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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Capitão de Portugal



Morreu Mário Coluna. Não é notícia em primeira mão mas o Tribunal homenageia aquele que soube elevar-se a ídolo nacional. E se duvidas houvessem, basta procurar uma resposta dada em tempos por um anti lampião primário, Pinto da Costa de seu nome, que questionado sobre a escolha de uma selecção de jogadores para um onze base favorito, escolheu o capitão de Portugal para essa equipa. Parece um gesto banal, mas vindo de quem vem, é significativo. 

Coluna foi um excelente jogador, não tenho dúvidas. E foi aquilo que hoje em dia falta em Portugal: um lider, um verdadeiro capitão. Sem ele a seu lado, teria Eusébio triunfado com o sucesso que fez? Com ele a seu lado, não chegaria Cristiano Ronaldo a um patamar ainda mais elevado, sobretudo por Portugal? A minha opinião é que um beneficiou e muito da sua presença e o outro poderia e deveria ter beneficiado muito com a sua presença. Pode Eusébio ter sido um jogador de craveira superior a Coluna, mas no que a liderança diz respeito, as quinas nunca deveriam prescindir da presença deste velho lobo na sua estrutura. 

Convém não esquecer um facto relevante: Coluna sempre foi mais moçambicano que português. Algo que não é condenável, bem pelo contrário. Desde que decidiu regressar à sua terra natal, no lugar de ficar por cá como peça de mobiliário de gentes sem escrúpulos como fez Eusébio, fez o que esteve ao seu alcance para colocar Moçambique no mapa do futebol mundial. E se mais não fez deveu-se sobretudo às guerrilhas internas e à fraca memória lusitana, que aproveitou dois dos seus melhores jogadores de todos os tempos mas que prefere investir em viagens pela América Latina no lugar de apostar onde teve sucesso e de onde se mantém um sentimento muito próximo à lusofonia. Outros interesses se levantam desde que o dinheiro passou a mandar no mundo da bola, certamente que todo este despotismo a que o desporto rei está a ser votado em muito contribuiu para o afastamento de Coluna. 

Morreu o homem, ficou a lenda. Que os 23 convocados para o mundial se recordem destes 2 ídolos que partiram este ano, e que sejam mais respeitadores na hora de homenageá-los do que foi o povo e a comunicação social por estes dias: Eusébio mereceu honras de estado e todo o folclore adjacente, Coluna teve direito a 10% de atenção quando comparado. Faltou-lhe a bola de ouro para merecer outro tratamento ou faltou-lhe a subserviência à causa lampiã e ao presidente, qual Igor do Frankestein? Muito feio. Coluna soube distinguir entre ter sido um jogador do Benfica e respectivo adepto e ser posteriormente um idolo nacional e um simbolo do seu país independente. E isso implicava não acusar adversários de racismo nem dizer disparates como se não passasse de um pobre coitado. Essa elevaçao custou-lhe honrarias e serventias, mas ganhou a minha admiração. 

Cristiano Ronaldo é indiscutivelmente, para mim, o melhor jogador português de todos os tempos mas Mário Coluna será sempre o capitão de todos nós, porque ser líder não é para quem quer, é para quem sabe. E aqui não há assinaturas de facebook para entradas em Panteões que dêem liderança a quem nem força teve para controlar vicios. Descansa em paz Coluna.

2 comentários:

Picareto disse...

Em homenagem ao Coluna nao vou fazer contagem regressiva.

OAutor disse...

Só posso considerar capitão de Portugal alguém que tenha nascido em Portugal!!! Coluna é o capitão do benfica e de moçambique!!