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domingo, 24 de novembro de 2013

E o pesetero sou eu?




Passaram-se sensivelmente treze anos desde a noite em que Luis Figo regressou pela primeira vez a Cam Nou envergando a camisola do Real Madrid. Quem presenciou esse (re)encontro jamais se esquecerá do que sucedeu. Podem perguntar qual foi o resultado do mesmo que a maioria não se recorda, mas se perguntar a cujo animal pertencia a cabeça que andou dentro do relvado, acho que é uma daquelas questões cuja resposta se encontra na ponta da língua. Todo esse triste espectáculo dado por um povo ordinário e sem respeito teve inicio porque o seu idolo, o seu capitão, decidiu trocar o clube pelo seu maior rival. Uma atitude que para uns é perfeitamente normal, para outros é irrelevante desde que se pague a cláusula de rescisão e para outros ainda é um crime lesa pátria! Acho que tudo depende do tipo de jogador em questão. Luis Figo não era um jogador qualquer. E isso mexeu no ego dos adeptos barcelonistas. Foi pesetero? Foi somente um profissional gélido e obcecado com o seu bem-estar e dos seus? Existe, claro, a terceira hipótese, aquela que mais dói a um culé, aquela da qual eles fogem qual diabo da cruz. 

Acho que ao fim de quase decada e meia, cerca de 5000 dias depois, só continua nas trevas da ignorância quem assim o desejar. Luis Figo sabia que não era o jogador mais bem pago em Espanha. Nem de perto nem de longe. Alias, não era sequer o mais bem pago do Barcelona. Pese embora tudo o que já tinha dado ao clube. E fez chegar as suas insatisfações ao respectivo empresário. Poderia tê-lo feito na imprensa, poderia ter baixado o nível exibicional, poderia ter assumido muitas atitudes perante o seu desagrado, mas fez o que um profissional sério e dedicado faz quando assina de livre vontade um contrato: deu todo o seu melhor dentro de campo. A última época de Figo em Barcelona foi excelente, não dando margem a nenhum adepto do que poderia estar a suceder nos bastidores. E só quando a mesma terminou é que começaram a surgir rumores. 

O resto é história e toda a gente já a conhece. Os dirigentes barcelonistas consideraram o pedido inválido e relembraram o jogador que assinou o contrato que quis e que existia uma clausula de rescisão para quem o cobiçasse. Com tamanha petulância e rudeza, forçaram o jogador português a sair, não sem antes ter batido o record de transferência de um jogador de futebol, enquanto os principescamente bem pagos Rivaldo e Kluivert, entre outros, acabariam por sair do clube de borla pelo prejuizo que lhes estavam a infligir. 

Serve todo este texto para assisitr, de camarote e com pipocas, à novela Messi que está prestes e iniciar-se. Relembrar que este sim, é um produto blaugrana, que nunca seria jogador se não fosse tudo o que clube fez por ele enquanto criança, e que já ganha balúrdios, 18 milhões de euros anuais pagos pelo clube, fora patrocínios! 

Atentemos nas palavras do empresário espanhol François Gallardo:

«Messi vai sair no final da época porque se sente traído. No final de setembro, há apenas dois meses, Messi e os seus assessores reuniram-se com o Barça. O jogador queria uma revisão do seu contrato e o clube prometeu-lhe que o faria. Combinaram um aumento. No entanto, um mês depois, o clube contactou Messi e os seus assessores e explicou-lhes que não podia cumprir o que prometeu. O jogador sente-se traído e decidiu sair no final da temporada»

«Já tem um acordo verbal com outra equipa. Em fevereiro ou março começará a preparar a transferência. Vai jogar num país vizinho. Se pode ser um novo caso Figo? No futebol, nunca se pode dizer desta água não beberei mas, neste caso, o futuro clube de Messi não será o Real Madrid.»

«No próximo clube, Messi vai ganhar mais de 18 milhões de euros por época. É uma barbaridade o que lhe vão oferecer. O Barça não pode pagar-lhe isso.»


Existem dois cenários para esta treta. Primeiro, é mesmo verdade, e Messi vai sair para ganhar mais dinheiro. Segundo, não passa de bluff, de forma a que os adeptos pressionem os dirigentes a renovar um contrato que está longe de estar no seu término, aceitando as pretensões salariais do argentino.


Seja qual for o cenário, meus caros amigos, lavem bem a boca com sabão antes de voltarem a usar a palavra pesetero e o nome Figo na mesma frase. Este anão, além de pesetero, é ainda ingrato. Luis Figo teria sido excepcional em qualquer clube, até mesmo no Frutabol Corrupto do Porto!

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