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sábado, 8 de abril de 2006

Antevisão do Jogo do Titulo!



Chegou o momento de decisão do Campeonato. Por muita pressão que coloquem para o lado leonino que, em caso de derrota, fica definitivamente arredado da luta pelo titulo, a verdade é tal qual como o Mister Paulo Bento apresentou ontem em conferência de imprensa: O Sporting nos três jogos “grandes” desta época somou 7 pontos em 9 possíveis, contra 1 ponto conquistado pelo FC Porto, e marcou 6 golos, contra 1 único do seu adversário portista! Ou seja, se é verdade que o Porto lidera e vai arrancar na frente nesta corrida de 90 minutos, nenhum portista poderá, em consciência, estar completamente tranquilo e confiante. Os números não enganam! E, caso o Sporting vença, aumentando para 11 os triunfos consecutivos, quem duvidará que deixará escapar esta soberana oportunidade de vencer um campeonato que, no final da primeira volta, estava irremediavelmente perdido? Não esquecer que, após a derrota em Braga, juntamente com o triunfo portista frente ao Boavista (com mais um magnifico golo de Quaresma, o jogador marcante deste campeonato!), a diferença pontual entre as duas equipas era de 10 pontos! Que dizer então da recuperação leonina, que passadas 12 jornadas recuperou 8 pontos e que, após esta 13ª jornada da segunda volta pode inclusive ultrapassar o seu opositor e assumir a liderança da prova? Quer se queira quer não, o que Paulo Bento e os seus jogadores fizeram foi brilhante. Sim, hoje, o Sporting está pressionado. E muito. Mas desde a 18ª jornada que vive sob a pressão de vencer todos os jogos. Em meu entender a pressão é precisamente a mesma sob as duas equipas. Que dizer a Adriaanse e aos seus jogadores se hoje, por volta das 23horas, perceberem que desperdiçaram 10 pontos de avanço em somente 13 jornadas? A pressão, meus amigos, não se empurra para os adversários nem se ignora. A pressão assume-se!

Muitos criticam-me por ver o futebol apenas pelo lado negativo e pelo sub mundo da arbitragem. Este post será algo diferente, para variar. Aqui fica uma visão pessoal sobre a época de cada uma das equipas.


Sporting Clube Portugal

Em apenas 9 meses muita coisa mudou no clube. Em Agosto Peseiro comandava uma equipa que tentava renascer do frustrante final de época anterior. Sob presidência de Dias da Cunha, que deu plenos poderes ao treinador, despedindo Carlos Freitas, um dos homens que mais entende o fenómeno futebolístico em Portugal, o Sporting iniciou a época sem várias unidades que haviam sido fundamentais na época anterior, tais como Enakharire, Rui Jorge, Hugo Viana, Pedro Barbosa e perderia o influente Rochemback com apenas duas jornadas de campeonato decorridas! E, é preciso notar que foram saídas que tiveram o dedo de Peseiro, um treinador incapaz de controlar os jogadores, optando pela via mais fácil, a saída dos mesmos. Se a tudo isso juntarmos a falhada tentativa frente à Udinese, que culminou com o início da irritante e desconcertante época de Douala, um jogador irreconhecível actualmente, não era difícil perceber que os jogadores tratariam de “fazer a cama” ao treinador. As exibições em paços Ferreira e em Alvalade frente á Académica podem custar um campeonato! Que ninguém duvide que foram duas derrotas construídas para arruinar Peseiro. Tal como a eliminação aos pés dos amadores do Halmstads! Só Dias da Cunha não entendeu aquilo que era óbvio para todos os sportinguistas: após as derrotas com Benfica e CSKA, e depois de ser perceber nitidamente que José Peseiro não tinha pulso nos jogadores, a mudança técnica era inevitável e uma urgência. Com a saída de treinador e, por tabela, do presidente, a equipa ficou entregue aos cuidados de um técnico inexperiente, Paulo Bento. Confesso que arrumei num cantinho as minhas esperanças quanto ao sucesso desportivo desta época, esperando apenas que um sorteio sortudo levasse a equipa até á final da Taça de Portugal. O que Paulo Bento, juntamente com Carlos Freitas, alcançou, bem como a inteligência com que reforçaram a equipa em Janeiro, é algo digno de registro! Não é por falhar hoje que Paulo Bento será julgado. O que fez até ao momento eleva-o ao estatuto de treinador da época, bem como revelação da prova! A mais não é obrigado, apesar de ninguém ter duvidas que Bento não repousará nos louros entretanto alcançados. Não foi comodista como jogador, não será agora que o será, seguramente. E a forma como segurou o ego das vedetas brasileiras, assim como lançou mais um prodígio como Nani, logo na sua estreia, é um comprovativo da sua postura.


Futebol Clube do Porto

Após vencer tudo com Mourinho, e após ter arrecadado mais de 100 milhões de euros só em transferências de jogadores, e apesar de haver quem pense o contrário, para mim a época anterior do Porto foi um fracasso. Nesta época, e com um fabuloso orçamento de 60 milhões de euros (mais do triplo do do Sporting!), conseguiu a contratação de um jogador simplesmente fabuloso, Lucho Gonzalez. Só possível, repito para os mais distraídos, por causa de José Mourinho! Sim, ele já partiu há dois anos mas a fortuna que deixou nos cofres das Antas, para além de dar para todos os 12 vice-presidentes do clube viverem à grande e à francesa, dá igualmente para contratar jogadores que de outra forma por cá nunca passariam. Dá inclusive para contratar um jovem prodígio, de seu nome Anderson. Dinheiro gera dinheiro, se assim for bem gerido. O Porto partiu para esta época com o melhor plantel, com as melhores condições e com todo o favoritismo. Apesar de Benfica e Sporting serem, sempre, candidatos, ninguém tinha duvidas que o único que poderia receber um selo de fracassado no final da época se não conseguisse alcançar o título era o FC Porto. A época portista tem sido marcada pelas divergências dos adeptos para com o seu treinador. Co Adriaanse teve a coragem de encontar Jorge Costa e Vítor Baia, dois símbolos do clube, e a verdade é que lidera a prova e pode inclusive fazer a dobradinha. Muito do mérito por tais conquistas será dele, obviamente. Mas que dizer da fraca prestação europeia? Perante um grupo extremamente acessível, onde mesmo o Inter de Milão, equipa comandada por um medíocre Mancini e sem títulos italianos para cima de 16 anos, não se apresentava como nenhum bicho papão, a prestação foi terrível! Nem o terceiro lugar no grupo, que daria passagem para uma Taça Uefa de nível inferior este ano, foi aproveitado! Esse é o calcanhar de Aquiles de Adriaanse, motivo principal pelo qual é tão desconsiderado pelos adeptos portistas.

Mas Adriaanse tem um lado positivo. Na forma como consegue explorar as qualidades de certos jogadores. Pergunto eu: Quem era Pepe? Quem apreciava Pepe? Ninguém! Se actualmente é indiscutivelmente um dos melhores centrais em Portugal deve-o a Adriaanse. E Quaresma? Desde Boloni que não jogava tão bem! E agora até defende! Está maduro, pronto a ser colhido pelos tubarões europeus. Só mesmo um calhau como Frank Rijkard pode actualmente dizer não a Ricardo Quaresma. Um prodígio, um talento em português. Para mim, desde sempre, melhor que Cristiano Ronaldo. Espero que Quaresma ainda me prove que estou certo. De preferência longe do Porto, naturalmente…

O jogo do titulo joga-se nos bancos, joga-se entre os GR, joga-se entre os desequilibradores das duas equipas, joga-se nos pormenores, joga-se no apoio do publico. Espero que sejam estes os factores que decidirão o jogo. Glória ao vencedor e Honra ao derrotado.




Que comece o espectáculo!

2 comentários:

Ramos disse...

Foi um bom jogo, um bom espectáculo, mas, a haver um vencedor,só podia ser o FCPorto.

El Pirata disse...

A ideia nao foi "enganar" Ivo. Foi mesmo tentar engolir um sapito e olha pro meu adversario de forma mais isenta. Acredita que foi um esforço mas nao estou arrependido, só prova que a minha paixao pelo meu clube é superior à inimizade que tenho por porto e benfica.

Acredito que haja muito boa gente que seja mais anti isto ou aquilo que adepta do seu clube. Eu nao faço parte desse grupo, até pq seria uma forma muito pouco saudavel de viver! E até te digo mais: espero bem que nunca Porto e Benfica deixem de existir ou que desçam de divisao. 100% de sinceridade nestas palavras! A grandeza do meu clube mede-se igualmente na grandeza dos seus rivais.