Stand Up Comedy, Tese Provincianismo vs Bairrismo

Chegou a quarta-feira e a ansiedade pelo encontro de hoje a noite é muita. Peço a todos os colegas de blog não-portistas que tentem imaginar a ansiedade que nós portistas sofremos nestes dias, já que vocês a sentem apenas uma ou duas vezes por ano e em competições menores.

Como não podia deixar de ser vim aqui dissertar acerca de provincianismo e bairrismo. Antes disso deixo aqui no blog alguns excertos de uma entrevista do vice-presidente da casa do benfica de Famalicão que achei deveras divertida. Em certo ponto da entrevista este “iluminado” adepto afirma: “ Famalicão é uma terra de benfiquistas pelo que os 800 filiados locais apenas pecam por escassos”. Empolgado este visionário afirma ainda: “Não estávamos habituados a tanto tempo sem ganhar, quando o benfica voltar aos títulos este número vai aumentar”. Até aqui nada de estranho, estamos habituados e este delírio e colocação em bicos dos pés dos adeptos do bairro de benfica, mas a um certo ponto este senhor afirma: “O Minho é vermelho e branco!”. Concordo, aliás, lendo tudo o que este senhor afirmou só estranho o facto de o S.C. Braga ter tantos adeptos na região do Minho pois pensava que em Guimarães existiam muito mais adeptos Vitorianos. Vermelho e branco, benfica?? Não, nada disso, eu acredito no senhor vice-presidente!! A entrevista já tinha ganho contornos anedóticos até que ao bom jeito da Stand-Up comedy este mesmo senhor remata com a ultima piada que tem o objectivo de deixar a plateia a rir uns bons minutos: “um dos grandes momentos que aqui vivemos foi a Taça de Portugal da época passada, porque tenho orgulho de o Jorge Nuno Pinto da Costa nunca ter ganho essa competição ao benfica”. Brilhante!! Nos anos em que o FCP venceu a Taça de Portugal o benfica não participou. E se 5 999 992 adeptos o afirmarem pelo menos 7 (sete) vigos, desculpem vezes, então passará a ser verdade! Agora percebo porque é que o benfica perdeu propositadamente com o Super Anderlecht e o ano passado com a Lazio. Assim o FCP não conquista a Liga dos Campeões ao benfica. Porque é que não desistem da Superliga?

Falando de um modo mais sério aqui fica a prometida consideração acerca das classificações de bairrismo e provincianismo.

Como tantas vezes tenho visto suceder com os portuenses que descem a Lisboa, a sua ânsia de parecerem mais lisboetas que os próprios lisboetas leva-os a virarem-se contra as origens, convencidos que assim facilitam a sua integração social na capital. Coitados, não entendem a distinção essencial entre o bairrismo e o provincianismo! Pinto da Costa, por exemplo, é um bairrista, este senhor vice-presidente da casa do benfica de Famalicão jamais deixará de ser um provinciano. O bairrista é fiel à sua terra mas parte à descoberta e à conquista do mundo, sem jamais esquecer ou atraiçoar as suas raízes. Um provinciano imagina-se mundano e por isso trata de esconder a sua terra de origem, se ela não lhe parece suficientemente cosmopolita. O bairrista pode ser temido ou respeitado, o provinciano será sempre desprezado, mesmo quando se imagina integrado. Assim se justifica a existência de anti-portistas, benfiquistas e sportinguistas na região do grande Porto.

Lançada a bomba assim termina mais um post de mais uma quarta-feira que como todas possui a assinatura R.Gil