As imagens são elucidativas: Austin Ejide, guarda-redes da selecção nigeriana que se prepara para disputar o mundial de futebol 2014, num jogo amigável frente à selecção escocesa, envia propositadamente a bola para dentro da própria baliza, cometendo desta forma o que ele pensava ser um auto-golo contra a sua equipa. Infelizmente, para ele e para quem acreditava que tal iria suceder, o árbitro consegue ver uma falta no lance.
Numa era em que muitos se preocupam com o adiamento da aplicação das novas tecnologias a favor da "verdade desportiva", um outro cancro, bem mais perigoso, tem proliferado a grande velocidade: resultados adulterados em virtude das apostas desportivas. Quem, como eu, conhece o sistema de apostas, sabe bem o quanto vale golos improváveis e com a certeza de acontecer em determinados momentos do jogo. Podem valer verdadeiras fortunas, aos sortudos mas sobretudo aos corruptos. Num tempo em que todos são presumíveis inocentes até prova em contrário, num universo de escuteiros, é altura de castigar severamente quem anda a brincar, com o jogo e com as pessoas que acreditam na seriedade do mesmo. Por onde começar: Ejide, fora do mundial. Suspendê-lo para a vida seria fazer dele a primeira vitima sem aviso prévio, mas seguramente que o passo seguinte terá de ser esse, sejam jogadores, treinadores ou dirigentes. A FIFA tem de acabar com o flagelo das apostas ilegais, caso contrário o futebol está condenado, podem esquecer as novas tecnologias que o principal obstáculo para a sobrevivência do jogo não depende da bola entrar ou não na baliza... ela entrará sempre, a dúvida é saber se estava destinada a entrar...
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