguesa rumo, não a terras do oriente (e rumo à farra e grande borga promovida pelo Oliveirinha), mas sim à nação guia da europa, Portugal tem pela frente o que muitos considerariam, à partida, um confronto fácil. A deslocação à Eslováquia, o patinho feio, no que ao futebol diz respeito, da antiga Checoslováquia, é o próximo jogo de apuramento para o Mundial de 2006.
A Eslováquia, desde a sua independência em 1993, não conseguiu apurar-se para qualquer fase final de Europeu ou Mundial, nem se pode dizer que andou lá perto. Convém recordar que descende de um País que foi campeão europeu em 1976 e por duas vezes finalista vencido de um Mundial (1934 e 1962), mas como referi anteriormente, isso deveu-se sobretudo ao poderio da sua irmã gemea, a Rep. Checa.
Então porque a preocupação pelo próximo encontro? Porquê considera-lo o momento chave do apuramento? Afinal trata-se do 6º jogo de apuramento para o Mundial, num total de 12 jogos. É fundamental porque vamos jogar ao território do nosso principal rival no apuramento para o referido mundial. E, mesmo sendo a história favorável às nossas cores (vitória no único desafio oficial jogado em Bratislava, em 1998, com 2 golos de JVP e um de Abel Xavier, na então caminhada triunfal para um Europeu de enorme categoria na Holanda/Bélgica, no ano de 2000), não se pode cantar vitória antecipadamente.
A grande preocupação provém do facto da melhoria substancial dos jogadores da selecção Eslovaca. Não em termos técnicos (fintinhas, habilidades, golos de letra...) mas em modelo de jogo consistente e maturidade competitiva. E mesmo em técnica, a verdadeira técnica que interessa (qualidade de passe curto e longo, certeza nos cruzamentos e remates), bem como a nível táctico ( sabendo cada jogador o seu papel em campo e como desempenhá-lo) tem exibido uma franca evolução.
A selecção Eslovaca não é composta por nomes sonantes. Tem em Marek Mintal (Nuremberga, Alemanha) a sua principal vedeta. E convem os defesas nacionais não o subestimar, uma vez que o médio eslovaco é somente o melhor marcador da Bundesliga, com 21 golos. Igualmente dignos de destaque são Vittek (avançado do Nuremberga, Alemanha), Németh (extremo do Middlesbrough FC, Inglaterra), Varga (defesa do Celtic FC, Escócia), Hlinka (médio do SK Rapid Viena, Aústria) e Karhan (médio do Wolfsburgo, Alemanha).
Provavelmente a maior parte nunca ouviu falar destes nomes. Mas tenho a certeza que em 1994 a maioria dos europeus também nunca tinha ouvido falar em Figo, Rui Costa, Couto, Baía, Paulo Sousa, JVP. Não quero criar um ponto de comparação mas convém não facilitar perante o desconhecido, sobretudo quando esse mesmo desconhecido apresenta qualidade sustentada. Vamos a eles!
PS:
Quanto aos convocados lusos. Fazem parte de uma lista de 30 que Scolari fez e pelos vistos já não vai lá colocar mais ninguém. E é pena. É pena que jogadores como Custódio não tenham ainda jogado pela selecção. Mas numa coisa estou de acordo com o seleccionador: não se pode andar a convocar Ze Maneis, Bosingwas, Abeis, João Tomazes e afins só porque estão a fazer uma boa epoca.
Convém recordar que a selecção, ao contrário do que Mourinho pensa (vai ter cá uma desilusão...) só dispõe de 3 dias de treinos em conjunto antes de cada jogo oficial. Ora, sendo assim é necessário estabelecer um grupo base de confiança e ir ensaiando/treinando um modelo de jogo que se insira nas caracteristicas dos jogadores. Não dá para andar a brincar às internacionalizações e distribui-las como quem distribui amêndoas na Páscoa. É triste e eu sou o primeiro a reconhecer que só no Boavista, Braga e Rio Ave existe uma dúzia de jogadores que mereceriam o prazer de vestir a camisola da selecção.
Mas basta reflectir um pouco para imaginar a desgraça que daí adviria: jogadores que não estão habituados á pressão de jogar para ganhar, que não estão habituados a terem os holofotes em cima deles, a terem de jogar para vencer e convencer! Alguém acredita que conseguiriam? Lógico que não! Por isso a selecção terá de ter por base jogadores que alinham no estrangeiro e nos 3 grandes. Quanto muito um ou dois que alinhem nesses clubes menores.
4 comentários:
Selecção de €uros do Gilberto
Scolari é o mais beneficiado
Para os tugas é o homem certo
Só pelos portistas é odiado.
Nao falo sobre a selecção enquanto o senhor de bigode lá estiver (e nao é o senhor Agostinho Oliveira, esse sim devia estar no lugar do outro ...)
Mítico, eu aceito a tua opinião quanto a Scolari. Mas não creio que Agostinho Oliveira fosse a solução.
Já acompanho a selecção com real interesse desde a campanha para o Mundial de 1990, em Itália, e sinceramente nem me recordo quem foi o seleccionador desse período. Recordo-me que do nosso grupo faziam parte a Bélgica (que empatou na Luz a 1-1 devido a um enorme frango do Silvino... a memória não me atraiçoa aqui...) e a Checoslováquia. Recordo-me que no ultimo jogo, recebíamos a Checoslováquia e para nos apurarmos precisávamos de ganhar por 3 golos de diferença. Eu, inocente na altura, tinha todas as esperanças, tanto mais que elas foram alimentadas pelos próprios responsáveis, mas a verdade é que o 0-0 final demonstrou bem a diferença que na altura havia entre a nossa selecção e as melhores.
Avançando, para o apuramento para o Euro2002 na Suécia, aí sim, sei que foi o Artur Jorge, a meias com o Carlos Queiroz que apanhou o apuramento na fase final e ainda foi a tempo de fazer estrear o grande Figo na selecção de todos nós. Mais uma vez ficamos de fora do torneio, devido a uma Holanda de grande categoria.
Para o apuramento para o Mundial de 2004, nos EUA, foi Carlos Queiroz quem guiou a equipa mas com uma Itália que, seja quem for o seleccionador ou os jogadores, nos vence constantemente, o apuramento tornar-se-ia um pesadelo. Embora se apurassem os 2 primeiros, a Suíça conseguindo uma vitoria e um empate frente à Itália, fez com que fossemos nós a pagar as favas frente a uns transalpinos que ainda para mais eram favoritos pela FIFA para estarem presentes no Mundial dos seus emigrantes. Mais uma vez no ultimo jogo temos o bilhete de apuramento... basta vencer a Itália em Itália! E quiseram crucificar o Queiroz por não o ter conseguido! Razão tinha ele para dizer que havia porcaria na federação e que tinha de ser varrida! Pois é caro professor... a porcaria ainda lá anda e até é presidente veja lá!
Isto tudo Mítico para te dizer que, nos anos mais recentes (últimos 15) recordo-me de muitas situações em que fez falta uma voz de comando para nos guiar até aos torneios. E se hoje é habitual a nossa presença nesses torneios e se nas fases de qualificação somos temidos, sem duvida que o mérito é todo da geração dourada que fez passar a mensagem aos mais novos que agora brilham que em nada somos inferiores aos demais. Esse é o mérito da geração de ouro, quebrar os tabus e levar-nos para o convívio dos grandes. Mas lógico que num País mesquinho e cheio de invejosos isso não foi suficiente, tinham de ganhar títulos, como se eles jogassem contra selecções de Madagáscar, Etiópia ou Barbados! O titulo é só um e candidatos existem sempre uma dúzia. Conseguir colocar Portugal nessa dúzia de candidatos com reais aspirações à vitoria foi a grande conquista.
Mas Mítico, vamos falar de seleccionadores incompetentes. António Oliveira. Em 1996, tinha a geração de ouro a crescer a olhos vistos, tinham todos idades não superiores a 26 anos, e que fez ele? Foi batido por uma matreira Republica Checa que jogou os últimos 20 minutos com 10! E que fez Oliveira? manteve-se agarrado ao rosário e aos dentes de alho em vez de operar substituições e mudanças tácticas! Esperou que a Dona Sorte ou a Divina Providência o ajudasse; afinal somos o País dos 3 pastorinhos e da Nossa Senhora de Fátima. Que tristeza! Podíamos e devíamos ter seguido em frente. Aqui está o primeiro carniceiro da geração de ouro.
Vamos para o segundo carniceiro. Artur Jorge, o desequilibrado! Como é possível andar a convocar jogadores como João "o trolha" Pinto para a selecção para bater o recorde de internacionalizações e convocar um acabado Rui Barros? Entre outras anormalidades como considerar um bom resultado um empate na Albânia! E no Azerbaijão! Onde Rui Barros foi expulso por uma falta no seu meio campo! Culpar Marc Batta pela expulsão de Rui Costa no fantástico Alemanha-Portugal é querer atirar areia para cima dos olhos. O culpado foi o demente Artur Jorge, que foi colocado à frente de algo que era demais para ele. Pinto da Costa também terá as suas culpas, afinal não podia deixar o grande amigo no desemprego, ainda para mais depois de ter desfeito o campeão Benfica. Mas as amizades custaram-nos o Mundial de 1998, o Mundial ideal para a geração de ouro, no auge da sua forma!
Alias, é tão verdade que estavam no auge que 2 anos depois fizemos a mais brilhante prova que alguma vez vi fazer a nossa selecção. Merecíamos ter ganho o Euro2000, só pecávamos por ter como defesa direito um jogador que era mais central ou trinco que outra coisa: Abel Xavier. Mas é assim a vida, e convém recordar que no banco estava Humberto Coelho, que é tanto treinador como eu! talvez um pouco mais :)
Para acabar as desgraças volta o pesadelo dos portugueses: Oliveirinha! Como é possível??? Não se estava a ver o desastre? Os portistas tanto criticaram o Scolari antes do EURO2004, dizendo que íamos ficar na primeira fase e tudo mais, mas a verdade é que o campeão mundial Scolari levou-nos até à final. Final essa que a geração de ouro teria ganho se estivesse em campo! A geração de ouro de 1996-2000. Não culpem o Figo nem o Rui Costa, culpem aqueles que deveriam liderar e na final se encolheram! Falo de quem? Deco obviamente. Ainda estou à espera de uma grande exibição e sobretudo grande liderança por parte do brasileiro...
Conclusão Mítico? Scolari pode não ser o melhor, mas em comparação com a porcaria que se sentou nos bancos durante a geração de ouro e a destruiu... meu Deus, porque não apareceste dez anos antes Scolari, porquê? Esta é a minha interrogação! Farto de compadrios, cunhas e faltas de competência já andava eu farto, vocês não?!?!
Nossa selecção??
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