O denominado futebol moderno

Acabo de assistir ao jogo V. Guimarães vs FC Porto, para a taça de Portugal e, para além da natural satisfação de ver um adversário directo ser afastado da competição, o que me motivou a escrever foi o lance entre o Costinha e o Flávio Meireles, em que, segundo as últimas informações, Costinha terá sofrido um traumatismo craniano.

Não vou pelo lado mais fácil que é atirar as culpas para o jogador do Vitoria ou para o arbitro, porque, e visto o lance à primeira, sem repetição, pareceu ser mais uma entrada bruta, guerreira, ao melhor estilo defendida por treinadores como o Mourinho e o Jaime Pacheco (entre outros), e praticada por quase todos os jogadores defensivos, e mesmo alguns atacantes!

Em primeiro lugar espero e desejo que o jogador Costinha esteja bem de saúde e que não tenha sido mais que um susto. Um grande susto!

Em segundo lugar desejo expressar a minha opinião sobre o futebol actual, denominado moderno, em que os conceitos de jogo baseiam-se em grande agressividade e luta pela posse de bola, constante pressing sobre o adversário, de modo a impedir que o mesmo possa sair com a bola controlada para o ataque. Pior ainda, impedir a todo o custo que pense sequer o jogo de ataque! Isto meus amigos não é futebol, é uma treta qualquer inventada para acabar com o belo jogo! Penso que se deveria aproveitar estes maus exemplos, como o de ontem, para mudar algo.

A agressividade galopante no futebol. Tudo leva a crer que os grandes culpados disto são os treinadores da nova vaga, encabeçados por José Mourinho, que lutam e incutem nos jogadores uma mentalidade de vitoria a todo o custo, contra os princípios da defesa do espectáculo (pago a peso de ouro pelos espectadores) e da beleza do jogo em si.

Perante a entrada violenta a que assisti ontem, na minha opinião está na altura de se impor certas e determinadas regras. Por exemplo, está na altura de se acabar de vez com o futebol jogado no chão. Para quando uma lei que proíba qualquer espécie de entrada de carrinho? Mesmo que a entrada de carrinho não toque no adversário seria punida com amarelo. E caso tocasse e derrubasse seria punida com vermelho directo! Doa a quem doer! E não me venham com a historia que o jogo é para machos, que a virilidade faz parte do espectáculo, porque isso são apenas desculpas para que jogadores agressivos como o próprio Costinha, Maniche, Petit, Derlei, entre tantos outros, sejam considerados ninjas e guerreiros, quando praticam entradas que podem comprometer seriamente a integridade física dos colegas e adversários. Acabem de vez com os tackles, sejam por detras, na diagonal, pela frente ou em zigue zague! Se querem fazer pressing a todo o campo, pois então que corram atrás do adversário, mas sem cometerem falta! E já nem vou fazer referência às cotoveladas maldosas que são aplicadas a cada vez que a bola é disputada pelo ar.

Razão tem o Dani, quando entrevistado após um jogo de beneficência realizado pela Fundação Luís Figo, que o futebol actual, disputado sobre constante pressing e faltoso, não o atraía, motivo pelo qual abandonou a modalidade. E para quem se lembra desse encontro amigável, Dani foi somente o jogador mais em foco, marcando 2 golos de belíssima execução técnica.

Para que os ninjas e guerreiros do futebol mundial possam ser alguém, jogadores com o virtuosismo técnico como o Dani, estão em vias de extinção! E que fazemos nós? Assobiamos para o lado e esperemos que a nossa equipa vença, custe o que custar. É triste...