Campeonato Português 2008/09 - Jornada 25

Jornada absolutamente normal para quem sabe como funciona o sistema! Até me admiro não haver já champagne e faixas de campeão, tanta parcimónia é para enganar quem? Até o Burroaldo vem dizer que são precisas quatro vitórias, nem para fazer contas o tipo presta! Basta de enganadores, basta de tretas, basta de vigarices!

A nomeação de um artista de nome Vasco Santos (quem?) para o jogo de Alvalade não augurava nada de positivo. É que errar é humano, mas andarmos sempre a errar com a intenção de fazer sempre dos mesmos campeões é que não tem nada de humano. Ou melhor, até tem, revela é a pior face do ser humano, a mesquinhez de quem não percebe que tudo isto não passa de um desporto! Claro que quem anda a comer e a viver do futebol à mais de 3 décadas o futebol não é somente um desporto, é a própria sobrevivência. Assim se compreende melhor as declarações da múmia, que tem muitos planos para o futuro! Pudera, ia fazer o quê, voltar ao ramo dos fogões?...

Voltando a Alvalade, jogo onde o Sporting controlou a 100% os acontecimentos, falhando uma goleada por inépcia de Liedson que, ainda assim, foi absolutamente decisivo, com mais um golo e, sobretudo, mais uma assistência, o que faz dele o jogador com mais assistências para golo do campeonato! Se a isto juntarmos o trabalho que ele coloca ao serviço do colectivo, sem negar qualquer esforço mesmo não se encontrando nas melhores condições físicas, não restam dúvidas que é o melhor jogador da Liga 2008/09. Tudo normal, portanto, em Alvalade, mesmo perante aquele golo anormal do Goianira, brasileiro que até ao momento não marcara qualquer golo no campeonato e decide, do nada, arrancar um petardo ao ângulo da baliza de Patrício. Mas infortúnios destes eu aguento, faz parte do jogo, o que não faz parte do jogo mas sim do sistema é a forma como Vidigal ia marcando o segundo golo do Estrela! O Sporting tem 2 pontos a menos porque frente à Académica marcou um golo que foi invalidado porque o senhor árbitro decidiu que afinal teria de apitar antes do livre ser executado. Afinal qual é a regra? Deixa-se jogar de primeira ou só quando o árbitro apita? A regra, de momento, parece ser aquela que lixe o Sporting, vide exemplos do jogo frente ao Barcelona e frente ao FCP para a Taça da Liga. Valeu que desta vez o lance não deu em golo, mas em 4 lances envolvendo jogos do Sporting… serem válidos os 3 lances que são contra o Sporting e anulado o único que os favorece, que interpretação pode ter isto? Deve um adepto leonino calar a sua revolta? Uma vergonha!

Nas Antas toda a gente esperava um jogo de goleada portista, afinal o Benfica havia goleado os sadinhos uma semana antes, sem dificuldade. Para começar Paulo Baptista, o tal que tudo fez para que o Leixões perdesse nas Antas, tratou logo de perdoar a expulsão de Bruno Alves, com apenas quatro minutos de jogo! Inacreditável! Na semana de comunicados parolos da SAD corrupta, quando deveria ser dado o exemplo perante um clube que não é exemplo para ninguém no que a violência sobre jogadores diz respeito, a cobardia do homem do sistema vem ao de cima. E a festa continua, tranquila, rumo ao treta campeonato. É penalty em Guimarães com 2-1 no marcador, é penalty em Coimbra com tudo a zero no marcador, é expulsão frente ao Setúbal logo aos 4 minutos, é por isso que não entendo tanta inocência nas hostes portistas: façam a festa, tirem a máscara, mas julgam que o povo português é estúpido? E ainda andamos a falar de casos com 50 anos…

Mas o facto mais indecoroso nem é esse, afinal Bruno Alves é uma besta humana que todos, tirando os portistas, sabem bem o que vale. Mais um campeonato sem expulsões, o homem é um santo perseguido. Haja paciência. O pior veio a seguir, e com essa é que ninguém contava. Então não é que o Setúbal decide mandar no jogo durante a primeira parte, controlando a bola e criando complicações na defesa portista que, como todos, estava à espera de uma tarde descansada. E dois nomes sobressaíram, Leandro Lima e Bruno Gama, atletas com contrato portista mas que estão a fazer um campeonato a roçar o miserável. Talvez por isso a mãozinha da múmia tenha deixado passar, afinal que pode fazer uma equipa goleada pelo Benfica uma semana antes? Nada diria eu, nada pensou a múmia, até serviria para os putos portistas rodarem perante os seus adeptos. Mas o futebol tem destas coisas, quando menos se espera acontecem imprevistos, ao estilo Marcelo Goianira, e quando o jogo vai para intervalo, com um Setúbal arisco e um Porto sem ideias, tudo se poderia esperar. Tudo menos que Carlos Cardoso, o idiota de serviço, resolvesse retirar de campo Bruno Gama e Leandro Lima, ambos antes de se completar o primeiro quarto de hora da segunda parte, com tudo a zero no marcador e sem sinais de lesão de qualquer jogador. Ora bem, cansaço não era seguramente, porque ou saíam ao intervalo (e tal só não sucedeu porque então o escândalo era ainda maior, assim ainda deu para disfarçar, pelo menos para os adeptos portistas, esses ainda acreditam em qualquer coisa desde que os beneficie…) ou então não poderiam estar cansados após dez minutos de jogo e quando vinham de 20 minutos de paragem para descanso! Claro que toda a gente, mesmo a gente que se faz de parva quando lhe convém, sabe o que se passou: a múmia mandou e o clube satélite tratou de obedecer com medo de represálias futuras, afinal dá jeito ter emprestados e sobretudo dá jeito não apanhar com 4 futuras péssimas arbitragens que os arrastem para a divisão inferior. Quem tem cu tem medo e enquanto este sistema continuar montado e sem gente com coragem para o desafiar (e aqui louvo o presidente do Guimarães, apesar de tudo desafiou o poder vigente, com as consequências que se conhecem mas mais homens como ele houvesse e acabariam as amizades de camarote que desvirtuam por completo a verdade desportiva!) é natural que estas situações se repitam. Depois lá apareceu Lisandro para resolver, ou melhor, resolvido já estava, só faltava acabar com o moribundo opositor, ferido de morte pelo próprio líder. Afogado em dívidas e sem espinha dorsal? Que faz este clube na primeira divisão? Setúbal para os distritais, já!

Para acabar sobra o Benfica, o clube que supostamente luta pelo título mas que consegue queimar tempo nos minutos finais, ao ponto de dois dos seus jogadores serem amarelados! É mais uma época para esquecer, mais uma época à novo-rico, gastando milhões sem qualquer coerência, comprando jogadores sem ter nenhum modelo de jogo definido. O Burroaldo joga em 4-3-3 logo compra extremos, o Sporting joga em losango no meio campo logo não desperdiça dinheiro que tanta falta faz em extremos… já o Benfica comprou extremos, médios centros, números 10, pontas de lança com fartura… e como encaixar todos os craques? E depois a culpa é do Quique, esquecendo-se do exemplo do Oliveirinha na Coreia em 2002, frente aos EUA, quando optou por jogar com todos os craques, com Figo, Rui Costa, JVP, Sérgio Conceição e Pauleta para apenas um médio que defendia, Petit. No futebol actual não se pode ser tão lírico, e os 3-0 aos 30 minutos com que os amadores americanos nos pregaram é exemplo disso. Querer jogar com Reyes e Di Maria, mais Aimar e 2 pontas de lança é de burro! E Quique não é (completamente) burro, tentou adaptar o plantel ao seu modelo de jogo mas quererem Cardozo e Suazo (ou a Amélia) de início só com a táctica do losango. Não é porque Cardozo desatou a marcar golos que se descobriu a pólvora, aguardemos por encontros mais desafiantes para ver se tenho ou não razão.


No fim-de-semana em que D. Nuno Álvares Pereira foi canonizado pelos seus feitos como Homem de fé, digno, virtuoso e de carácter é repugnante verificar que tais qualidades rareiam entre os homens (?) que mandam no futebol português A 14 de Agosto de 1385, D. Nuno Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno exército de 6000 portugueses e aliados ingleses, contra as 30 000 tropas castelhanas. A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, D. Nuno Álvares Pereira permaneceu como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de D. João de Castela, dedicou-se a realizar raids contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques. Tornou-se rico e poderoso, mas soube dividir com os seus companheiros de armas grande parte das terras que lhe foram doadas. No fim da vida, teve o cuidado de repartir também pelos netos os seus domínios e títulos.

Um homem corajoso, caridoso e humilde que marcou de maneira muito prematura a ideia de nação, consolidando o País a que hoje chamamos Portugal. Mas que País é este que, quando chamado a eleger os maiores da sua história, coloca um pulha em 17º lugar, à frente de um homem que deu a sua vida por Portugal? Provavelmente temos o País que merecemos…