Tribunal do Futebol

O Míudo, o Ladrão e o Génio

Foi a 18 de Maio de 1996 numa final da Taça de Portugal, que Rui Mendes perdeu a vida ao ser atingido por um "very-light". Uma tragédia que a família do adepto do Sporting na Mealhada ainda hoje não esqueceu.

Uma situação inacreditável quando se sabe que a verba em causa é praticamente um ordenado do actual seleccionador nacional (150 mil euros). Com Hugo Inácio (o adepto condenado de homicídio por negligência) a monte e com a direcção de Gilberto Madaíl a recusar-se ajudar uma família que continua a sobreviver graças a acções de caridade.

De recurso em recurso a Federação tem-se eximido a pagar aquilo a que a justiça a condenou. O que significa que a Federação apenas reconhece e aceita a justiça que passa pela cabeça oca do seu presidente. Que à custa de dinheiros alheios vive como um lorde, viaja nos aviões em classe executiva, hospeda-se em hotéis de luxo e é seguido por grupos de paquetes a carregarem-lhe as bagagens para que não se canse.

Fosse Gilberto Madaíl um homenzinho responsável, nem sequer seria necessário que fosse homem, mesmo com h minúsculo, e o assunto não andaria em bolandas, de tribunal em tribunal. Porque a Federação não pugna por justiça, – nenhuma vida é ainda avaliada em euros – mas fá-lo apenas pela fuga à responsabilidade e, linearmente, pelo roubo.

E depois vem este bode velho, com a maior das descontracções, doar 40 mil euros ao Martunis da Indonésia! Não está em causa a tragédia que se abateu sobre a vida da criança indonésia, tanto mais que considero o gesto de grande humanidade, mas isso não apaga a vergonha e a insolência com que trataram uma família e duas crianças, que ficaram sem pai e sem o principal sustento da família. Gilberto Madail, o Poncio Pilatos português.

Quanto ao jogo da selecção, com o regresso do maestro Figo, que para além de categoria ainda acrescenta liderança, a um grupo que bem precisa de um comandante, só posso estar feliz. Força Portugal! O Mundial espera-vos.