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domingo, 10 de junho de 2012

Euro2012: Alemanha 1 Portugal 0

Quanto ao jogo em si, pouco há a dizer, perdemos e agora temos de provar, frente à Dinamarca, que sabemos marcar golos e que a goleada à Bósnia não foi obra do acaso, e possivelmente um só golo não chega, como tal   recomenda-se menos paleio e mais trabalho. E, por favor, contratem um professor de português para estes idiotas, ou então impeçam-nos de falar no fim dos jogos, custa-me mais ouvi-los de que ver falhanços como os do Varela, palavra de honra! E deve ficar mais barato que uma charrete, penso eu. Ou então, ainda mais simples e do agrado cá da malta, filmem as polacas nas bancadas, sempre se digeria melhor a derrota do que estar a ouvir o Veloso a balbucinar duas ou três tretas com aquele cabelo ridículo...
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Deixo ficar aqui uma crónica de um sujeito que leio religiosamente e que escreve o que pensa mas sobretudo pensa no que escreve. Desta vez dedicou parte da crónica ao europeu, raramente escreve sobre futebol (e ainda bem, o brilhantismo da sua escrita não deveria ser desperdiçado em assuntos menores) mas quando o faz tem o condão de ser imparcial e tocar nos pontos essenciais. Se não conhecem o sociólogo Alberto Gonçalves deviam dedicar-lhe alguns minutos semanais, quer no DN quer na Sábado, mal não vos faria e até poderia alargar-vos alguns horizontes!

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Oito factos sobre a Selecção


Facto n.º 1: o sucesso da selecção determina o sucesso do país. Talvez, sobretudo se tomarmos em conta o caso da Grécia, que 2004 ganhou o campeonato europeu e desde então vem progredindo sem parança (a Espanha, que ganhou o "europeu" seguinte e um "mundial" de brinde, também não se saiu mal). O princípio é o de que as conquistas no futebol se repercutem no resto: se onze jogadores provarem que são os maiores dentro do campo, dez milhões de portugueses provam automaticamente que são os maiores fora dele e a sra. Merkel sofrerá um vexame sem nome. Muito bem. Mas a validade do pressuposto exige que levemos a sério o seu reverso, ou seja, que aceitemos as derrotas na bola enquanto um sinal inequívoco da nossa inferioridade geral. Uma eliminação humilhante no Europeu deverá levar o povo às ruas aos gritos de "Somos os menores!". Já um lugar honroso que não o de vencedor legitimará os berros de "Somos assim-assim!".

Facto n.º 2: os jogadores da selecção são um exemplo para os jovens. Sem dúvida. Qualquer sujeito que não estudou, confiou na habilidade para os pontapés, conseguiu um emprego raro e fartamente remunerado no Real Madrid ou no Chelsea, aplica os rendimentos em automóveis de luxo, é incapaz de produzir uma frase em português corrente e enfeita o físico com jóias, tatuagens e penteados belíssimos constitui o modelo que os pais conscienciosos devem impor à descendência. De resto, a alternativa passa pelas Novas Oportunidades ou, erradicadas estas, pelo Impulso Jovem, que também promete.

Facto n.º 3: a vitória no campeonato europeu dissipará o clima de tristeza que se vive em Portugal. Claro que sim, logo que admitamos andar tristes por falta de triunfos simbólicos no desporto internacional e não por excesso de desvarios materiais na vidinha quotidiana. Se os nossos problemas se resolvem mediante remates certeiros é sinal de que os nossos problemas não se prendem com o défice, a dívida, a austeridade, as falências e o desemprego, ao contrário do que vulgar e equivocamente se refere. A troika? Um bode expiatório. A solução? Investir no futebol, ganhar torneios (este ou os próximos), organizar torneios, construir mais meia dúzia de estádios e "infra-estruturas" sortidas, apelar à epopeia dos Descobrimentos. Não pode falhar.

Facto n.º 4: o futebol é o sector mais bem gerido do país. Então não é? Nem vale a pena falar nos clubes, os quais, ao contrário das empresas comuns (os supermercados, por exemplo), nunca se agridem com violência verbal ou física nem oscilam entre passivos monumentais, ordenados em atraso e a pura extinção. Fale-se na "equipa de todos nós", que costuma sair das competições com grande dignidade e que ajuda a balança comercial tanto quanto a exportação de microprocessadores.

Facto n.º 5: a celebração prévia das proezas da selecção é normal. Pois é. Em noventa e um anos de história, a selecção acumulou zero títulos. Se não se festejar antes, o que se festeja depois?

Facto nº 6: a cobertura noticiosa da selecção é a adequada. Até certo ponto. Ainda há uns pedacinhos da programação televisiva que não estão preenchidos com as notícias da selecção, os treinos da selecção, as conferências de imprensa da selecção, os "painéis" de comentário à selecção, o lado pitoresco do dia-a-dia da selecção, as polémicas da selecção, a euforia dos adeptos da selecção e os anúncios dos patrocinadores da selecção. Bem sei que o almoço da selecção na Fundação Champalimaud foi devidamente relatado, que a essencial recepção à selecção em Belém foi transmitida em directo e que um repórter orgulhoso informou a pátria de que a selecção sobrevoou a Alemanha para chegar à Polónia (a expectativa, pelos vistos, era de que sobrevoasse o Zaire). Mas continuo sem saber a cor favorita de Fábio Coentrão ou a morada da manicura de Ricardo Costa. Aliás, continuo sem saber quem é Ricardo Costa.

Facto n.º 7: as críticas à selecção são inconvenientes. Obviamente. A gravidade da hora pede união, espírito nacionalista, 11 por todos e todos por 11. Se a selecção sair enxovalhada do "europeu", com todas as consequências calamitosas para o nosso futuro daí decorrentes, a culpa será das más-línguas que abalaram a confiança dos rapazes. Se a selecção ganhar o "europeu", com todas as maravilhas daí resultantes, o mérito será dividido entre os patriotas que nunca duvidaram. Mas desconfio que o prémio monetário não.
Facto n.º 8: os portugueses acreditam na selecção. É inegável. Até eu, que não quero saber da selecção para nada, acredito nela na medida em que ela comprovadamente existe.

Somos os maiores, como repetem os entusiastas da bola? Depende da actividade: um relatório da organização Transparência Internacional (TI) coloca-nos de facto nos primeiros lugares europeus em matéria de corrupção. Segundo a TI, os nossos poderes públicos são tão ineficazes, negligentes e corruptos que se tornam indissociáveis das origens da crise vigente. Em Portugal (e na Grécia, Itália e Espanha), o Estado serve sobretudo aqueles que o dominam e que, mediante habilidade para fintar as leis ou, na maioria dos casos, para conceber leis que os favoreçam à partida, estabelecem um interessante tráfico de influência e uma curiosa rede de interesses, às vezes partilhada com os partidos, outras vezes com o sector a que eufemisticamente se chama privado. Em suma, na prática mediterrânica e muito nossa, os vícios do estatismo revelam-se ainda mais sinistros do que na teoria. Não é grande novidade. "

8 comentários:

OAutor disse...

lolololololololol Um texto de um gajo que não tinha ideia para escrever sobre nada e tentou ser engraçado sobre futebol! Se não gosta de futebol que vá ao ballet!!
"Mas continuo sem saber a cor favorita de Fábio Coentrão ou a morada da manicura de Ricardo Costa. Aliás, continuo sem saber quem é Ricardo Costa." um gajo que acaba este frase assim é de alguém que é burro em termos futebolísticos, quer apenas ser engraçado!

Embora concorde com ele no histerismo em volta da selecção de futebol!

Para concluir, gostei do teu post, demonstra a azia que ficaste com a prestação da selecção e se o assassino de madrid tem marcado golo na bola que foi ao poste e o pretinho varela e nani (jogador formado no manchester united) têm marcado as oportunidades clarissimas de golo poderíamos ter goleado a alemanha que teve meia oportunidade e marcou um golo!!!

Anónimo disse...

Sinceramente quando vi o titulo do post pensei que ia ser uma análise e critica ao jogo de ontem.

Depois, logo vi que era um post que sobre futebol não tem nada e sobre o jogo Portugal vs Alemanha não tem mesmo nada!

Logo, para mim este post não faz sentido nenhum neste blog, mas como não sou administrador daqui certamente vou ser criticado por escrever esta opinião.

Relativamente ao jogo de ontem, acho que Portugal fez um bom jogo, entrando na tentativa (bem conseguida) de contenção a meio campo e procurando atacar pelas alas com qualidade.

Gostei muito da segunda parte de Portugal, onde teve mais qualidade ofensiva e criou oportunidades para ganhar o jogo. No entanto, a finalização não foi a melhor, umas vezes por falta de qualidade e outras por falta de sorte!

Para mim, os melhores em campo foram Pepe e João Moutinho.

Picareto disse...

Pirata, a seleccao ontem teve um bom desempenho. Raca e atitude, e so nao ganhamos por mero azar. faltou-nos a estrelinha que tinhamos a mais com o scolari.

Esta seleccao ja nao agrada tanto a toda a gente como antigamente. Sera que Paulo Bento ainda nao percebeu que o anti-portismo e o maior fomentador de uniao nacional em Portugal???

El Pirata disse...

ja dizia o outro, nao se pode agradar a gregos e troianos, neste caso nao se pode agradar a quem percebe de futebol e aos outros, os portistas, que percebem de tudo menos do que realmente interessa.

Adiante. O sujeito em causa nao sabe quem é Ricardo Costa, e vendo bem, quem é Ricardo Costa? Tirando o facto de ter feito a sua formação como futebolista no Boavista (chegar aos 18 anos ao FCP nao faz dele produto portista) e de ter desamparado a loja portista para agrado de 99% dos seus adeptos (o Autor deve ter sido o unico com pena, mas ja deu para ver que o Autor é unico em muitos aspectos quando o assunto é o fcp), nao faço ideia de quem é Ricardo Costa. E se eu, que sigo o futebol, nao sei quem é Ricardo Costa, porque razao um individuo como Alberto Gonçalves haveria de saber? Ainda o admiro mais por não saber, isso é o mesmo que decorar matriculas de carros ou numeros de tlm... informaçao inutil!

El Pirata disse...

Goalkeeper, insisto na mesma tecla, se queres escrever só tens de pedir, adoraria ver a tua opinião em primeira pagina e nao aqui escondida na caixa de comentarios, normalmente dedicada a 90% na forma de critica sobre o que os outros escreveram.

O post fala do jogo de ontem, está bem resumido, ou achas que é preciso dizer mais do que "perdemos" e "agora contra a dinamarca ou ganhamos ou fazemos as malas"? Curto e grosso, tal qual muitos dos bloggers aqui gostam!

El Pirata disse...

E se dizes que o joao merdas foi dos melhores, entao o melhor mesmo é manteres apenas aqui presença como critico de caixa de comentarios, o blog nao pode permitir alguem com tao pouco conhecimento de futebol como seu participante activo!

El Pirata disse...

picareto, eu nao disso que a selecçao jogou mal, mas tambem vi a holanda contra a dinamarca e eles tambem nao jogaram mal, ate remataram por 30 vezes! Mas quando nao se marca um unico golo numa competiçao com este formato, em que o destino pode ser decidido em 4 dias (basta nova derrota contra a dinamarca e game over!) nao basta ficarmos satisfeitos com o "quase". Foi falta de sorte mas tambem falta de inepcia, fosse varela, cr7 ou o tal de ricardo costa, aquela oportunidade final com a baliza aberta nao pode ser rematada como uma mariazinha assustada, foi uma das mais ridiculas finalizaçoes que ja vi, o preto deve ter ido pro balneario com os calçoes todos borrados, e é esta a grande diferença do jogo entre tugas e alemaes, eles nao falharam a oportunidade flagrante, nos sim. Sorte? Azar? Sim, talvez, mas com os Jogos Olimpicos à porta, eu vou guardar essas palavras para os atletas que durante 4 anos se dedicaram de corpo e alma aos treinos e que, num momento de verdadeiro azar, podem ver todo o seu trabalho ir pelo cano, como no caso dos ginastas que com um pequeno erro vêem as medalhas desaparecer do horizonte! Jogadores milionarios que nao sabem chutar à baliza nao merecem compaixão da minha parte, e o arzinho patetico com que se apresentaram perante os jornalistas meia hora apos o jogo mostra bem como se estao a borrifar para todos os tolos que lhes perdoam tudo e mais alguma coisa!

Otarios!

Mitico disse...

Eu gostei deste post. Nota-se que é alguem que nao percebe puto de bola e tenta ser comico.

PS: Força Rafa! So falta 1...