Liga BetandWin - 19ª Jornada

O que esta jornada teve de especial? É a pergunta que faço a mim mesmo, quando tento escrever, 24 horas após o jogo do Sporting. Para mim foi mais do mesmo. O Sporting não tem estofo de campeão. Mas que fique aqui bem claro que, pelo que tenho observado, em Portugal não há equipa com estofo para ostentar, com honestidade e justiça, o titulo de campeão. Eu, pela minha parte, só reconheço que a minha equipa não tem valor suficiente para lá chegar. Não esta epoca.

Mas o futebol português, pelo menos aquele que eu vejo com os meus olhos há varios anos, não se compadece com modelos de justiça. Se assim fosse, se vencessem os melhores, não teria aguardado 18 anos pelo titulo. E, quem sabe, (e porque não?...) não estaria neste momento o escudo de campeão nas camisola do SC Braga! Se só contasse o futebol praticado e não o peso das camisolas e todos os arranjinhos do mundo da bola, o escudo de campeão poderia perfeitamente estar no Minho, isto apesar de reconhecer que se estivesse nas mangas leoninas tambem não seria nenhum crime. Foram as duas melhores equipas do campeonato passado.

No entanto, e depois de uma reflexão dominical, feita a caminho da mesa de voto, dei por mim a pensar: num mundo em que o dinheiro é rei e que faz cada vez mais falta no futebol, onde as receitas da Liga dos Campeões são fundamentais para melhor se estruturarem os planteis, o campeonato português conhece uma nova realidade. Actualmente tão importante como lutar pelo titulo é garantir, o mais cedo possível, a certeza, minima, do segundo posto da classificação, que dá acesso aos milhões europeus. E como fazer isso? Fácil digo eu, observem a anulação do golo limpo do Braga em Penafiel (embora tenha tido um penalti, desperdiçado, a seu favor…) mas, sobretudo, o escandalo que se verificou em Alvalade, onde um aprendiz de arbitro, com nome de salvador da pátrias lampiã, Rui Costa de seu nome, humilhou e gozou, descaradamente, com a boa vontade e seriedade de 40 mil almas, no estadio, e com muitas dezenas de milhar que assistiam pela televisão. Foi sem sombras de duvidas uma das arbitragens mais manhosas e sem vergonha que presenciei. Nem a famosa arbitragem de Carlos Valente nas Antas em 94, nem a famosissima azia de Coroado em Chaves em 99, se comparam com a pouca vergonhice de insultar, no seu proprio estádio, uma instituição centenária. O meu pai, que é um digno portista, relembrou-me que, na decada de 70, no estádio do Mar, campo do Leixões, os arbitros tinham de fugir dos adeptos, e alguns acabavam mesmo no hospital. Confesso que preferia ter o estádio suspenso dutrante um ano mas o prazer de saber que o arbitro, durante esse ano, não andaria sobre as duas patas. Sim à violência quando ela é justificada. Basta de gozo. Basta de provocação! O Sporting vai à Luz, antro para onde o sistema parece querer instalar-se, lutar não pelos três pontos mas pela dignificação do futebol português. E vai ganhar, contra tudo e contra todos.

Quanto aos jogos de Benfica e Porto. Não me vou alongar, tem-se assistido ao triste espectaculo do jogo das insinuações de baixo nivel, quando toda a gente tem consciencia que ambas as instituições são dirigidas por bandidos da pior especie que indiciam bem o nivel do País, onde tudo é permitido. Por muitas unhadas que espetem um no outro, foi evidente no penalti a favor do Benfica e nas não expulsões de Bosingwa e, sobretudo, Quaresma, por agressões, que os serviços minimos, ou seja, o segundo lugar, está desde já garantido. Entre ladrões que ganhe o que calhar. Estou-me marimbando. Eu e todos que andam enojados com o sistema podre do futebol português. Que venha depressa o Mundial de Futebol para ver futebol de nivel decente. Viva Portugal, Viva a Selecção, Viva Scolari, Viva o capitão Luis Figo, autor de mais uma grande jogatana em Itália. Isso é o futebol que gosto, o futebol que interessa, o futebol bem jogado dentro das quatro linhas.

Para acabar uma palavra para o exterminador Co Adriaanse. Depois de ter extreminado o grande capitão portista Jorge Costa, o maior simbolo da era pós João “o Trolha” Pinto, Adriaanse começa a cavar a sepultura de Vitor Baia. Sem desprimor por Helton, que é um guarda redes de grande categoria, Vitor Baia tem o mesmo estatuto no Porto que Schmeichel tinha no Sporting: a baliza é dele até ele dizer que já não a quer. Mas isso é um assunto que merece uma maior discussão, sobretudo por parte dos portistas. Que comece o debate.