No último derby de Portugal abusou-se da palavra épico. Que tinha sido um jogo épico. Que significa épico? Algo como grandioso, sublime, fantástico, até poético se quisermos ser liricos. Foi o jogo da taça de Portugal isso tudo? Mesmo não querendo passar por um frustado adepto derrotado, vou arriscar e dizer não.
Foi inequivocamente um bom jogo. Que teve golos de grande execução técnica. E teve emoção, muito embora a mesma só surja verdadeiramente a partir dos 75 minutos! E teve algumas boas jogadas, com princípio, meio e fim. Daí a ser épico? Lamento, mas não. Foi uma primeira parte recheada de golos mas pelo meio mal jogada, com muitas perdas de bola e sem grande fio de jogo, valendo a inspiração individual de alguns em contraste com o desacerto dos restantes. Foi uma segunda parte em que uma das equipas repousou no avanço conseguido, dando oportunidade e alento à outra em ter mais bola e mais possibilidade de avançar com a mesma no terreno de jogo. O que faz deste jogo algo mais do que um jogo razoável com muitos golos (e quem já segue futebol há muitos anos já viu concerteza jogos com muitos golos mas muito mal jogado, uma coisa não invalida a outra) foi a emoção que transporta o eterno duelo entre as duas equipas e a reacção e o querer leonino. Tivesse tudo terminado com 3-1 para os vermelhos, e ninguém ousaria catalogar tal encontro em algo mais do que foi.
Isto foi o jogo jogado. Que, sem ainda falar no arbitro, terminou com a vitoria lampiã e consequente apuramento para a fase seguinte da taça de Portugal. Foi justa a vitoria? Sem considerar a actuação do sapateiro do apito, não vou tapar o sol com uma peneira: no dia do jogo um jornal levantou uma questão engraçada, a equipa titular do Benfica tinha custado aos cofres da luz cerca de 96 milhões de euros a ser construida, enquanto a leonina se tinha ficado pelos 16 milhões de euros! Poupadinho o Sporting? Não, diz-se antes teso, endividado, arruinado. Mas isso parece não contar para os infiéis, para esses a bola é redonda, são 11x11 e não há desculpas. Pois eu digo que não, que jogadores que custam mais dinheiro, são melhores do que os mais baratos. É de La Palisse meus caros. O que se passa é que é preciso uma estrutura que saiba controlar os impetos mercenários dos mesmos e da grunhada familiar que os acompanha. Caso contrário temos um Manchester City, por exemplo. Agora, se um jogador valioso e bem pago for profissional é uma mais valia. Dois são uma mais valia maior. Três são uma mais valia ainda maior. Já deu para perceber o raciocinio, não? Esta equipa do Benfica, que nada vendeu e mais se reforçou, mesmo tendo um buraco financeiro de 500 milhões de euros, suportados pela macacada angolana provavelmente, tem que superiorizar-se a este Sporting. Ponto final, paragrafo! Fê-lo? Em jogo jogado, não. Em oportunidades de golo? Sim. Em golos marcados? Descontando o peru natalicio, não! Foi então uma vitória justa? Mesmo descontando o árbitro, desculpem mas não, não foi. Jogando em casa, com o estádio praticamente cheio, marcando 3 golos em 4 oportunidades (eficácia suprema contrastando com tudo o que têm vindo a fazer) e tendo um plantel recheado com mais e melhores individualidades, o Benfica vence o encontro somente porque o adepto de preto o permitiu, descarada e escandalosamente.
Ok, antes de falar do adepto de preto, convém referir que até ao intervalo a sua influência é baixa e a vantagem de 3-1, embora não justa, é fruto de superior aproveitamento. Para além do boi preto, temos ainda que juntar como ingrediente à reacção leonina a incapacidade de Jorge Jesus em interpretar o jogo, deixando-o correr e com total desprezo e falta de categoria para reagir ao renascimento leonino. E essa reacção leonina teria dado a vitória se a criatura não tem assumido o habitual protagonismo.
E quais foram então os erros? Começaram com os tipicos "deixa andar". Ruben Amorim, com o critério que levou à expulsão de Marco Rojo, fez o que quis e lhe apeteceu e ainda lhe sobrou tempo. Atenão que eu aceito de bom grado o quão complicada pode ser o trabalho de um árbitro. E não preciso de o fazer para o saber. Mas a única coisa que lhes peço é critério, para além da óbvia isenção e conhecimento das leis de jogo. Peguemos em Jorge Coroado. Era um arrogante sem vergonha, convencido que era um arbitro fenomenal. Não era. Mas era coerente. Na carreira beneficiou os mesmos que prejudicou, não se pode em abono da verdade conotá-lo com uma cor. Dirão as papoilas saltitantes que expulsou Canniggia. Sim, é verdade. E a memória é somente selectiva ou vamos tirar a cabeça do cu e lembrarmo-nos da putice arbitral por ele orquestrada quando Mourinho era treinador lampião, num famoso 3-0 que levou à demissão de Augusto Inácio, mas que só existe porque o mesmo Coroado perdoa um penalty sobre Pedro Barbosa, que reage protestando e é imediatamente expulso. Lembram-se? De um provável 1-1 fica auto-estrada montada para os 3-0 e para vermos pela primeira vez o pequeno mouro sem vergonha rebolar-se na lama, muito antes de Manchester! Isto tudo para estabelecer o seguinte: um arbitro assim, que erra por arrogância cega e ego inchado é muito mais desculpável do que um outro que ficou famoso pelos 3 penalties em meia hora num famoso Benfica vs Guimarães, e que fica tolhido para assinala-los com a mesma facilidade quando os mesmos são contra o seu clube do coração. Aceito sem contestação que existam arbitros rigorosos na amostragem de cartões e outros permissivos, aceito sem contestação que existam arbitros com sopro fácil no apito em quedas na area que resultem em grandes penalidades, e outros que só quando se arrancam olhos marquem falta! Aceito os que vêem sempre mão na bola e os que interpretam sempre bola na mão. O que não pactuo, e todos estarão comigo seguramente, é que um arbitro não seja isento, e mude de critério de jogo para jogo e, pior ainda, durante o mesmo jogo. Um árbitro assim não é um mau árbitro, é um arbitro corrupto. Duarte Gomes é um árbitro corrupto. Não é o pior que cá temos, o que não signifca um elogio para ele, significa apenas que a pocilga arbitral portuguesa dava para manter a Mealhada activa por muitas décadas!
Mas ainda pior que um mau arbitro e uma má arbitragem é todo o ruido que se cria à sua volta. Disse Jorge Jesus que foi uma boa arbitragem? Eu aceito que um treinador beneficiado se cale ou opte por ignorar as questões arbitrais, mas que depois do famoso "limpinho limpinho" do Capela, siga com este "magnifica arbitragem" do Gomes, mostra o caracter que tem como homem. Não é o treinador que é aqui chamado, é o homem Jorge Jesus. E o homem Jorge Jesus é um monte de merda. Mas não foi o único a falar, o presidente da APAF
disse algumas das maiores alarvidades que já ouvi, exigindo qual Torquemada a fogueira para quem ousasse criticar os arbitros. Eu não só critico como exijo que os mesmos sejam averiguados pela PJ, porque tanta incompetência não pode ser somente derivada da natureza humana dada ao erro, é desonestidade própria de gente pulha! Junte-se, qual cereja no topo deste bolo, a desnomeação do arbitro previamente escolhido para o encontro e temos o circo montado. Enfim, é natural em 6 milhões existirem mais arbitros benfiquistas do que de outros clubes mas caramba, sempre os mesmos macacos? É que este já fez mais do que o suficiente pela causa lampiã para ir para a reforma, para além do hat-trick de penalties contra o Guimarães quem não se recorda por exemplo do famoso penalty por corte com cabeça de um jogador do Estrela da Amadora? Arrisco mesmo dizer, embora reconhecendo a polémica da minha afirmação, que ao lado deste sabujo (que já rouba o Sporting ainda o
século não tinha começado!)o Bruno Paixão até passa por arbitro!
Em resumo e conclusão: Épico? Nem por sombras.Competitivo? Extremamente, sobretudo algo que rareia nos relvados portugueses. Que venham muitos destes porque como diria o saudoso Perestrelo, é destes que o meu povo gosta. Mas sem bois de preto, obrigado!