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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Histórias dos Mundiais: 1. Década de 30

Antes de começar com esta pequena dedicatória a cada uma das 18 edições da maior competição de selecções nacionais de futebol convém referir algo que é desconhecido para alguns adeptos. A competição, entre 1930 e 1970 teve a designação de Jules Rimet Cup, adquirindo a partir do Mundial de 1974 a designação actual, Fifa World Cup. A primeira designação não foi mais que uma homenagem ao francês, presidente da Fifa entre 1921 e 1954 e grande impulsionador da criação de uma competição mundial entre selecções entre Países dos diferente Continentes, uma forma de unir as nações e os povos numa era de grande conflituosidade, afinal vivíamos o período entre as duas Grandes Guerras. A visão de Rimet estava certa, ainda hoje é possível verificar a união que promove o desporto, particularmente o futebol, entre nações em conflito, é inesquecível a imagem do Mundial'98, num jogo entre iranianos e norte-americanos.


1.1. Mundial Uruguai 1930


Em 28 de Maio de 1928, a FIFA decidiu criação de um próprio campeonato mundial, iniciando a partir de 1930. Na sequência das comemorações do centenário da independência do Uruguai, em 1928, aliada às conquistas olímpicas do futebol daquele país (JO de 1924 e 1928, valendo-lhes a alcunha que ainda persiste nos dias de hoje, “celeste olímpica”), decidiu-se que a sede da competição seria no país sul-americano.



Só treze selecções participaram da primeira Copa, sete da América do Sul (Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru), quatro da Europa (Bélgica, França, Jugoslávia e Roménia) e duas da América do Norte (México e EUA). Muitas selecções europeias desistiram da competição devido à longa e cansativa viagem pelo Oceano Atlântico.


A final foi entre o Uruguai e a Argentina, tendo os uruguaios vencido o jogo por 4 a 2, no Estádio Centenário, em Montevidéu, com um público estimado de 93 mil espectadores. O artilheiro deste torneio foi o argentino Guillermo Stábile.


Curiosidades da prova:

- O primeiro jogador a perder um penalty em Mundiais foi o chileno Carlos Vidal, que desperdiçou a cobrança aos 35 minutos do primeiro tempo no jogo entre Chile e França, no Mundial de 1930.

- Em entrevista a um jornal uruguaio após o Mundial, o presidente da FIFA, Jules Rimet, disse que o mundial seguinte seria realizado somente em 1938 e que o Uruguai seria campeão do mundo por oito anos.

- O capitão da selecção francesa, Villaplane, foi acusado de colaborar com a Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial e fuzilado em 1945.

- O ponta de lança argentino Manuel Ferreyra não pôde defender sua selecção no jogo contra o México porque tinha, na mesma hora, prova da faculdade. Para o seu lugar entrou Guillermo Stábile, que fez três golos, ganhou a posição e terminou como o primeiro melhor marcador de um Mundial! Ferreyra reconquistou um lugar entre os titulares, mas teve de ser deslocado para a ponta direita do ataque.

1.2. Mundial Itália 1934

O Mundial de 1934 foi o primeiro no qual os Países tiveram que disputar eliminatórias para poder participar. O número de nações participantes desta vez dobrou em relação à edição anterior, sendo que 70% das 32 nações eram do continente Europeu.

O Mundial de 1934 como o de 1938 teve interesses políticos em jogo: o regime fascista subjugava a Itália, e o ditador Benito Mussolini planeou transformar o evento numa espécie de propaganda pró-regime. A influência indiscutível de Mussolini impôs-se em diversos aspectos, como por exemplo a escolha predeterminada de árbitros "suspeitos" nas partidas da anfitriã Itália. O sueco Ivan Eklind, que apitou a semifinal e a final, ter-se-ia encontrado com Mussolini antes das partidas. Misteriosamente, decisões polémicas foram tomadas, sempre em favor da Itália (expulsões e golos anulados de adversário). Alguns árbitros influenciaram tanto nos resultados da Itália que foram expulsos pelos respectivos Países após o torneio, caso do suíço René Mercet e do belga Luis Baert.

Duas peculiaridades marcaram a Copa do Mundo de 1934: O defensor do título, Uruguai, recusou o convite para participar, num boicote aos europeus por terem ignorado a edição anterior, em 1930 (Apenas 4 selecções europeias participaram do torneio: Bélgica, França, Iugoslávia e Roménia), tornando-se assim o único defensor de título que não competiu no torneio seguinte. Além disso, a anfitriã Itália teve que passar pelas Eliminatórias, na única ocasião em que um país-sede precisou disputar Eliminatórias.


Curiosidades da prova:

- A Palestina disputou as Eliminatórias. Na época, Israel ainda não havia sido criado e a Palestina era uma nação de árabes e judeus. Porém, apenas os judeus integraram a selecção que foi desclassificada pelo Egito.

- Tal como o Brasil, a Argentina também foi para a Itália com uma selecção fraca. Os grandes clubes dos respectivos Países haviam optado pela profissionalização e criado uma liga não-reconhecida pela FIFA. Assim, ambos os Países foram representados por jogadores amadores.

- Neste Mundial ocorreu o primeiro jogo desempate da história da competição. Itália e Espanha empataram em 1-1 após prolongamento. Dois dias depois, as duas equipas vieram a campo desfalcados, principalmente a Espanha, que não pôde contar com o guardião e capitão Ricardo Zamora, que, de tanto apanhar no primeiro jogo, não teve como jogar o desempate. Resultado: 1-0 para os italianos, que foram às semifinais.

- Na disputa do 3º lugar entre Alemanha e Áustria, as selecções não haviam levado jogo de uniformes reserva (ambas equipes eram alvinegras). Os austríacos, então, usaram a camisa do Napoli.

- O italiano Luigi Bertolini era considerado um dos melhores cabeceadores do mundo. Jogou toda a prova com um lenço na cabeça, para evitar que as costuras da bola causassem lesões na testa. O suíço Leopold Kielholz precisou de apenas 2 jogos para marcar 3 golos, mas ficou na história por jogar sempre de óculos.

- O Uruguai, campeões em título, recusaram-se a defender o troféu. Tudo devido ao fascismo de Mussolini e como forma de represália por grande parte das equipas europeias ter boicotado o Mundial de 1930. Mas a verdade era outra, os campeões mundiais estavam velhos e cansados…

- Pela primeira vez uma selecção africana, Egipto, participou no Mundial. Abdel Fawzi foi o primeiro africano a marcar num Campeonato do Mundo, na derrota por 4-2 ante a Hungria.

- Inglaterra, pátria do futebol continuava fora dos Mundiais, preocupada apenas com o seu campeonato, cada vez mais profissional.


A história de Monti, um dos 5 oriundi, fundamentais no título italiano

Monti, natural de Buenos Aires, é o único a ter jogado em finais do Mundial por países diferentes: perdeu a da edição de estreia e foi campeão com os azzurri em 1934. Um dos melhores do seu tempo, Monti foi fulcral na caminhada da Argentina em 1930 até à final, mas esteve discreto no jogo decisivo, vencido pelo anfitrião Uruguai (4-2). Soube-se depois que sofreu ameaças de morte, contra si e a família, e que até terá pedido para não jogar. Os autores das ameaças terão sido uruguaios, mas surgiu também uma teoria da conspiração que defende que foram obra de espiões de Benito Mussolini, que achava que a derrota facilitaria o seu recrutamento para a selecção italiana, organizadora do Mundial seguinte. Monti saiu da Argentina para jogar na Juventus e rapidamente foi chamado para representar a Itália.


Foi um dos cinco oriundi, estrangeiros com raízes italianas, no Mundial 1934, juntamente com os compatriotas Guaita, Orsi e Demaría, que também representou a Argentina em 1930, mas não participou em nenhuma das finais, e o brasileiro Guarisi. Monti, Guaita e Orsi foram determinantes. A utilidade do primeiro viu-se na meia-final com a Áustria, ao anular Sindelar, um dos mais talentosos do mundo. No jogo seguinte, a Itália derrotou a Checoslováquia (2-1) e venceu o Mundial que Mussolini tinha que ganhar. "Se ganhasse no Uruguai, matavam-me e se perdesse em Itália fuzilavam-me", referiu, anos depois, Monti, um dos sete jogadores que representaram países distintos na prova. Os outros são Demaría, Puskas (Hungria 54 e Espanha 62), Santamaria (Uruguai 54 e Espanha 62), Altafini "Mazzola" (Brasil 58 e Itália 62) e Prosinecki e Jarni (Jugoslávia 90 e Croácia 98).


Final em dose dupla

Na tarde de 10 de Junho o Estádio do Partido Nacional Fascista apresentava-se cheio como um ovo, esperando uma natural vitória da Azzurra. Na tribuna de honra lá estava Mussolini, rodeado de inúmeros símbolos alusivos ao fascismo, saudado pelos seus compatriotas como se de um Deus se tratasse. Todos esperavam a vitória dos italianos. Mas, nem tudo foi tão fácil como seria de esperar. Os checos não se deixariam intimidar, eram também uma formação muito forte e temida, onde pontificava o grande guardião Planicka. Aliás, este foi talvez o Campeonato do Mundo que juntou num só torneio três dos melhores guarda-redes de todos os tempos, nomeadamente o italiano Combi, o espanhol Zamora e o checo Planicka. Três mitos da baliza.

A Itália entrou em campo a todo o gás, desfiando de imediato o seu venenoso ataque suportado por uma sólida defesa. Contudo, na “hora H” deparavam-se sempre com um autêntico muro de betão, o guarda-redes Planicka, que esteve soberbo nesta final. E aos 70 minutos o Estádio do Partido Nacional Fascista ficou em completo e gélido silêncio quando na sequência de um pontapé de canto Puc, de costas para a baliza, disparou com alguma violência à meia volta para o fundo das redes de Combi. Surpresa das surpresas, os checos estavam em vantagem.


O terror tomou conta da massa adepta Azzurra. Em luta contra o tempo os italianos tentarem então desesperadamente chegar ao tento da igualdade, aumentando o seu ritmo de incursões à baliza de Planicka. Os defesas checos Zenisek e Styroky limpavam a sua área de qualquer maneira, mal avistassem a bola perto da sua zona tratavam de a despachar de todos as maneiras e feitios sem grandes rodriguinhos.

O assalto dos azzurros ganhava com o passar dos minutos contornos mais intensos e sufocantes para os checos. Até que a cinco minutos do final o esperado golo italiano surgiu, quando já poucos acreditavam nele, por intermédio do ítalo-argentino Orsi. Tudo voltava assim ao princípio para alívio dos italianos e de... Mussolini.

No prolongamento os italianos foram mais fortes em termos físicos, e continuaram a tomar de assalto a baliza checa. O “milagre” surgiu por intermédio do avançado-centro Schiavio.

Após o apito final do sueco Eklind a multidão explodiu de emoção: A SQUADRA AZZURRA ERA CAMPEÃ DO MUNDO. Mussolini podia sorrir, a sua Itália vencera... o fascismo era “campeão do Mundo”. Ainda hoje os teóricos do futebol afirmam que este Mundial foi vencido pelo fascismo e não pelos jogadores italianos. É certo que a Itália fora escandalosamente beneficiada pelos árbitros nos duelos com a Espanha, nos ¼ de final, mas não podemos tirar mérito a super craques como Meazza, Orsi, Schiavio e Combi que sobe a batuta do maestro Pozzo encantaram o mundo com o seu futebol.

Ficou ainda uma lenda deste Mundial. Rezam as crónicas da altura que minutos antes de Itália e Checoslováquia entrarem em campo para disputar a final foi entregue no balneário italiano um bilhete assinado por Benito Mussolini onde se podia ler: “vitória ou morte”! Não se sabe porém se a ser verdade esta história a intimidação funcionou como um impulso para a Squadra Azzurra. Porém, Vittorio Pozzo no final do encontro era um homem visivelmente aliviado, tendo dito que “como é belo o futebol quando se ganha, e como teria sido terrível perder este jogo”.

Melhor marcador:

Schiavio (Itália) – 4 golos

Onze tipo do torneio:

Planicka (Checoslováquia)
Allemandi (Itália)
Monzeglio (itália)
Puc (Checoslováquia)
Sindelar (Áustria)
Monti (Itália)
Conen (Alemanha)
Nejedly (Checoslováquia)
Schiavio (Itália)
Meazza (Itália)
Orsi (Itália)

1.3. Mundial França 1938

O Mundo estava perigoso face à iminência do estoirar da II Grande Guerra Mundial. Mesmo assim Jules Rimet via um velho sonho seu tornar-se em realidade, ver o seu país, a França, organizar um Campeonato do Mundo de Futebol. Este, contudo, não foi ainda o campeonato ideal, uma vez que o número de desistências e recusas de participação foi muito elevado. Apenas na Europa foi necessário realizar fases de apuramento para a 3ª edição do Campeonato do Mundo da FIFA. Um campeonato que ficou órfão de algumas das melhores selecções mundiais da época, casos da Espanha (na altura o país estava a braços com uma Guerra Civil), a Áustria (impedida de participar à última da hora devido à invasão do exército nazi), a Inglaterra (que continuava a recusar participar em competições organizadas pela FIFA), a Argentina e o Uruguai (os primeiros por terem perdido a organização do torneio para a França e os segundos por acharem que com a atribuição do campeonato aos franceses a FIFA estava a quebrar o prometido principio de alternância entre continentes).

No capítulo meramente desportivo esta edição constituiu o primeiro grande êxito, tanto no que se refere a questões financeiras (seis milhões de francos de receita), como no desenvolvimento do próprio jogo. Neste último capítulo, e mesmo com a ausência de grandes equipas, o nível futebolístico foi muito elevado, tendo havido a ocasião para apreciar o virtuosismo de muitos jogadores. De frisar que nesta altura a França vivia uma crise financeira grave, mas mesmo assim foram construídos propositadamente para o torneio cinco novos estádios.

Brasil demasiado confiante…perdeu

Nas meias-finais assistiu-se a mais um grande jogo de futebol, um Itália – Brasil. Em Marselha, os brasileiros, cansados do duplo e desgastante duelo ante os checos resolveram poupar a sua principal estrela, Leónidas. Dizem uns que tal facto deveu-se ao avançado se encontrar lesionado, enquanto que outros opinam que Leónidas se estaria já a preparar para a… final. Uma ousadia que teve consequências drásticas, já que a Itália cedo chegou a uma vantagem de dois golos. No entanto, os brasileiros nunca desistiram e Romeu ainda reduziu, mas a força dos pupilos de Pozzo veio ao de cima nos momentos finais do encontro, garantindo desta forma a presença na final. O seleccionador brasileiro seria eternamente crucificado pela sua arrogância e excesso de confiança em ter poupado Leónidas. Na outra meia-final os húngaros cilindraram os suecos por 5-1.
Itália de novo Campeã do Mundo

O Estádio des Colombes, em Paris, engalanou-se no dia 19 de Junho para receber a final entre Itália e Hungria. Última equipa esta que pode dizer-se que jogava em casa, pois devido aos incidentes de Marselha, onde os italianos brindaram o público com a saudação fascista criando desde logo uma antipatia com os franceses, e pelo facto de a equipa de Pozzo ter eliminado a França nos quartos-de-final, a assistência da final torcia quase de forma unânime pela Hungria. Apesar de em campo estarem duas equipas com uma técnica muito apurada a maior força no aspecto táctico da Itália viria ao de cima, permitindo aos transalpinos vencer o jogo por 4-2 e assim sagrarem-se bicampeões do Mundo. Na campanha 100% vitoriosa da "squadra azzurra" destaque para dois jogadores, Sílvio Piola e Giuseppe Meazza. Após esta final seria preciso esperar12 anos para se voltar a organizar um Campeonato do Mundo, pois meses depois do França’38 a Alemanha invadiu a Checoslováquia e logo de seguida a Polónia. Começava desta forma a II Guerra Mundial.


A estrela do Mundial… Leónidas da Silva

Em 1938 o Mundo começou – finalmente – a conhecer os dotes futebolísticos do Brasil enquanto selecção. Depois de prestações péssimas nos dois primeiros Mundiais os canarinhos apresentaram em França um futebol de alta qualidade. Nessa equipa figuravam excelentes jogadores, casos de Brandão, Tim, Zezé ou Domingos da Guia. Mas houve um que deu um verdadeiro show de bola nos relvados franceses, de seu nome Léonidas da Silva, também conhecido como o "diamante negro". Surgiu em França como um desconhecido e de lá saiu como um verdadeiro ídolo. Foi o melhor marcador da competição, com oito golos apontados. Este avançado deslumbrou o planeta da bola com a sua técnica apurada e um invulgar dote de rematador. Era um verdadeiro malabarista com a bola nos pés. Ele foi o inventor do famoso pontapé de bicicleta.


Factos e curiosidades do França 38

- Já havia brilhado no Itália’34 e confirmou toda a sua mestria na arte de bem defender as balizas no França 38. Falamos do guarda-redes checo Frantisek Planicka. Jogador este que a par do espanhol Ricardo Zamora era tido pela crítica internacional como o melhor guardião do Mundo. No Brasil – Checoslováquia de 1938 o guarda-redes surpreendeu tudo e todos ao jogar quase todo o encontro com um braço partido fruto de uma entrada mais violenta de um brasileiro. Mesmo limitado fisicamente Planicka efectuou defesas fantásticas, contribuindo para o empate final a uma bola e consequentemente para um jogo de desempate.

- O jornalista Vittorio Pozzo se tornou o primeiro (e até hoje único) técnico a conquistar mais de uma Copa. E o fez em torneios consecutivos.

– A azzurra não era azurra. Por ordem de Mussolini, as tradicionais camisolas azuis foram trocadas por camisolas negras, da cor do fascismo.

- A guerra civil que tudo dizimava deixou nuestros hermanos em casa. A Argentina também não se deslocou a França, tudo porque perdeu para os gauleses a organização da prova.

- Cuba e a Indonésia, perdão, Índias Orientais Holandesas, era assim que se chamava então a actual Indonésia, marcaram presença no Mundial. Portugal ficou de fora, perdendo no jogo decisivo com a Roménia. Vendaval de golos falhados, até um penalty desperdiçado e Portugal em casa.



Onze tipo do Mundial:

Planicka (Checoslováquia), Domingos da Guia (Brasil), e Rava (Itália); Andreolo (Itália), Tim (Brasil), e Meazza (Itália); Sarosi (Hungria), Wetterstroem (Suécia), Piola (Itália), Leónidas (Brasil), e Colaussi (Itália).


Melhores marcadores: Leónidas (Brasil) 8 golos; Zsengeller (Hungria) 7; Piola (Itália) 5

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